Avaliação do potencial da Telemedicina em Cuidados Paliativos no câncer avançado


Autoria(s): Lilian Hennemann Krause
Contribuinte(s)

Rodolfo Acatauassú Nunes

Eduardo Haruo Saito

Alexandra Maria Monteiro Grisolia

Ciro Augusto Floriani

Data(s)

11/06/2014

Resumo

Este estudo avaliou o potencial da Telemedicina como suporte complementar a assistência ambulatorial na monitoração de sintomas em pacientes com câncer avançado. Foram acompanhados 12 pacientes do ambulatório do Núcleo de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Pedro Ernesto (NCP-HUPE) de janeiro de 2011 a agosto de 2013. Mensalmente foram feitas consultas ambulatoriais pela médica e equipe multidisciplinar. Neste intervalo, os pacientes do domicilio, através de seus computadores pessoais se conectaram ao Laboratório de TeleSSaúde UERJ pelo serviço de webconferências interagindo com a mesma médica assistente do ambulatório. Os pacientes também tiveram acesso à médica por celular e email. A cada entrevista (presencial e remota) foi aplicada a Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton [Edmonton Symptom Assessment System (ESAS)], e coletado outros dados quanto a outras queixas biopsicossociais e espirituais, agravos à saúde, qualidade de áudio e vídeo da conexão, avaliação dos familiares com a Telemedicina e interferência da Telemedicina quanto ao local do óbito do paciente. Houve dificuldade na seleção dos pacientes, pois o HUPE é um hospital público cuja população assistida tem, caracteristicamente, baixa escolaridade, nível socioeconômico restrito e pouca habilidade com informática. O tempo médio de acompanhamento foi de 195 dias (DP 175,11; range: 11-553 dias). Todos receberam diagnóstico de câncer avançado e tinham dificuldades com locomoção. Sem dúvidas, a ESAS favoreceu a comunicação dos sintomas com os profissionais de saúde; porém, condições clínicas e controle dos sintomas singulares, avaliados em momentos distintos e sujeitos a influências diversas, impedem conclusões em relação às pretensas vantagens. Acompanhamento clínico, detecção de agravos à saúde e de sintomas físicos, psicossociais e espirituais foram possíveis de ser observados pela Telemedicina, confirmados e medicados nas consultas presenciais. A conexão para webconferência foi estabelecida por familiares, pois nenhum paciente operava computadores. O óbito domiciliar ocorreu em 41,67% e todos, mesmo os óbitos hospitalares, receberam suporte à distância do NCP. Durante o estudo foram feitos 305 contatos: 110 consultas presenciais a pacientes e familiares e 195 por Telemedicina (77 webconferências, 38 telefonemas e 80 emails). Todos os familiares referiram satisfação com o suporte oferecido. A Telemedicina permitiu maior acesso ao sistema de saúde (maior número de contatos), reduziu a busca por serviços de emergência, ajudou o controle dos sintomas e proporcionou orientações e segurança aos familiares. Este suporte favoreceu intervenções precoces e proativas e assistência continuada até o óbito. A Telemedicina demonstrou ser um bom adjuvante na monitoração e gerenciamento de sintomas de pacientes em cuidados paliativos em domicílio, não substituindo, mas complementando a assistência presencial.

This study assessed telemedicine potential as a complementary support to ambulatory care in monitoring symptoms in patients with advanced cancer. Twelve patients were followed up at the Palliative Care Nucleus ambulatory of the Pedro Ernesto University Hospital (NCP-HUPE) from January 2011 to August 2013. Monthly, assistance were made by physician and multidisciplinary team. Meanwhile, patients at home, with their personal computer connected to UERJ Telehealth Laboratory webconference service, interacting with the same ambulatory physician. Patients also had access to doctors cellphone and e-mail. At each interview (personal and remote) was applied the Edmonton Symptom Assessment System (ESAS), collected data on other biopsychosocial and spiritual complaints, health problems, audio and video quality connection, family's evaluation about Telemedicine and Telemedicine interference on patient's place of death. There was difficulty to select patients because HUPE is a public hospital whose population assisted has typically low educational and socioeconomic status, and restricted ability to deal with computers. The mean follow-up time was 195 days (SD 175.11; range: 11-553 days). All were diagnosed with advanced cancer and had transportation difficulties. There is no doubt that ESAS favored symptoms communication with health professionals; however, singular clinical conditions and symptom control assessed at different moments and subjected to many factors, preclude conclusions regarding alleged advantages. Clinical monitoring, detection of health problems and physical, psychosocial and spiritual symptoms were possible to be observed by Telemedicine, and were confirmed and treated at face-to-face consultations. Webconference connection was made by family members, because no patient operated computers. Death at home occurred in 41.67% and everyone, even the hospital deaths, received NCP support at distance. During the study was made 305 contacts; 110 face-to-face consultations to patients and families and 195 by Telemedicine (77 webconference, 38 telephone calls and 80 emails). Telemedicine allowed better access to health system (greater number of contacts), reduced search for emergency services, helped symptom control and provided orientations and reassurance to family members. This support favored early and proactive interventions and continuing assistance till death. Telemedicine has proved to be a good adjuvant in home monitoring and managing symptoms in palliative care patients, complementing face-to-face assistance, but not substituting it.

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Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9165

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

Direitos

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Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica