Casamento e estratificação social : um estudo sobre seletividade marital por escolaridade e origem social no Brasil


Autoria(s): Carolina de Souza Costa
Contribuinte(s)

Adalberto Moreira Cardoso

Carlos Antonio Costa Ribeiro

Maria Celi Ramos da Cruz Scalon

Danielle Cireno Fernandes

Nelson do Valle Silva

Data(s)

14/12/2011

Resumo

Buscou-se, nesse estudo, quantificar e avaliar a homogamia, a heterogamia e as barreiras de cruzamento ao matrimônio via escolaridade (anos de estudo) e origem social (categorias ocupacionais dos pais). As tendências temporais desses padrões também foram examinadas. Analisou-se, ainda, a associação entre escolaridade dos maridos, escolaridade das esposas (status realizado), origem social dos maridos e origem social das esposas (status atribuído). Esse trabalho teve o intuito também de discutir o viés de seletividade marital segundo os diferenciais sociais (anos de estudo e origem social). Para isso, foram analisados parâmetros que mostram como se configuram os padrões de nupcialidade (idade média ao casar e celibato definitivo), bem como foram examinados os determinantes da união sob a perspectiva de três níveis de fatores condicionantes (nível das características individuais, nível do status atribuído e nível do status realizado). Verificou-se que as mulheres com alta escolaridade, no Brasil, permanecem num período maior na condição de solteiras (alta idade média ao casar e alto celibato definitivo). Os homens com alta escolaridade também apresentaram uma alta idade média ao casar, entretanto, o casamento demonstrou ser praticamente universal para esse segmento. Os resultados também mostraram que o aumento de um ano na idade dos indivíduos elevam a chance de união em aproximadamente 5%. Ter uma baixa escolaridade também aumenta a chance dos indivíduos se casarem. A variável origem social apresentou um comportamento dúbio ao ser incorporada no modelo com a variável anos de estudo. Constatou-se que há uma alta proporção de uniões homogâmicas por escolaridade. Para efetuar uma análise adequada das tendências temporais na seletividade marital foi proposto modelos log-lineares em que a dimensão do tempo foi incorporada. O ajustamento dos modelos indicou que a interpretação mais plausível para as tendências temporais na seletividade marital por escolaridade é a da estabilidade dos parâmetros indicativos das propensões homogâmicas. Em relação a análise da seletividade marital e origem social os resultados mostraram que a maior proporção de homogamia pôde ser verificada entre os casais que tinham como origem social a categoria de pequenos proprietários rurais. A conclusão mais plausível ao se analisar os modelos que consideraram as tendências temporais é que a variação temporal dos parâmetros indicativos da seletividade marital por origem social é a característica mais forte dos dados analisados. Ao analisar as chances relativas oriundas desse modelo observou-se que as barreiras de origem social de curta distância (entre segmentos de origem social próximos) são as mais fáceis de serem transpostas. Ao passo que as barreiras mais difíceis de serem ultrapassadas estão concentradas nos dois extremos. Verificou-se, ainda, que as associações entre as interações escolaridade do marido e escolaridade da esposa e origem social do marido e origem social da esposa não são independentes. Assim, pode-se presumir que a origem social (status atribuído) continua influenciando a escolha conjugal mesmo quando se leva em consideração o status realizado (escolaridade dos cônjuges)

This study attempted to quantify and evaluate homogamy, heterogamy and the crossing barriers to marriage regarding schooling (years of study) and social background (parental occupational category). Time tendencies present in these patterns were also considered as well as the association between husbands schooling, wives schooling (status held), husbands social origin and wives social origin (status assigned). This thesis also aimed to discuss the marital selectivity bias according to social differentials (years of study and social origin). For this, parameters that show how marriage patterns are configured (mean age to marry and permanent celibacy) were analyzed. It was also considered the marriage determinant factors under three conditions (individual characteristics, level of assigned status and level of status held). It was found that women with high educational level, in Brazil, remain unmarried for a longer period, since they usually get married on their late middle ages and show a high permanent celibacy). Men with high educational levels also showed a high mean age to marry, however, marriage proved to be virtually universal for this segment. The results also showed that the increase of one year in the age of individuals raises the chance of marriage in approximately 5%. Having a low educational level also increases the chance of people to get married. The social origin variable demonstrated a dubious behavior when incorporated into the model with the years of study variable. A high proportion of homogamic unions for schooling was found. To perform an adequate analysis of time tendencies in marital selectivity log-linear models were proposed and time dimension was incorporated. The models adjustment indicated that the most plausible interpretation for time tendencies in marital selectivity for schooling is the indicative parameters of stability regarding homogamic tendencies. Considering the analysis of marital and social origin selectivity results showed that the highest proportion of homogamy could be observed between couples who came from rural smallholders family. The most plausible conclusion when analyzing the time tendencies models is that the temporal variation of indicative parameters of marital selectivity by social origin is the strongest feature throughout the analyzed data. When analyzing the relative chances from this model it was observed that the short distance social origin barriers (between close social origin segments) are the easiest ones to be transposed. While the hardest barriers to overcome are concentrated in the two extremes. It was also found that the associations between the interactions husband and wife schooling and husband and wifes social origin and social background are not independent. In this way, it can be supposed that the social background (status assigned) continues influencing the choice of marriage even when it takes into account the status held (schooling of spouses)

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Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5198

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

Direitos

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Palavras-Chave #Homogamia #Heterogamia #Seletividade marital #Origem social #Escolaridade #Homogamy #Heterogamy #marital selectivity #Social origin #Schooling #SOCIOLOGIA
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica