Atitudes, práticas, barreiras e conhecimentos sobre a avaliação e controlo da dor : eficácia de uma intervenção estruturada a profissionais da saúde


Autoria(s): Silva, Eunice José da Graça Dias Gomes da, 1972-
Contribuinte(s)

Barbosa, António, 1950-

Dixe, Maria dos Anjos

Data(s)

19/05/2016

19/05/2016

2014

Resumo

Tese de mestrado, Ciências da Dor, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

Objetivos: Avaliar as atitudes, práticas, barreiras e os conhecimentos dos médicos e enfermeiros em relação à avaliação e controlo da dor; avaliar o impacto de uma intervenção estruturada nas atitudes, práticas, barreiras e nos conhecimentos dos médicos e enfermeiros em relação à avaliação e controlo da dor e determinar a taxa de prevalência e características da dor nos doentes internados nos serviços de cirurgia geral, antes e após a intervenção estruturada foram os principais objetivos deste estudo. Métodos: Para atingir os objetivos foram desenvolvidos três estudos em três amostras: médicos, enfermeiros e doentes a quem foram aplicados instrumentos (questionários) construídos no presente estudo. Numa subamostra dos profissionais foi realizada uma intervenção estruturada de formação na área da dor com avaliação das variáveis antes e depois dessa intervenção. Participaram 73 dos médicos (57,9% do universo) e 120 dos enfermeiros (55,8% do universo). Na avaliação do impacto da intervenção, foram emparelhados 14 de um universo de 26 médicos e 15 de um universo de 39 enfermeiros. Colheram-se dados de 47 doentes antes da intervenção e de 35 depois da intervenção. Neste estudo os doentes não foram emparelhados. Os dados foram colhidos num Hospital da Zona Centro do Pais. Resultados: Em média a amostra dos profissionais mostrou atitudes positivas face à dor. Apenas 6 dos 27 itens, no caso dos médicos e 2 de 21, no caso dos enfermeiros, mostraram atitudes menos positivas e estas estavam relacionadas com a utilização de opióides. Em relação às práticas, detetaram-se pontos a melhorar, nomeadamente na utilização de opióides fortes. Foram determinadas as características psicométricas da escala das barreiras tendo a mesma mostrado boas propriedades psicométricas (α=0,783 na escala dos médicos e α=0,793 na dos enfermeiros). A análise factorial com rotação varimax permitiu extrair dois factores tanto na escala dos médicos (Barreiras dos doentes, Barreiras dos profissionais e instituição de saúde) como na escala dos enfermeiros (Barreiras associadas à avaliação e administração de medicação e Barreiras dos profissionais de saúde). Os médicos concordaram mais com as barreiras associadas aos doentes e os enfermeiros com as barreiras associadas à avaliação da dor e administração de medicamentos. Ao avaliar o impacto da intervenção dirigida aos profissionais, verificou-se diferença significativa (p<0,05) em alguns dos itens das atitudes e nas práticas. A melhoria no nível dos conhecimentos foi estatisticamente significativa (p <0,01) tanto nos enfermeiros como nos médicos. Na avaliação dos doentes antes e depois da intervenção, houve uma diminuição de prevalência de dor nas 24 horas de 61,7% para 45,7%. Os doentes mostraram-se satisfeitos com a avaliação e controlo da dor nos dois momentos analisados. Conclusão: Este estudo está de acordo com o referido na literatura: para um maior impacto no controlo da dor é necessário um envolvimento institucional, educativo e envolvimento do doente e da sua família. Não chega só a formação. No entanto, a melhoria dos conhecimentos dos profissionais e a ligeira melhoria das atitudes e das práticas, com uma prevalência de dor a baixar, leva à reflexão de que valerá a pena melhorar e ampliar a formação proposta, propô-la a mais serviços do Centro Hospitalar e envolver a instituição, no sentido de continuar o projeto de melhor controlo da dor.

Objective: To determine attitudes, practices, barriers and knowledge regarding pain assessment and management among physicians and nurses. Assess the impact of a educational program on attitudes, practices, barriers and knowledge regarding pain assessment and management among physicians and nurses of the surgical wards. Evaluate pain prevalence and pain characteristics among hospitalized surgical patients, before and after the educational program. Methods: To achieve the proposals, three studies were developed, in three samples: questionnaires (developed in this study) were applied to physicians, nurses and patients. In the surgical wards they were applied before and after the educational intervention. 73 physicians (57,9%) and 120 nurses (55,8%) responded to the survey. To assess the impact of the educational intervention, 14 physicians, from a total of 26 and 15 nurses from a total of 39 were compared. Data from 47 patients before the intervention and 35 after the intervention were collected. This patients were not paired. Data were collected in an Hospital from the Center of Portugal. Results: On average, health professionals have had positive attitudes toward pain. Only 6 in 27 items, among physicians, and 2 in 21 items, among nurses, showed less positive attitudes which were related to opioid management. Practices evaluation detected some aspects to improve, namely strong opioids management. Barriers survey psychometric properties were determined and showed to be good (α=0,783 in physicians survey and α=0,793 in nurses survey). Factorial analysis with varimax rotation allowed to extract two factors in both physicians and nurses surveys. In the physicians survey: patients barriers and professionals and health institution barriers. In the nurses survey: assessment and drugs administration barriers and health care professionals barriers. Physicians agreed most with patient barriers. Nurses agreed most with pain assessment and drugs administration barriers. Impact’s evaluation of the educational intervention showed significant differences (p<0,05) in some attitudes and practice items. Knowledge improvement was statistically significant (p<0,01) both in physicians and nurses. Patient evaluation before and after the intervention showed a pain prevalence in the last 24 hours decrease from 61,7% to 45,7%. In both moments patient were satisfied with pain assessment and management. Conclusion: This study reflects the literature: to a major pain management, institutional and educative involvement are necessary as well as incorporating the patient and his family. Educational interventions alone are not enough. In this survey, the knowledge improvement, the slight better attitudes and practices and low pain prevalence shows that the proposed educational intervention can be enlarged, ameliorated and expanded to other health care providers, from other wards and specialties. It is also important to involve the institution, so this project to improve pain assessment and management can be continued.

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/23746

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Avaliação da dor #Tratamento da dor #Conhecimentos #Barreiras #Atitudes #Práticas #Programa educacional #Teses de mestrado - 2014 #Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde
Tipo

masterThesis