A arte na igreja do Convento de Santa Maria do Carmo de Lisboa,1389/1755: contributos para o seu estudo cripto-histórico


Autoria(s): Pereira, Célia Nunes Santos
Contribuinte(s)

Serrão, Vítor,1952

Data(s)

03/08/2012

03/08/2012

2010

Resumo

Tese de mestrado, Arte, Património e Teoria do Restauro, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2010

A presente dissertação de mestrado, teve como objectivo reunir alguns contributos para o levantamento cripto-histórico dos elementos artísticos que constituíam as capelas da Igreja de Santa Maria do Carmo de Lisboa, desde a sua fundação em 1389 por D. Nuno Álvares Pereira, até ao Terramoto de 1755. Iniciámos o nosso trabalho através do contexto político e sócio-cultural em que se enquadraram os primórdios da edificação da Igreja, os quais correspondem ao reinado de D. João I, onde a figura do fundador da dita Igreja assume um posicionamento destacado pelos seus feitos bélicos. Recorrendo a fontes impressas, manuscritas bem como a desenhos iluminados, pretendemos reconstituir o espaço ocupado pelas vinte e cinco Capelas que se distribuíam ao longo da Igreja, entre os séculos XV e XVIII, apurando não apenas o nome dos artistas que aí trabalharam durante esses períodos (identificando o sua linguagem artística), como a descrição das várias obras executadas em cada uma delas de forma tornar possível uma visualização mais realista das mesmas. Ao analisarmos alguns dos diversos artistas contratados para laborar no embelezamento deste templo, de imediato percebemos que são sempre escolhidos os melhores criadores artísticos do Reino - Pedro Frias, Simão Rodrigues, Domingos Vieira Serrão, André Reinoso, Bento Coelho da Silveira, etc – denunciando uma abastada clientela de gosto erudito. O Terramoto de 1755 destrói quase todas as obras produzidas por estes artistas, bem como o edifício conventual, cujas obras de reconstrução iniciam logo em 1756, embora se venha a revelar um projecto impossível de concretizar devido à falta de capital financeiro. Nos anos seguintes assiste-se a uma delapidar dispersão do património artístico constituinte que havia subsistido ao cataclismo setecentista, todavia, foi-nos possível localizar cerca de cinco dezenas desse espólio remanescente em outras igrejas e museus que acolheram essas peças de pintura e escultura depois da Extinção das Ordens Religiosas em 1834. Após esta data o antigo convento e parte da Igreja, são definitivamente ocupados pela Guarda Real da Polícia (actual Guarda Nacional Republicana). Em 1863, é instituída a sede da Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses nas ruínas do antigo templo carmelita, que ainda hoje tutela o espaço musealizado.

Résumé La présente dissertation vise assembler quelques apports pour le relèvement crypto-historique des éléments artistiques qui constituaient les chapelles de l'Église de Santa Maria do Carmo de Lisbonne depuis sa fondation en 1389 par D. Nuno Alvares Pereira, jusqu'au tremblement de terre de 1755. Nous commençâmes notre travail par la recherche sur le contexte politique et socioculturel où s‟encadrent les origines de l'édification de l'Eglise, ce qui correspond au règne du roi João I, où la figure du fondateur de cette Eglise prend position de relief par ses actes de guerre. En utilisant les sources imprimées, des manuscrits, ainsi que des dessins enluminés, nous prétendîmes reconstituer l'espace occupé par les vingt-cinq chapelles qui se distribuaient dans toute l'Eglise, entre les XVe et XVIIIe siècles, clarifiant non seulement les noms des artistes qu‟y travaillèrent au cours de ces périodes (tout en identifiant leur langage artistique), mais aussi la description des différents travaux réalisés dans chacune d'entre elles afin de rendre possible une vision plus réaliste de ces espaces. Avec l‟analyse de quelques-uns des nombreux artistes engagés pour travailler sur l'embellissement de ce temple, nous nous rendons promptement compte que le choix tombait toujours sur les meilleurs créateurs du Royaume - Pedro Frias, Simão Rodrigues, Domingos Vieira Serrão, André Reinoso, Bento Coelho da Silveira, etc. - soit une riche clientèle avec un goût érudit. Le Tremblement de Terre de 1755 détruit presque toutes les oeuvres produites par ces artistes ainsi que le bâtiment du couvent, dont les travaux de reconstruction débutent immédiatement en 1756, mais le projet se révèle impossible à mettre en oeuvre en raison du manque de capital financier. Dans les années suivantes il se vérifie une dispersion atroce du patrimoine artistique qu‟eut subsisté au cataclysme du dix-huitième siècle, néanmoins il nous fut possible localiser environ cinq dizaines de ce butin disséminé par d‟autres églises et musées qui accueillirent ces morceaux de peinture et de sculpture après l‟Extinction des Ordres Religieux en 1834. Après cette date, l'ancien couvent et une partie de l'église sont définitivement occupés par la Garde Royale de la Police (maintenant Garde National Républicaine). En 1863, est établi le siège de la l'Association royale des architectes et archéologues portugais dans les ruines de l'ancien temple des carmélites, qui tutelle encore à présent l'espace muséologique.

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/6780

Idioma(s)

por

Direitos

restrictedAccess

Palavras-Chave #Igreja do Convento de Santa Maria do Carmo (Lisboa, Portugal) - História #Arte cristã - Portugal - séc.14-18 #Arquitectura cristã - Portugal - séc.14-18 #Teses de mestrado - 2010
Tipo

masterThesis