Prevalência do medo de quedas em idosos e sua associação com fatores clínicos,funcionais e psicossociais: Estudo FIBRA-RJ


Autoria(s): Flávia Moura Malini
Contribuinte(s)

Roberto Alves Lourenço

Claudia de Souza Lopes

Carlos Montes Paixão Júnior

Ana Cristina Oliveira Bruno Franzoi

Data(s)

25/02/2014

Resumo

Introdução: Com o expressivo aumento da população idosa, as quedas são eventos comuns e levam a desfechos adversos à saúde. As consequências do medo de quedas podem ser tão incapacitantes como as quedas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência do medo de quedas em idosos e sua associação com fatores clínicos, funcionais e psicossociais. Métodos: Utilizaram-se os dados do Estudo FIBRA-RJ, que avaliou clientes de uma operadora de saúde, residentes na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. A seleção desta amostra foi realizada através de amostragem aleatória inversa, de acordo com estratos de faixa etária e sexo do cadastro oferecido pela operadora. As entrevistas foram realizadas face a face no domicilio. O medo de quedas, variável dependente, foi avaliado através da FES-I-BR. As seguintes variáveis clínicas, funcionais e psicossociais foram avaliadas como variáveis independentes: histórico de quedas, fratura pós-queda, número de comorbidades, número de medicamentos, internação no último ano, uso de dispositivo de auxílio à marcha, dependência funcional nas atividades básicas e instrumentais de vida diária, dificuldade visual e auditiva, força de preensão palmar, velocidade de marcha, autopercepção de saúde, sintomas depressivos, alteração cognitiva, morar só, apoio social instrumental e nível de atividade. As associações foram avaliadas através de regressão logística. Resultados: Dentre os 742 idosos avaliados, 51,9% apresentaram medo de quedas, sendo esta prevalência maior no sexo feminino e nos mais idosos. Na análise logística multivariada, houve associação com histórico de 1 ou 2 quedas (OR=2,18; IC95%1,42-3,36), 3 ou mais quedas (OR=2,72; IC95% 1,10-6,70), usar 7 ou mais medicamentos (OR=1,70; IC95%1,04-2,80), dificuldade auditiva (OR=1,66; IC95% 1,10-2,49), ter dependência funcional nas atividades de vida diária (AVDs) (OR=1,73; IC95%1,07-2,79), velocidade de marcha diminuída (OR=1,64; IC95%1,04-2,58), autopercepção de saúde regular (OR=1,89; IC95%1,30-2,74) e ruim/muito ruim (OR=4,92; IC95%1,49-16,27) e sintomas depressivos (OR=1,68; IC95%1,07-2,63). Conclusão: Os resultados obtidos mostram a prevalência elevada de medo de quedas. Destaca-se a necessidade de avaliação desta condição nos idosos. Identificar os fatores associados é útil para desenvolver estratégias efetivas de intervenção dos possíveis fatores modificáveis.

Introduction: With the significant increase in the elderly population, falls are common events and lead to adverse health outcomes. The consequences of fear of falling can be as disabling as the falls. Objective: This study aimed to determine the prevalence of fear of falling in elderly and its association with clinical, functional, and psychosocial factors. Methods: We used data from FIBRA-RJ study, who evaluated customers of a private health provider, aged 65 or older, residing in the northern of Rio de Janeiro city. Fear of falling was measured by the Falls Efficacy Scale-I-BR (FES-I-BR).The following independents variables were assessed: history of falls, fracture post fall, number of comorbidities, number of medications, hospitalization in the previous year, use of walking aid, functional dependency in activities of daily living and instrumental activities of daily living, visual and auditive impaiment, grip strength, walking speed, self-rated health, depressive symptoms, cognitive impairment, living alone, social support and activity level. To evaluate these associations, multiple logistic regression were used. Results: Among the 742 assessed elderly, 51.9% had fear of falling, which were more prevalente in women and with increase age. Was associated with fear of falling: a history of 1 or 2 falls (OR=2.18; IC 95%1.42-3.36), 3 or more falls (OR=2.72; IC95% 1.10-6.70), use of 7 or more drugs (OR=1.70; IC95%1.04-2.80), hearing impairment (OR=1.66; IC95%1.10- 2.49), functional dependence in activities of daily living (ADL) (OR=1.73; IC95%1,07-2,79), gait speed decreased (OR=1.64; IC 95%1.04-2.58), self-rated health regular (OR=1.89; IC 95%1.30-2.74) and poor / very poor (OR=4.92; IC95%1.49-16.27) and depressive symptoms (OR=1.68; IC95%1.07-2.63). Conclusion: The obtained results show a high prevalence of fear of falling in this sample. We highlight the need for the assessment of this condition in the elderly in order to identify these individuals earlier to develop effective intervention strategies of modifiable factors.

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Identificador

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Idioma(s)

pt

Publicador

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Palavras-Chave #Idoso #Prevalência #Medo de quedas #Estudo de corte transversal #Aged #Prevalence #Fear of falling #Cross-sectional study #EPIDEMIOLOGIA
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica