Coping, fatores psicossociais e capacidade para o trabalho
Contribuinte(s) |
Silva, Carlos Fernandes da Pereira, Anabela Sousa |
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Data(s) |
20/10/2014
20/10/2014
2014
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Resumo |
O coping desempenha um importante papel na saúde individual e rendimento organizacional. Tal como o coping é um tema de interesse recente e promissor na área da psicologia da saúde ocupacional, também os fatores psicossociais do trabalho têm ganho um crescente interesse no domínio da saúde ocupacio-nal. No entanto, pouco se sabe acerca das configurações de coping mais salu-togénicas no mundo do trabalho, e menos ainda acerca da participação dos fatores psicossociais na definição das mesmas. Esta última perspetiva assume os fatores psicossociais não como causas de stresse, mas enquanto recursos de coping. Com o presente estudo, desejávamos saber se as pessoas com melhor saúde no trabalho usam estratégias de coping diferentes daquelas com menor saúde, bem como se a escolha dessas estratégias é influenciada pelos fatores psicossociais do trabalho. Pretendia-se ainda caracterizar o coping dos trabalhadores mais saudáveis e produtivos, e perceber que fatores psicosso-ciais contribuem para o mesmo. Foram estudados 2960 profissionais de traba-lhos mentais, sendo 31% (n=909) profissionais de saúde e 69% (n=2051) pro-fissionais de outras áreas. Além das variáveis sociodemográficas, avaliou-se o coping (Brief COPE), os fatores psicossociais do trabalho (COPSOQ) e o índi-ce de capacidade para o trabalho (ICT), enquanto indicador de saúde ocupa-cional. Desenhou-se um estudo transversal e quantitativo, com níveis de análi-se descritivo, exploratório, correlacional e preditivo. Os resultados confirmaram as hipóteses de estudo e permitem concluir genericamente que (1) o coping diferencia e determina a saúde no trabalho, (2) os fatores psicossociais do trabalho influenciam o coping, ainda que modestamente, e (3) o coping dos profissionais de saúde é estruturalmente diferente do coping dos não profissio-nais de saúde. Os resultados possibilitam ainda estabelecer perfis de bom e de mau coping no trabalho e concorrem para definir estratégias de intervenção psicológica para o desenvolvimento do reportório de coping dos profissionais de trabalhos mentais, bem como estratégias de gestão (de recursos humanos) para a melhoria do ambiente psicossocial do trabalho. Por fim, os resultados estimulam algumas considerações teóricas e metodológicas que sugerem direções futuras para o estudo dos efeitos da relação do coping com o ambien-te psicossocial do trabalho na saúde e bem-estar individual, no rendimento organizacional e na qualidade de vida no trabalho. Julgamos, por fim, que os resultados obtidos podem contribuir para aprimorar os mecanismos de coping dos profissionais e para ajustar o ambiente psicossocial do trabalho. Coping represents an important role in facing workplace stressors and building individual health and occupational performance. In the actual world of work, the main stressors are psychosocial in nature. By definition, however, psychosocial attributes can function both as risk factors and coping resources. In this sense, it is expected that health at work may be influenced by individual coping strate-gies facing psychosocial risk factors, as well as by the way psychosocial re-sources supports those same coping efforts. As much as coping at work is a new and promising subject to occupational health psychology, so the interest in workplace psychosocial factors is growing in the occupational health domain. Although there is enough empirical evidence supporting the relationship be-tween coping and psychological adjustment and health status outcomes, fewer is known about which workplace coping patterns are more salutogenic, and even lesser about the psychosocial factors contribution to those coping pat-terns at work. We intended to know if individuals with better health at work sta-tus use different coping strategies from those with worse occupational health status, as well as if the choice of coping strategies is influenced by psychoso-cial factors at work. Additionally, we wished for a tentative characterization of the healthier and more individuals’ coping, along with the identification of the respective contributing psychosocial factors. We expected to gather empirical information that may contribute for professionals’ coping pattern empowerment and for psychosocial work environment adjustment. We studied 2960 white collar workers, being 31% (n=909) health professionals and 69% (n=2051) non health professionals. In addition to socio-demographic variables, we evaluated coping (Brief COPE), psychosocial factors at work (COPSOQ), and the work ability index (WAI), as an occupational health indicator. It was designed a cross-sectional and quantitative study, conjoining descriptive, exploratory, cross-sectional and predictive levels of analysis. Results did confirmed re-search hypothesis and allow us to conclude that (1) coping differentiates and determinates health at work, (2) psychosocial factors influence coping, alt-hough modestly, and (3) health professionals’ coping is structurally different from non health professionals’ coping patterns. Results also enable us to set good and bad coping profiles at work, and contribute to set up psychological intervention strategies to develop white collar workers’ coping repertoire, as well as (human resources) management strategies for the improvement of the psychosocial work environment. Finally, results stimulate some theoretical and methodological considerations, which suggest future directions for the study of the effects of the relationship between coping at work and occupational psy-chosocial environment on the individual health and well-being, organizational performance and the quality of the working life. Doutoramento em Psicologia |
Identificador |
http://hdl.handle.net/10773/12688 101416695 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Universidade de Aveiro |
Direitos |
openAccess |
Palavras-Chave | #Psicologia do trabalho #Stresse (Psicologia) #Saúde ocupacional #Produtividade do trabalho #Motivação profissional #Condições de trabalho #Estratégias de adaptação emocional #Coping #fatores psicossociais do trabalho; #índice de capacidade para o trabalho #stresse ocupacional #saúde e bem-estar ocupacional #trabalho |
Tipo |
doctoralThesis |