Mulheres, teatro e religião: o tema da virgindade


Autoria(s): Vasques, Eugénia
Data(s)

26/02/2014

26/02/2014

2008

Resumo

Este artigo foi criado na sequência de uma sessão realizada na Casa das Dominicanas, em Fátima, do IX Colóquio Internacional «DISCURSOS E PRÁTICAS ALQUÍMICAS», “O Céu e a Terra”, Benedita - 29-30 de Maio de 2010. Foi publicado na revista do ISTA (Instituto São Tomás de Aquino), nº 21, Ano XIII. Lisboa. pp. 195-208. O evento teve lugar no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, e foram promotores o Instituto de S. Tomás de Aquino; o TRIPLOV; Barafunda, AJCSS; e CEPSE - Cooperativa de Estudos e Intervenção em Projectos Socioeconómicos.(José Augusto Mourão, Estela Guedes, Isabel Rufino).

Foi a partir do século XVII que as mulheres passaram a fazer parte das actuações teatrais na Inglaterra a na França. Na Inglaterra, os papéis femininos eram antes representados por jovens actores aprendizes. Na França, uma das actrizes que havia sido integrante da Companhia de Molière, Therese du Parc, conhecida depois como La Champmesle, passou a fazer parte do elenco especializado de Racine e foi a primeira actriz a interpretar o papel de Fedra, da obra homónima de Racine, tornando-se uma das principais actrizes da Commédie Française. Em Portugal, embora se infira dos documentos que pode ter havido mulheres a representar as peças de Gil Vicente (1465?-1536?), incluindo, provavelmente, a sua filha Paula Vicente, a verdade é que só temos conhecimento de actrizes portuguesas, isto é, actrizes não amadoras (em teatros particulares), a partir do século XVIII. Porém, desde o século anterior, existiram também relevantes dramaturgas, sobretudo nos conventos, período marcado pela influência directa do popular teatro espanhol «de capa e espada». Falar ou escrever sobre temas religiosos era, em virtude do acompanhamento e tutoria religiosos dos conventos, uma forma mais “segura” de expressão. Os casos mais notórios de freiras que escreveram teatro nessa altura em Portugal, em castelhano, a língua da cultura da Península, sob influência dos grandes poetas espanhóis Gôngora e Calderón, foram Sóror Maria do Céu e Soror Violante do Céu. Analisa-se um dos mais relevantes exemplos de dramaturgia europeia centrada no arquétipo da Virgem Guerreira e insubmissa: L’Annonce Faite à Marie, de Paul Claudel (França, 1868-1955).

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.21/3262

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Mulheres #Teatro #Religião #Virgindade #Fátima #Irmãs Dominicanas #Portugal #Claudel #Freiras #Barroco
Tipo

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