A (des)igualdade de género no mercado de trabalho e o seu impacto na performance dos estados-membros da união europeia - análise comparativa do desempenho

Dissertação de mest., Gestão Empresarial, Faculdade de Economia, Univ. do Algarve, 2010

A desigualdade de género constitui uma preocupação por todo o mundo e, na União Europeia, apesar dos esforços que têm vindo a ser desenvolvidos, os obstáculos a uma real equidade permanecem. Em pleno século XXI, as mulheres continuam a estar mais sujeitas a situações de desvantagem, em especial no mercado de trabalho. Esta investigação procura averiguar o impacto que a desigualdade de género tem na performance económica e social dos Estados-Membros da União Europeia, especialmente no que concerne ao mercado de trabalho. O trabalho foi executado em duas fases: primeiro aplicou-se a técnica Data Envelopment Analysis (DEA) para avaliar a performance dos 27 Estados-Membros da União Europeia e, posteriormente, foi feita a análise de Correlação de Spearman para verificar se o desenvolvimento, medido pelos scores de performance do DEA, está ou não correlacionado com a desigualdade de género (especialmente no mercado de trabalho), com a segregação ocupacional e/ou sectorial ou com o nível de corrupção existente nos países analisados. A análise DEA, efectuada com base em atributos económicos e não-económicos previamente seleccionados e representativos das três principais dimensões do desenvolvimento (padrão de vida digno, vida longa e saudável e educação e conhecimento) permitiu concluir que, em 2008, somente três dos 27 países analisados apresentaram uma taxa de performance relativa de 100%: Luxemburgo, Suécia e Holanda. Em contrapartida, Portugal apresentou a taxa de performance relativa mais baixa. A análise de correlação indica que, em termos de ranking dos Estados-Membros da União Europeia, a média dos GAPs de género no mercado de trabalho está significativamente correlacionada, de forma positiva, com o nível de desenvolvimento dos países. Os resultados evidenciam ainda que o nível de corrupção está também significativamente correlacionado com o nível de desenvolvimento, mas de forma negativa.