"Qual é o interesse em contar histórias que nem sequer são verdadeiras?"


Autoria(s): Pires, Maria José
Contribuinte(s)

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Data(s)

01/06/2009

01/06/2009

2007

Resumo

A escrita pós-moderna de Salman Rushdie faz confluir, de modo irónico, tradições aparentemente incompatíveis entre si. No seu romance Haroun and the Sea of Stories (1990), os recursos de Rushdie a várias culturas reúnem-se para dar origem a uma nova e imaginativa consciência multicultural. Claro que esta atitude é baseada na suposição de que as tradições não devem ser rejeitadas como irrelevantes, já que constituem aquilo que é a nossa herança cultural. O próprio Rushdie associa a escrita ficcional à procura de uma noção de verdade, por muito irónica que esta seja, defendendo que a condição contemporânea se caracteriza pela rejeição de explicações totalizantes. Para além disso, Ruhdie afirma que o romance, como forma criada para discutir a fragmentação da verdade, se insere nesta demanda. É como se ele, em Haroun, também quisesse recriar nos seus leitores a desinquietante, senão exultante, semelhança com o mundo exterior, em constante movimento de redefinição. Neste sentido, esta “chutnificação da história”, como Salman Rushdie lhe chama, não nega nem a noção do passado, nem a da identidade, confirmando, antes pelo contrário, que tanto a história como as identidades que cria constituem processos intermináveis.

Formato

107360 bytes

application/pdf

Identificador

1645-2585

http://hdl.handle.net/10437/558

Idioma(s)

por

Palavras-Chave #COMUNICAÇÃO #ESCRITA #LITERATURA
Tipo

article