Utilização de macroalgas verdes como biorremediadores em efluentes de indústrias agroalimentares: dinâmica das vias metabólicas relacionadas com os compostos azotados


Autoria(s): Madeira, Hélder Trindade
Contribuinte(s)

Esteves, E.

Aníbal, J.

Data(s)

17/02/2014

17/02/2014

2013

Resumo

Dissertação de mest., Tecnologia de Alimentos, Instituto Superior de Engenharia, Univ. do Algarve, 2013

Ulva e Enteromorpha são duas das algas associadas a fenómenos de eutrofização, que ocorrem naturalmente na Ria Formosa, Algarve. Estas macroalgas verdes, normalmente consideradas como problema ambiental, podem ser vistas como uma solução de biorremediação para os problemas causados pelas descargas de resíduos e efluentes provenientes de agroindústrias. Este trabalho teve como objetivo principal o estudo da capacidade biorremediadora das algas Ulva e Enteromorpha. A atividade da nitrato redutase (NRA) foi testada experimentalmente nas duas algas, em diferentes condições de temperatura e salinidade. Os valores de NRA foram influenciados pela temperatura e salinidade do meio de incubação, sendo obtidos máximos para a salinidade de 36 g.L-1 e temperaturas de 30 ºC no caso da Ulva (2,767±0,148 μmol NO2-.g PS-1.h-1) e 35 ºC no caso da Enteromorpha (2,603±0,199 μmol NO2-.g PS-1.h-1). Estes fatores podem assim ser utilizados para a otimização da assimilação de nitratos, num processo de biorremediação utilizando as duas algas estudadas. Um efluente proveniente de aquacultura foi utilizado para verificar a capacidade biorremediadora das duas algas. Ulva e Enteromorpha apresentaram eficiências de remoção de nutrientes (NRE) muito elevadas (acima de 95 %) apenas em uma hora de incubação. Durante a remoção de nutrientes ocorreu um período de acumulação interna, seguido de um período de metabolização dos mesmos. A assimilação de nitratos continuou a ser realizada, apesar de as algas apresentarem preferência pela amónia durante o processo de biorremediação. A utilização conjunta de nitratos e amónia, juntamente com a rapidez de remoção e acumulação destes nutrientes, pode significar uma vantagem competitiva destas algas em relação a outros taxa. Os resultados obtidos neste trabalho mostraram que Ulva e Enteromorpha têm capacidade de remover eficazmente os compostos azotados presentes na coluna de água, mostrando-se assim como potenciais candidatas para utilização em processos de biorremediação em efluentes de aquacultura.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.1/3463

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Tipo

masterThesis