Uma missão para o império : política missionária e o "novo imperialismo" (1885-1926)


Autoria(s): Dores, Hugo Gonçalves
Contribuinte(s)

Pinto, António Costa

Jerónimo, Miguel Bandeira

Ferreira, António Manuel Antunes de Matos

Data(s)

06/01/2015

06/01/2015

2014

2014

Resumo

Tese de doutoramento, História («Impérios, Colonialismo e Pós-Colonialismo»), Universidade de Lisboa, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Universidade Católica Portuguesa e Universidade de Évora, 2014

Este trabalho procura compreender o processo histórico de constituição de uma política missionária no império colonial português, num período de crescente internacionalização da problemática da religião e das missões nos contextos imperial e internacional, com a afirmação da liberdade missionária e da tolerância religiosa enquanto princípios essenciais na obra “civilizacional” europeia nos espaços coloniais africanos. A análise da complexidade de um processo que relaciona “missão” e “império”, nas suas múltiplas expressões históricas e manifestações geográficas, é feita a partir de três dimensões essenciais para o debate empreendido pelos actores históricos da época: a dimensão católica, com a centralidade da problemática padroeira e a procura de uma solução concordatária como forma de auxiliar a consolidação da soberania imperial portuguesa em África; a dimensão protestante, vista como “ameaça” ao império, sublinhando as percepções formadas em torno do seu carácter «herético» e, principalmente, «estrangeiro», cruciais para o argumentário colonial português; a dimensão republicana, com as vicissitudes para a definição de uma política missionária nacionalizadora e os limites da aplicabilidade de uma estratégia legislativa iminentemente ideológica. Abrangendo o período que vai da Conferência de Berlim (1885) à publicação do Estatuto de João Belo (1926), este estudo tem como objectivo principal interrogar o lugar do projecto missionário português nas dinâmicas históricas do “novo imperialismo”, interpelando os acontecimentos e os processos históricos que promoveram e condicionaram a formulação de uma política missionária no império colonial português em África.

This study intends to understand the historical process of the constitution of a missionary policy in the Portuguese colonial empire, in a period marked by an increasing internationalization of religious and missionary issues in imperial and international contexts, with the affirmation of missionary freedom and religious tolerance as fundamental principles in the European “civilizational” work in the African colonial spaces. The analysis of the complexity of a process that relates “mission” and “empire”, in their multiple historical expressions and geographical manifestations is based on three main dimensions which were essential to to the debate undertaken by the actors of the time: the Catholic dimension, with the centrality of the Patronage question and the pursuit of a concordatory solution as an auxiliary to the consolidation of Portuguese imperial sovereignty in Africa; the Protestant dimension, seen as a “threat” to the empire, addressing the perceptions formed over its character as “heretical”, and specially, as “foreigner”, which were crucial to the Portuguese rhetoric; he Republican dimension, with the ups and downs of the definition of a nationalizing missionary policy and the limits of the applicability of a particularly notable ideological legislative strategy. Covering the period from the Berlin Conference (1885) to the publication of the Statute of João Belo (1926), this study aims to assess the place of the Portuguese missionary project in the historical dynamics of the “new imperialism”, focusing on the historical events and processes that promoted and conditioned the formulation of a missionary policy in the Portuguese colonial empire in Africa.

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/15606

101381760

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Teses de doutoramento - 2014
Tipo

doctoralThesis