Velhice na cultura contemporânea: um estudo sobre a perda emocional profunda


Autoria(s): Sousa, Jenny Gil
Contribuinte(s)

Baptista, Maria Manuel

Rebelo, José Eduardo

Data(s)

23/02/2015

16/05/2014

Resumo

A velhice é uma etapa da vida marcada por múltiplas perdas simbólicas e/ou concretas que, embora se apresentem inelutáveis e façam parte integrante do ciclo da vida, são, para o sujeito que as vivencia, experiências penosas que obrigam a novas formas de existir. As sociedades contemporâneas, sociedades hedonistas onde a morte é tabu e o tempo um bem precioso, condicionam amplamente a forma como as pessoas idosas, especialmente as institucionalizadas, lidam com a perda, uma vez que este processo implica a aceitação de uma nova vida e a (re)estruturação da identidade própria. Não alheias ao condicionamento social, a cultura e as mundividências culturais afetam, de forma decisiva, o modo como a adaptação à perda decorre na quotidianidade das instituições de acolhimento para pessoas idosas. A presente investigação, elaborada no âmbito dos Estudos Culturais, assume um carácter qualitativo, com contornos etnográficos, e analisa 15 “mini-histórias” de vida de indivíduos com mais de 75 anos de idade, residentes em estruturas residenciais, e que sofreram uma perda emocional profunda por morte do cônjuge, já na idade adulta avançada. Num momento em que a institucionalização permanente em estruturas de acolhimento é uma das respostas sociais mais utilizadas pelos indivíduos idosos e suas famílias, procuramos, com este estudo, conhecer as condições críticas presentes na interiorização de um perfil adaptativo ou não adaptativo à perda e que, consequentemente, condicionam a forma como se mobilizam as respostas adaptativas na (re)composição do quotidiano do sujeito idoso enlutado.

Old age is a life stage that is marked by many symbolic and/or concrete losses that, albeit inescapable and an integral part of the life cycle, are, for the person who experiences them, painful experiences that require new ways of being. Contemporary societies, hedonistic societies where death is taboo and time is a precious commodity, condition, to a large extent, how the elderly, especially when institutionalized, deal with loss, given that this process involves the acceptance of a new life and the (re)structuring of self-identity. Not unrelated to social conditioning, culture and cultural worldviews decisively affect the way how loss adaptation happens in the daily routine of the care institutions for the elderly. The present research, carried out within the scope of Cultural Studies, is qualitative in nature, with ethnographic contours, and analyses 15 “short-stories” of life of individuals over 75 years of age, living in residential facilities, and who suffered a deep emotional loss in consequence of the death of the spouse, already in advanced adulthood. At a time when the permanent institutionalization in care facilities is one of the most used social responses by elderly individuals and their families, we seek, with this study, to know the critical conditions of the internalisation of an adaptive or maladaptive profile to the loss and that, consequently, affect how adaptive responses are mobilised in the (re)composition of everyday life of the bereaved elderly subject.

Doutoramento em Estudos Culturais

Identificador

http://hdl.handle.net/10773/13460

101418469

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de Aveiro

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Estudos culturais #Velhice - Aspectos sociais #Luto - Aspectos culturais #Sociedades Contemporâneas #Temporalidade #Velhice #Luto e Práticas Culturais
Tipo

doctoralThesis