Fazendo o caminho de volta: análise do exercício profissional dos assistentes sociais em emergência de grande porte do Rio de Janeiro

O trabalho que ora apresentamos tem como objetivo analisar o exercício profissional dos Assistentes Sociais em uma emergência de grande porte da cidade do Rio de Janeiro. A importância desta análise se inscreve na centralidade alcançada pela saúde na constituição da cidadania brasileira, após a Carta Constitucional de 1988. Este documento assegurou a saúde como direito de todos e dever do Estado, contudo a conjuntura política e econômica iniciada nos anos 90 e aprofundada nos anos 2000, capitaneada pela Contrarreforma do Estado, imporá limites à materialização da política de saúde preconizada pelo Sistema Único de Saúde, impossibilitando que esta seja implementada de acordo com a nova concepção. O que percebemos nos anos 2000 é uma política de saúde focalizada no atendimento emergencial, que abandonou a dimensão da prevenção e da promoção da saúde e que se distancia, progressivamente, do principio da universalidade. Neste contexto de adversidade e limitação do acesso e do atendimento se insere o Assistente Social. Nosso objetivo é delinear o exercício profissional, por nós analisado, a fim de identificar as possibilidades de materialização do projeto ético-político profissional em condições tão adversas e contrárias àquelas que nortearam a interlocução entre o Serviço Social e a saúde nos anos 80. Para tanto este trabalho busca oferecer elementos que nos permitam compreender não somente a dinâmica interna do Hospital por nós analisado, como também a política de saúde em sua totalidade, além de identificar as potencialidades da rede do entorno. Nessa perspectiva, buscamos compreender a dinâmica dos Conselhos de Saúde e a configuração adquirida por estes em tempos de restrição de direitos, sucateamento e desmonte da saúde pública. Nossos estudos indicam que possibilidades de atuação profissional congruentes com o Projeto Ético-Político Profissional estão colocadas na realidade, imiscuídas nas dificuldades impostas pela conjuntura e somente podem ser apreendidas sob a perspectiva de um trabalho coletivo em saúde.

The work presented herein is to analyze the exercise of professional social workers in an emergency large city of Rio de Janeiro. The importance of this analysis falls within the health centrality achieved in the constitution of Brazilian citizenship after the 1988 Constitution. This document assured health as a right of all and duty of the state, but the political and economic conditions began in the '90s and deepened in the 2000s, led by Contrarreformastate, impose limits on the materialization of health policy advocated by the Health System making it impossible for this to be implemented in accordance with the new design. What we see in 2000 is a health policy focused on emergency care, which abandoned the dimension of prevention and health promotion and moves away gradually the principle of universality. In this context of adversity and limiting access and service fits the Social Worker. Our goal is to outline the financial professional, we analyzed in order to identify possibilities for realization of the ethical-political professional in such adverse conditions and contrary to those that guided the dialogue between social work and health in the '80s. Therefore this paper seeks to provide elements that allow us to understand not only the internal dynamics of the Hospital under study, as well as health policy in its entirety, in addition to identifying the potential of the surrounding network. In this perspective, we seek to understand the dynamics of the Health Councils and configuration acquired by them in times of restricted rights, scrapping and dismantling of public health. Our studies indicate that possibilities of professional congruent with Project Ethical-Political professionals are placed in reality imiscuídas the difficulties imposed by the environment and can only be grasped from the perspective of a collective work in health.