O cangaço no cordel e a constituição de uma identidade regionalista pelo migrante nordestino (1950-1980)

Neste trabalho, a partir da recorrência à literatura de cordel como fonte histórica, será apresentada de que forma a reprodução da temática do cangaço nesses folhetos permitem que os migrantes nordestinos constituam uma identidade regionalista baseada no apego aos valores tradicionais da sua região natal. Dentro desse contexto, relacionamos o processo migratório dos nordestinos para as grandes metrópoles situadas no Sudeste, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, com a difusão e recepção dos cordéis nesses estados entre as décadas de 1950 e 1980. No que concerne a abordagem do cangaço nos versos da literatura de cordel, na qual atribui aos cangaceiros o papel de símbolos regionais, serão pontuadas as principais estratégias adotadas pelos cordelistas que possibilitam a identificação e a empatia dos migrantes vindos do Nordeste com os personagens do cangaço narrados nos folhetos, contribuindo para um maior estreitamento entre Nordeste e nordestino. Nesse sentido, vale ressaltar a ressignificação da imagem dos cangaceiros, deslocando sua representação de homens cruéis e bárbaros para a reprodução de heróis-vilãos, isto é, protagonistas de personalidades ambíguas e contraditórias

In this academic work, from the recurrence of cordel literature as a historical source, will be presented how to play the theme Banditry these leaflets allow Northeastern migrants constitute a regionalist identity based on attachment to the traditional values of his homeland. In this context, we list the migration process of the northeastern to the big cities located in the Southeast, especially Rio de Janeiro and Sao Paulo, with the diffusion and reception of cordel in these states between 1950 and 1980. Regarding the decades of the highwaymen approach in verses of cordel literature, in which attributes to bandit the role of regional symbols are scored major strategies adopted by popular poet that enable the identification and empathy of migrants coming from the Northeast to the characters narrated the bandits in the brochures, contributing to a greater narrowing between Northeast and Northeast. In this sense, it is noteworthy to reframe the image of the bandits, shifting its representation of cruel and barbaric men for playing heroes-villains, that is, the protagonists of ambiguous and contradictory personalities