Ecos do silêncio : para um estudo iconológico do fado
Contribuinte(s) |
Serrão, Vítor, 1952- Nery, Rui Vieira, 1957- |
---|---|
Data(s) |
04/03/2015
04/03/2015
2015
2014
|
Resumo |
Tese de doutoramento, História (Arte Património e Restauro), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2015 Inscrito na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO) em 27 de Novembro de 2011, o Fado continua hoje a construir--se, em pleno século XXI. Desde a sua génese, no século XIX, foi capaz de cruzar influências poéticas, musicais, culturais e tecnológicas diversificadas, desenhando um trajecto de consagração nas mais diversas áreas, à margem dos discursos críticos que sobre o género se elaboraram, logo com a Geração de 70, e que se têm perpetuado no plano memorial, de modo mais ou menos visível até aos nossos dias, na exacta proporção da sua celebração popular. Internacionalizando-se na segunda metade do séc. XX, a sua notoriedade conferiu-lhe o protagonismo de imagem de marca, hoje em plena afirmação no circuito internacional da world music. Paradoxalmente, esta difusão parece tê-lo remetido também para um estatuto de menoridade artística, fruto quer de constrangimentos ideológicos, quer das contingências de um relativismo axiológico, aos quais a academia tardiamente respondeu. Entretecida no quadro de um diálogo estreito com a cidade, a história do Fado é também a história de todos aqueles que o recriaram nos domínios da criação plástica e nos legaram testemunhos plenos de valor memorial. Uma análise integrada da representação do Fado na arte portuguesa vem documentar o profundo enraizamento do Fado à escala nacional, bem como a transversalidade da sua representação, como objecto de fascínio e de inesgotável citação e recriação plástica por sucessivas gerações de artistas, no quadro de distintas disciplinas, motivações e constrangimentos estéticos, ideológicos ou simbólicos. À luz da representação visual do Fado, poderemos destrinçar o percurso de evolução e disseminação da canção urbana, desde a Lisboa oitocentista, passando pela sua institucionalização no primeiro quartel do século XX, até conquistar o protagonismo que lhe reconhecemos hoje, enquanto imagem de marca. Atentando nos programas culturais e artísticos que presidiram à criação das obras e sua fruição por sucessivas gerações, podemos contextualizar motivações e constrangimentos de ordem social, ideológica, simbólica, desvendar itinerários de resistência, acompanhar a fixação e estabilização de ícones e o seu tributo na construção simbólica de uma identidade imagética do Fado, na sua mais lata dimensão memorial. Inscribed on the Representative List of the Intangible Cultural Heritage of Humanity (UNESCO) since the 27th November of 2011, Fado is still a work in progress at the beginning of the 21st century. Since its birth in the nineteenth century Fado managed to combine widely diversified poetic, musical, cultural and technological influences and made a successful career pathway in many diversified fields. Critical voices against Fado were heard since the Geração de 70 and this discourse perpetuated itself into the twentieth century, as Fado’s popularity among the common folk grew proportionally. Fado internationalized itself in the second half of the twentieth century and its fame generated its own brand awareness, today fully bloomed in the international circuit of world music. Paradoxically this dissemination appears to have placed Fado in a lower artistic rank, attributable to ideological constraints or the contingencies of axiological relativity, which the Academy only responded to at a very late stage. The history of Fado is a fabric woven in a close dialogue with the city and is also the story of all those who reinvented it in the domains of plastic creation. If we take a close look at those plastic arts that represented the Fado theme we shall find how deeply rooted Fado is in regional and national terms, the extent to which its representation spans across many sectors, its identity as object for inexhaustible quotation and pictorial re-creation by consecutive generations of Portuguese artists, in the framework of different motivationsand aesthetical, ideological or symbolic constraints. In the light of Fado’s visual representation, we may tell this urban song evolution and dissemination journey throughout the different chronological moments that marked its genesis and implantation in the 18th century Lisbon, and its formal status in the first quarter of the 20th century, until it reached its current major role as a rising signature mark. Reading the artistic and cultural programmes that were the cornerstone for creating these pieces and its fruition by several generations, we may put into context every social, ideological and symbolic motivations and constraints, reveal resistance journeys, follow up the settling and stabilisation of icons and their tribute to the symbolic construction of the identity of Fado in its broader memorial dimension. |
Identificador |
http://hdl.handle.net/10451/17615 101459475 |
Idioma(s) |
por |
Direitos |
restrictedAccess |
Palavras-Chave | #Fado - História e crítica #Fado - Na arte #Teses de doutoramento - 2015 |
Tipo |
doctoralThesis |