Manoel Antônio Esteves : um capitalista esquecido no Vale (1850 1879)

O estudo da correspondência possibilita uma análise de detalhes que, de outra maneira, escapariam à compreensão da historiografia. A proposta deste trabalho é fazer uma análise do comportamento de um cafeicultor do Vale do Paraíba Fluminense, Manoel Antônio Esteves que, de 1845 a 1879, manteve correspondência com diversos elementos e soube preservar este material. Entre cartas recebidas e enviadas, através da microanálise, podemos compreender um pouco da realidade do oitocentos brasileiro, com destaque especial para as questões familiares, a criação e manutenção de redes de sociabilidade, a cultura política de um período que marcou a região em foco. Cartas são documentos ainda pouco explorados pela historiografia, mas guardam informações capazes de produzir novas interpretações de uma época. Elas podem, aqui, revelar muito ainda sobre o longo século XIX no Brasil.

The study of mail allows a detailed analysis that otherwise would escape the comprehension of historiography. The objective of this work is to analyse the behavior of a coffee grower from the the Valley of the Paraiba in Rio de Janeiro State, Manoel Antonio Esteves, from 1845 to 1879, who corresponded with several people and preserved this material. From the letters received and sent, through microanalysis, we can understand a little of the reality of the Brazilian eighteen hundreds, with especial emphasis to family matters, the creation and maintenance of social networks, and the political culture that characterized the area focused here. Letters are documents that are still little explored in historiography, however they keep information capable of reproducing new interpretations of an epoch. They may furthermore reveal a lot about the long nineteenth century in Brazil.