Modulação imunológica in vitro de células de Langerhans e macrófagos por drogas utilizadas no manejo de reações hansênicas

As células de Langerhans (CLs) estão localizadas na epiderme e desempenham um papel chave na indução da resposta imune e da tolerância imunológica. Os macrófagos são células fagocíticas que atuam como primeira linha de defesa do organismo, e que estão envolvidos na formação de granulomas em pacientes com hanseníase. A imunopatogenia da resposta celular nos estados reacionais ainda é pouco estudada, porém, diversas evidências sugerem que as drogas prednisona, talidomida, ciclosporina e amitriptilina, utilizadas no controle das reações hansênicas, exercem seus efeitos pela modulação das funções de diferentes células imunocompetentes. O objetivo do presente estudo foi analisar a ação in vitro das drogas prednisona, talidomida, ciclosporina e amitriptilina sobre a produção de citocinas por CLs e macrófagos de camundongos BALB/c. As CLs foram isoladas, purificadas e cultivadas a partir da epiderme pela técnica de “panning” e os macrófagos foram isolados da cavidade peritoneal de camundongos BALB/c. Após 36 h de tratamento com as drogas, os níveis de TNF-, IL-12 e IL-10 foram medidos por ELISA. Prednisona, talidomida, ciclosporina e amitriptilina inibiram os níveis de TNF- produzidos pelas CLs, em ambas as concentrações, no entanto, não foi detectada alteração significativa na produção de IL-12. A produção de TNF- e de IL-12 por macrófagos peritoneais também foi diminuída após o tratamento, porém os níveis de IL-10 não foram modificados por nenhuma das drogas testadas. Nossos resultados mostram que estas drogas podem modular a resposta imune através da regulação das citocinas pró-inflamatórias TNF- e IL-12 por CLs purificadas da epiderme e por macrófagos peritoneais, indicando que as citocinas constituem importante alvo de drogas usadas no tratamento dos estados reacionais.

Genomic analysis of ERVWE2 locus in patients with multiple sclerosis: absence of genetic association but potential role of human endogenous retrovirus type W elements in molecular mimicry with myelin antigen

Human endogenous retroviruses (HERVs) arise from ancient infections of the host germline cells by exogenous retroviruses, constituting 8% of the human genome. Elevated level of envelope transcripts from HERVs-W has been detected in CSF, plasma and brain tissues from patients with Multiple Sclerosis (MS), most of them from Xq22.3, 15q21.3, and 6q21 chromosomes. However, since the locus Xq22.3 (ERVWE2) lack the 5' LTR promoter and the putative protein should be truncated due to a stop codon, we investigated the ERVWE2 genomic loci from 84 individuals, including MS patients with active HERV-W expression detected in PBMC. In addition, an automated search for promoter sequences in 20 kb nearby region of ERVWE2 reference sequence was performed. Several putative binding sites for cellular cofactors and enhancers were found, suggesting that transcription may occur via alternative promoters. However, ERVWE2 DNA sequencing of MS and healthy individuals revealed that all of them harbor a stop codon at site 39, undermining the expression of a full-length protein. Finally, since plaque formation in central nervous system (CNS) of MS patients is attributed to immunological mechanisms triggered by autoimmune attack against myelin, we also investigated the level of similarity between envelope protein and myelin oligodendrocyte glycoprotein (MOG). Comparison of the MOG to the envelope identified five retroviral regions similar to the Ig-like domain of MOG. Interestingly, one of them includes T and B cell epitopes, capable to induce T effector functions and circulating Abs in rats. In sum, although no DNA substitutions that would link ERVWE2 to the MS pathogeny was found, the similarity between the envelope protein to MOG extends the idea that ERVEW2 may be involved on the immunopathogenesis of MS, maybe facilitating the MOG recognizing by the immune system. Although awaiting experimental evidences, the data presented here may expand the scope of the endogenous retroviruses involvement on MS pathogenesis