Capacidade para o trabalho e função executiva


Autoria(s): Oliveira, Jorge Manuel da Costa
Contribuinte(s)

Silva, Carlos Fernandes da

Santos, Isabel Maria Barbas dos

Data(s)

05/12/2013

05/12/2013

2013

Resumo

O presente trabalho pretende caracterizar a associação existente entre a função cognitiva executiva e a capacidade para o trabalho em profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) e profissionais de educação (professores). A função cognitiva executiva é definida como uma série de processos cognitivos de ordem superior (capacidade de planeamento, raciocínio abstrato, flexibilidade cognitiva e resolução de problemas) determinantes no controlo e coordenação de operações cognitivas e fundamentais na organização e monitorização do comportamento humano. A integridade destas funções, são determinantes para a realização adequada de tarefas da vida diária, incluindo o contexto organizacional. A capacidade para trabalho é um forte preditor do desempenho laboral, sendo definida como a autoavaliação que o trabalhador faz do seu bem-estar no presente e no futuro próximo e da capacidade para assegurar o seu trabalho tendo em conta as exigências do mesmo, a saúde e os recursos psicológicos e cognitivos disponíveis. Assim, com o objetivo de compreender a relação entre estas duas variáveis em médicos, enfermeiros e professores, no presente trabalho utilizamos uma amostra composta por 218 sujeitos, sendo que 93 são enfermeiros, 100 professores (ensino secundário) e 25 médicos. Para avaliar as funções cognitivas executivas, nomeadamente a flexibilidade cognitiva e raciocínio abstrato não-verbal utilizamos o Halstead Category Test (HCT). Para avaliar a capacidade de planeamento e resolução de problemas, utilizamos a Torre de Hanoi (TH). Para determinamos o valor da capacidade para o trabalho, utilizamos o índice de capacidade para o trabalho. No sentido de controlar variáveis que poderiam influenciar esta relação, utilizamos Questionário Geral de Saúde (GHQ-12), escala de ansiedade-traço, Questionário de Personalidade de Eysenck, escala de satisfação no trabalho e uma questão dicotómica (Sim/Não) sobre o trabalho por turnos. Pela análise dos resultados, verificamos que alterações nas funções cognitivas executivas poderão prejudicar a capacidade para o trabalho. No entanto, verificamos que variáveis como a idade, trabalho por turnos, personalidade e saúde mental poderão exercer um efeito moderador desta relação. Por fim, em comparação com médicos, enfermeiros e professores, verificamos que os médicos e enfermeiros apresentam um maior prejuízo nas funções cognitivas executivas que os professores, mas não na capacidade para o trabalho. Como conclusão, o nosso trabalho contribuiu para uma melhor compreensão da ação das funções executivas em contexto laboral (em particular na área da saúde e educação), contribuindo para o desenvolvimento e implementação de programas de promoção de saúde laboral em contexto organizacional.

This work intends to characterize the association between the executive cognitive function and the work ability in health professionals (nurses and doctors) and educational professionals (teachers). The executive cognitive function is defined as a set of high-level cognitive processes that are very important to the control, coordination of several cognitive systems and essentials to the organization and monitoring of human behavior. The integrity of these functions are essentials to the performance on the activities of daily living, including the organizational setting. The work ability is a strong predictor of the work performance. It’s defined as a self-evaluation that the worker does about his/her well-being in present and in the near future and how able are they to do their task with respect to work demands, health, and psychological and cognitive resources. So, the aim of this study was to understand the relationship among these variables in doctors, nurses and teachers. So, we used a sample composed by 218 subjects (25 doctors, 93 nurses, and 100 teachers). To evaluate the cognitive executive functions, in particularly, the cognitive flexibility and the non-verbal abstract reasoning administered the HCT. To evaluate the planning and problem -solving abilities administered the Tower of Hanoi (TH). To determine the score of the work ability, we used the work ability index. In order to control variables that could influence this relationship, we used the General Health Questionnaire (GHQ-12), State-Trait Anxiety Inventory, the Eysenck Personality Questionnaire, and a dichotomic question (yes/no) about shift-work. Concerning the analysis of the results, we noticed that changes on the integrity of executive cognitive functions could contribute to the decrease of work ability. However, we looked that the age, shift-work, personality and mental health, it could exert a moderator effect between these variables. Comparing doctors, nurses and teachers, results show that doctors and nurses presented higher scores in executive cognitive function measures than teachers. In conclusion, this study provides a better comprehension about the action of executive cognitive functions in working setting (particularly in the health and education), contributing to the development and implementation of programs for health promotion in working setting.

Doutoramento em Psicologia

Identificador

http://hdl.handle.net/10773/11535

101284926

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de Aveiro

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Psicologia do trabalho #Produtividade do trabalho #Pessoal de saúde #Pessoal de educação #Formação profissional #Processos cognitivos
Tipo

doctoralThesis