Evolução paleoambiental holocénica dos estuários dos rios Guadiana e Arade com base nas associações fósseis de foraminíferos bentónicos


Autoria(s): Camacho, Sarita
Contribuinte(s)

Boski, T.

Data(s)

17/01/2013

17/01/2013

2004

Resumo

Dissertação de mest., Estudos Marinhos e Costeiros, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente, Univ. do Algarve, 2004

A análise das variações no conteúdo em espécies de foraminíferos bentónicos ao longo de um testemunho de sondagem recolhido no Estuário do Rio Guadiana e de três testemunhos no Estuário do Rio Arade permitiram identificar cinco paleoambientes com diferentes GIM (Graus de Influência Marinha) que ocorreram ao longo do Holocénico. O GIM 1 foi atribuído às amostras indefinidas pela ausência de foraminíferos, traduzindo um ambiente terrestre sem qualquer influência marinha ou um ambiente de deposição não ideal à preservação post-mortem das carapaças. O ambiente sujeito a um GIM 2 foi denominado de intermareal superior e é colonizado exclusivamente por formas aglutinadas (Trochammina macrescens, Trochammina inflata, Trochammina spp., Ammobaculites sp., Eggerella sp.) e forros internos, indicando forte confinamento, típico de médio a alto sapal. O ambiente sujeito a um GIM 3 foi denominado de intermareal médio e é colonizado predominantemente por formas aglutinadas e/ou forros internos e carapaças carbonatas em elevado estado de dissolução, caracterizando um ambiente confinado, típico de médio a baixo sapal. O ambiente sujeito a um GIM 4 foi denominado de intermareal inferior é dominado (mais de 65% dos indivíduos) pela associação das espécies estuarinas Ammonia beccarii e Haynesina germanica associada a Elphidium spp. e aos miliolídeos, caracterizando um ambiente moderadamente confinado, abrangendo o baixo sapal e toda a planície lodosa exposta em baixa mar de marés vivas. O ambiente sujeito ao GIM 5 foi denominado de intermareal aberto e é definido pela associação das espécies estuarinas A. beccarii e H. germanica a formas de maior influência marinha, nomeadamente, os géneros Brizalina, Fissurina, Discorbis, Rosalina e Cibicides, verificando-se ainda um aumento no índice de Diversidade e no número de carapaças indeterminadas e pequenas. De acordo com as sequências paleoambientais, em todas as sondagens se reconheceu a existência de uma fase transitiva fluvio-marinha imediatamente antes de um episódio transgressivo. No estuário do Guadiana, entre um episódio pré-holocénico e o auge de transgressão marinha, foi possível identificar uma sequência paleoambiental de pré-invasão marinha, caracterizada por uma substituição de dominância de espécies de sapal por espécies de baixo sapal e de estuário. No estuário do Arade, os primeiros vestígios de influência marinha coincidem com o período de maior oceanidade, sugerindo a concomitância deste fenómeno com o início da formação do estuário. A inexistência de registo de uma fase de pré-invasão marinha na base dos testemunhos sedimentares deste sistema estuarino sugere que a invasão marinha ocorreu de forma mais abrupta e menos premonitória que no caso do estuário do Guadiana. Em todas a sondagens reconhece-se um abrandamento na incursão marinha logo após o auge transgressivo. A ocorrência de um ambiente de sapal em todos os biohorizontes mais recentes das quatro sondagens sugere um recente equilíbrio entre as taxas de acreção e as taxas actuais de subida do Nível Médio do Mar.

Identificador

551.468 CAM*Evo

http://hdl.handle.net/10400.1/2109

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Paleoambientes #Holocénico #Guadiana #Arade #Foraminíferos bentónicos #GIM #Transgressão marinha #Nível médio do mar
Tipo

masterThesis