A mercantilização na saúde e a hegemonia do capital financeiro


Autoria(s): Rodrigo de Oliveira Ribeiro
Contribuinte(s)

Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi

Sara Granemann

Maria Ines Souza Bravo

Data(s)

29/10/2010

Resumo

A presente dissertação analisa como a lógica do capital penetrou na saúde como resultado da necessidade de expansão das forças produtivas. O que se pretende confirmar é o processo no qual o capital, ao metamorfosear sua necessidade em necessidade universal, amplia suas bases de produção e faz parecer que, para alcançar níveis melhores de saúde, toda área precise depender de injeções cada vez mais vultuosas de capitais. Essa dependência, em suma ideológica, produz e cria os meios para a reprodução de suas contradições em todos os ramos da área de saúde. É nessa esteira que o capital portador de juros passa a determinar os processos de produção e reprodução na área, com o objetivo de alcançar lucros exorbitantes, ao ponto de sentenciar centenas de milhares de vidas a incerteza, a dor e até a morte do corpo e da alma pela falta de assistência das políticas de saúde. Problematiza-se os projetos em disputa na saúde, ressaltando o projeto contra-hegemônico da Reforma Sanitária elaborado nos anos 1970. Aborda-se a saúde por sua relevância e necessidade de transpô-la ao patamar de valor humanitário, a partir de uma inquietação tangencial, aos processos vivenciados no cotidiano entre aqueles que trabalham, para possibilitar o acesso a uma multidão cada vez maior e mais diversificada que requer, enquanto trabalhadores, direitos aos produtos e aos serviços de saúde. Tomando a referência do complexo industrial da saúde, no contexto de hegemonia do capital financeiro, evidencia-se sua consolidação na ampliação da acumulação e concentração frente à histórica necessidade do capital de assentar-se em bases materiais e de articular-se ao capital portador de juros. Na atualidade esse processo sustenta este modo de produção e garante sua produção/reprodução por meio da invenção crescente de capitais fictícios. No Brasil, ao passo que as políticas sociais são privatizadas, a concentração de capitais, os planos de investimento e crescimento das empresas por participação acionária são financiados com recursos públicos comprovados por meio dos programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Social.

This dissertation examines how the logic of capital has penetrated in health as a result of the need for expansion of productive forces. It intends to confirm the process in which the capital, in order to metamorphose its needs into universal needs, extends its production bases and makes it seem that, to achieve better health levels, the whole area needs to rely on increasingly large injections of capital. This dependency, altogether ideological, produces and creates the means for the reproduction of its contradictions in all branches of healthcare. Its on this stream that the interest-filled capital shall determine the processes of production and reproduction in this specific area, aiming at achieving exorbitant profits, to the extent of sentencing hundreds of thousands of lives to uncertainty, pain and even death of body and soul, due to the lack of medical care and health policy. Healthcare projects currently in struggle are rendered problematic, emphasizing the counter-hegemonic project of the Sanitary Reform produced in the 70s. Health is tackled by its relevance and by the need of transposing it it to the highest level of humanitarian value, from a tangential concern, to processes experienced in everyday life among those who are working, to enable access to a growing and diversified crowd that requires, while workers, rights over products and health services. Taking as reference the industrial complex of health, in the context of financial capital hegemony, its consolidation is made clear in the widening of accumulation and concentration before the historical capital need of settling on material bases and articulating to interest filled capital. Today that process supports this way of production and ensures its production/reproduction by means of increasing invention of fictitious capital. In Brazil, as social policies are being privatized, the concentration of capital, investment plans and the growth of shareholding companies are funded by public resources by means of programs of the Banco Nacional de Desenvolvimento Social (Social Development National Bank).

Formato

PDF

Identificador

http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3318

Idioma(s)

pt

Publicador

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ

Direitos

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Palavras-Chave #SERVICO SOCIAL #Políticas de saúde #Forças produtivas #Capital portador de juros #Health policy #Productive forces #Interest filled capital #Privatização Brasi
Tipo

Eletronic Thesis or Dissertation

Tese ou Dissertação Eletrônica