987 resultados para Family interventions


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RESUMO:As perturbações psicóticas são doenças mentais complexas sendo influenciadas na sua etiologia e prognóstico por factores biológicos e psicossociais. A interferência do ambiente familiar na evolução da doença espelha bem esta realidade. Quando em 1962 George Brown e colaboradores descobriram que ambientes familiares com elevada Emoção Expressa (EE) contribuíam para um aumento significativo do número de recaídas de pessoas com esquizofrenia (Brown et al., 1962), estava aberto o caminho para o desenvolvimento de novas intervenções familiares. A EE inclui cinco componentes: três componentes negativos, i.e. criticismo, hostilidade e envolvimento emocional excessivo; e dois componentes positivos, i.e. afectividade e apreço (Amaresha & Venkatasubramanian, 2012; Kuipers et al., 2002). No final dos anos 1970 surgiram os primeiros trabalhos na área das intervenções familiares nas psicoses (IFP). Dois grupos em países diferentes, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América, desenvolveram quase em simultâneo duas abordagens distintas. Em Londres, a equipa liderada por Julian Leff desenhava uma intervenção combinando sessões unifamiliares em casa, incluindo o paciente, e sessões em grupo, apenas para os familiares (Leff et al., 1982). Por seu turno, em Pittsburgh, Gerard Hogarty e colaboradores desenvolviam uma abordagem que compreendia a dinamização de sessões educativas em grupo (Anderson e tal., 1980). Para designar este trabalho, Hogarty e colaboradores propuseram o termo “psicoeducação”. As IFP começaram a ser conhecidas por esta designação que se generalizou até aos dias de hoje. Neste contexto a educação era vista como a partilha de informação acerca da doença, dos profissionais para os familiares. Nas sessões os profissionais eram informados acerca das manifestações, etiologia, tratamento e evolução das psicoses, bem como de formas para lidar com as situações difíceis geradas pela doença, e.g. risco de recaída. Os trabalhos pioneiros das IFP foram rapidamente sucedidos pelo desenvolvimento de novos modelos e a proliferação de estudos de eficácia. Para além dos modelos de Leff e Hogarty, os modelos IFP que ficaram mais conhecidos foram: (1) a Terapia Familiar-Comportamental, desenvolvida por Ian Falloon e colaboradores (Falloon et al., 1984); e (2) a Terapia Multifamiliar em Grupo, desenvolvida por William McFarlane e colaboradores (McFarlane, 1991). O incremento de estudos de eficácia contribuiu rapidamente para as primeiras meta-análises. Estas, por sua vez, resultaram na inclusão das IFP nas normas de orientação clínica mais relevantes para o tratamento das psicoses, nomeadamente da esquizofrenia (e.g. PORT Recomendations e NICE Guidelines). No geral os estudos apontavam para uma diminuição do risco de recaída na esquizofrenia na ordem dos 20 a 50% em dois anos (Pitschel-Walz et al., 2001). No final dos anos 1990 as IFP atingiam assim o apogeu. Contudo, a sua aplicação prática tem ficado aquém do esperado e as barreiras à implementação das IFP passaram a ser o foco das atenções (Gonçalves-Pereira et al., 2006; Leff, 2000). Simultaneamente, alguns autores começaram a levantar a questão da incerteza sobre quais os elementos-chave da intervenção. O conhecimento sobre o processo das IFP era reduzido e começaram a surgir as primeiras publicações sobre o assunto (Lam, 1991). Em 1997 foi dinamizada uma reunião de consenso entre os três investigadores mais relevantes do momento, Falloon, Leff e McFarlane. Deste encontro promovido pela World Schizophrenia Fellowship for Schizophrenia and Allied Disorders surgiu um documento estabelecendo dois objectivos e quinze princípios para as IFP (WFSAD, 1997). Não obstante os contributos que foram feitos, continua a existir uma grande falta de evidência empírica acerca do processo das IFP e dos seus elementos-chave (Cohen et al., 2008; Dixon et al., 2001; Lam, 1991; Leff, 2000; McFarlane et al., 2003). Também em Portugal, apesar da reflexão teórica nesta área e do registo de ensaios de efectividade de grupos para familiares – estudo FAPS (Gonçalves-Pereira, 2010), os componentes fundamentais das IFP nunca foram analisados directamente. Assim, o projecto de investigação descrito nesta tese teve como objectivo identificar os elementos-chave das IFP com base em investigação qualitativa. Para tal, conduzimos três estudos que nos permitiriam alcançar dados empíricos sobre o tema. O primeiro estudo (descrito no Capítulo 2) consistiu na realização de uma revisão sistemática da literatura científica acerca das variáveis relacionadas com o processo das IFP. A nossa pesquisa esteve focada essencialmente em estudos qualitativos. Contudo, decidimos não restringir demasiado os critérios de inclusão tendo em conta as dificuldades em pesquisar sobre investigação qualitativa nas bases de dados electrónicas e também devido ao facto de ser possível obter informação sobre as variáveis relacionadas com o processo a partir de estudos quantitativos. O método para este estudo foi baseado no PRISMA Statement para revisões sistemáticas da literatura. Depois de definirmos os critérios de inclusão e exclusão, iniciámos várias pesquisas nas bases de dados electrónicas utilizando termos booleanos, truncações e marcadores de campo. Pesquisámos na PubMed/MEDLINE, Web of Science e nas bases de dados incluídas na EBSCO Host (Academic Search Complete; Education Research Complete; Education Source; ERIC; and PsycINFO). As pesquisas geraram 733 resultados. Depois de serem removidos os duplicados, 663 registos foram analisados e foram seleccionados 38 artigos em texto integral. No final, 22 artigos foram incluídos na síntese qualitativa tendo sido agrupados em quatro categorias: (1) estudos examinando de forma abrangente o processo; (2) estudos acerca da opinião dos participantes sobre a intervenção que receberam; (3) estudos comparativos que individualizaram variáveis sobre o processo; e (4) estudos acerca de variáveis mediadoras. Os resultados evidenciaram um considerável hiato na investigação em torno do processo das IFP. Identificámos apenas um estudo que abordava de forma abrangente o processo das IFP (Bloch, et al., 1995). Este artigo descrevia uma análise qualitativa de um estudo experimental de uma IFP. Contudo, as suas conclusões gerais revelaramse pobres e apenas se podia extrair com certeza de que as IFP devem ser baseadas nas necessidades dos participantes e que os terapeutas devem assumir diferentes papéis ao longo da intervenção. Da revisão foi possível perceber que os factores terapêuticos comuns como a aliança terapêutica, empatia, apreço e a “aceitação incondicional”, podiam ser eles próprios um elemento isolado para a eficácia das IFP. Outros estudos enfatizaram a educação como elemento chave da intervenção (e.g. Levy-Frank et al., 2011), ao passo que outros ainda colocavam a ênfase no treino de estratégias para lidar com a doença i.e. coping (e.g. Tarrier et al., 1988). Com base nesta diversidade de resultados e tendo em conta algumas propostas prévias de peritos (McFarlane, 1991; Liberman & Liberman, 2003), desenvolvemos a hipótese de concebermos as IFP como um processo por etapas, de acordo com as necessidades dos familiares. No primeiro nível estariam as estratégias relacionadas com os factores terapêuticos comuns e o suporte emocional,no segundo nível a educação acerca da doença, e num nível mais avançado, o foco seria o treino de estratégias para lidar com a doença e diminuir a EE. Neste estudo concluímos que nem todas as famílias iriam precisar de IFP complexas e que nesses casos seria possível obter resultados favoráveis com IFP pouco intensas. O Estudo 2 (descrito no Capítulo 3) consistiu numa análise qualitativa dos registos clínicos do primeiro ensaio clínico da IFP de Leff e colaboradores (Leff et al., 1982). Este ensaio clínico culminou numa das evidências mais substanciais alguma vez alcançada com uma IFP (Leff et al., 1982; Leff et al., 1985; Pitschel-Walz et al., 2001). Este estudo teve como objectivo modular a EE recorrendo a um modelo misto com que compreendia sessões familiares em grupo e algumas sessões unifamiliares em casa, incluindo o paciente. Os resultados mostraram uma diminuição das recaídas em nove meses de 50% no grupo de controlo para 8% no grupo experimental. Os registos analisados neste estudo datam do período de 1977 a 1982 e podem ser considerados como material histórico de alto valor, que surpreendentemente nunca tinha sido analisado. Eram compostos por descrições pormenorizadas dos terapeutas, incluindo excertos em discurso directo e estavam descritos segundo uma estrutura, contendo também os comentários dos terapeutas. No total os registos representavam 85 sessões em grupo para familiares durante os cinco anos do ensaio clínico e 25 sessões unifamiliares em casa incluindo o paciente. Para a análise qualitativa decidimos utilizar um método de análise dedutivo, com uma abordagem mecânica de codificação dos registos em categorias previamente definidas. Tomámos esta decisão com base na extensão apreciável dos registos e porque tínhamos disponível informação válida acerca das categorias que iríamos encontrar nos mesmos, nomeadamente a informação contida no manual da intervenção, publicado sob a forma de livro, e nos resultados da 140 nossa revisão sistemática da literatura (Estudo 1). Deste modo, foi construída uma grelha com a estrutura de codificação, que serviu de base para a análise, envolvendo 15 categorias. De modo a cumprir com critérios de validade e fidelidade rigorosos, optámos por executar uma dupla codificação independente. Deste modo dois observadores leram e codificaram independentemente os registos. As discrepâncias na codificação foram revistas até se obter um consenso. No caso de não ser possível chegar a acordo, um terceiro observador, mais experiente nos aspectos técnicos das IFP, tomaria a decisão sobre a codificação. A análise foi executada com recurso ao programa informático NVivo® versão 10 (QSR International). O número de vezes que cada estratégia foi utilizada foi contabilizado, especificando a sessão e o participante. Os dados foram depois exportados para uma base de dados e analisados recorrendo ao programa informático de análise estatística SPSS® versão 20 (IBM Corp.). Foram realizadas explorações estatísticas para descrever os dados e obter informação sobre possíveis relações entre as variáveis. De modo a perceber a significância das observações, recorremos a testes de hipóteses, utilizando as equações de estimação generalizadas. Os resultados da análise revelaram que as estratégias terapêuticas mais utilizadas na intervenção em grupo foram: (1) a criação de momentos para ouvir as necessidades dos participantes e para a partilha de preocupações entre eles – representando 21% de todas as estratégias utilizadas; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos mais difíceis da doença – 15%; (3) criar condições para que os participantes recebam suporte emocional – 12%; (4) lidar com o envolvimento emocional excessivo 10%; e (5) o reenquadramento das atribuições dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes – 10%. Nas sessões unifamiliares em casa, as estratégias mais utilizadas foram: (1) lidar com o envolvimento emocional excessivo – representando 33% de todas as estratégias utilizadas nas sessões unifamiliares em casa; (2) treino e aconselhamento acerca de formas para lidar com os aspectos desafiadores da doença – 22%; e (3) o reenquadramento das atribuições dos familiares acerca dos comportamentos dos pacientes, juntamente com o lidar com a zanga, o conflito e a rejeição – ambas com 10%. A análise longitudinal mostrou que a criação de momentos para ouvir as necessidades dos familiares tende a acontecer invariavelmente ao longo do programa. Sempre que isso acontece, são geralmente utilizadas estratégias para ajudar os familiares a lidarem melhor com os aspectos difíceis da doença e estratégias para fomentar o suporte emocional. Por sua vez, foi possível perceber que o trabalho para diminuir o envolvimento emocional excessivo pode acontecer logo nas primeiras sessões. O reenquadramento e o lidar com a zanga/ conflito/ rejeição tendem a acontecer a partir da fase intermédia até às últimas sessões. A análise das diferenças entre os familiares com baixa EE e os de elevada EE, mostrou que os familiares com elevada EE tendem a tornar-se o foco da intervenção grupal. Por sua vez, os familiares com baixa EE recebem mais estratégias relacionadas com aliança terapêutica, comparativamente com os familiares com elevada EE. São de realçar os dados relativamente às estratégias educativas. Foi possível observar que estas tendem a acontecer mais no início dos grupos, não estando associadas a outras estratégias. Contudo é de notar a sua baixa utilização, a rondar apenas os 5%.O Estudo 3 (descrito no Capítulo 4) surgiu como uma forma de completar a análise do Estudo 2, permitindo uma visão mais narrativa do processo e focando, adicionalmente, as mudanças que ocorrem nos participantes. Com base nos mesmos registos utilizados no Estudo 2, codificámos de forma secundária os registos em duas categorias i.e. marcadores de mudança e marcadores emocionais. Os marcadores de mudança foram cotados sempre que um participante exibia comportamentos ou pensamentos diferentes dos anteriores no sentido de uma eventual redução na EE. Os marcadores emocionais correspondiam à expressão intensa de sentimentos por parte dos participantes nas sessões e que estariam relacionados com assuntos-chave para essas pessoas. Os excertos que continham a informação destes marcadores foram posteriormente revistos e articulados com notas e comentários não estruturados que recolhemos durante a codificação do Estudo 2. Com base nesta informação os registos foram revistos e, utilizando um método indutivo, elaborámos uma narrativa acerca da intervenção. Os resultados da narrativa foram discutidos com dados de que dispúnhamos, referentes a reuniões com os terapeutas envolvidos na intervenção em análise (Elizabeth Kuipers, Ruth Berkowitz e Julian Leff; Londres, Novembro de 2011). Reconhecemos que, pela sua natureza não estruturada e indutiva, a avaliação narrativa está mais sujeita ao viés de observador. Não obstante, os resultados deste Estudo 3 parecem revestir uma consistência elevada. O mais relevante foi a evidência de que na intervenção em análise ocorreram mudanças emocionais significativas nos familiares ao longo das sessões em grupo. Numa fase inicial os familiares tenderam a expressar sentimentos de zanga. Seguidamente, os terapeutas iam nterrompendo o discurso de reminiscências, direccionavam o discurso para as suas preocupações actuais e os familiares pareciam ficar mais calmos. Contudo, à medida que os 143 participantes “mergulhavam” nos problemas com que se confrontavam na altura, os sentimentos de zanga davam lugar a sentimentos de perda e angústia. Nessa altura os terapeutas enfatizavam o suporte emocional e introduziam progressivamente técnicas de reenquadramento para ajudar os participantes a avaliar de forma mais positiva as situações. Este trabalho dava lugar a sentimentos mais positivos, como a aceitação, apreço e a sensação de controlo. O Estudo 3 evidenciou também o que designamos como o “Efeito de Passagem de Testemunho”. Este efeito aconteceu sempre que um membro novo se juntava ao grupo. Os membros antigos, que estavam a ser o alvo das atenções e naturalmente a receber mais intervenção, mudam de papel e passam eles próprios a focar as suas atenções nos membros mais recentes do grupo, contribuindo para a dinâmica do grupo com as mesmas intervenções que os ajudaram previamente. Por exemplo, alguns membros antigos que eram altamente críticos nos grupos em relação aos seus familiares passavam a fazer comentários de reenquadramento dirigidos para os novos membros. Por fim, o Capítulo 5 resume as conclusões gerais deste projecto de investigação. Os estudos apresentados permitiram um incremento no conhecimento acerca do processo das IFP. Anteriormente esta informação era baseada sobretudo na opinião de peritos. Com este projecto aumentámos o nível de evidência ao apresentar estudos com base em dados empíricos. A análise qualitativa do Estudo 2 permitiu pela primeira vez, tanto quanto é do nosso conhecimento, perceber de forma aprofundada o processo subjacente a uma IFP (no contexto de um ensaio clínico que se revelou como um dos mais eficazes de sempre). Identificámos as estratégias mais utilizadas, as relações entre elas e a sua diferente aplicação entre familiares com baixa EE e familiares com alta EE.O Estudo 3 completou a informação incluindo aspectos relacionados com as mudanças individuais durante o programa. No final foi possível perceber que as IFP devem ser um programa por etapas. Nos Estudo 2 e 3, evidenciámos que numa fase inicial, os terapeutas dedicaram especial atenção para que os familiares tivessem espaço para partilharem as suas necessidades, disponibilizando logo de seguida estratégias para promover o suporte emocional e estratégias de coping. Num nível subsequente do programa, o trabalho terapêutico avançou para estratégias mais direccionadas para regular a EE, mantendo sempre as estratégias iniciais ao longo das sessões. Assim apesar de a educação ter sido um componente importante na IFP em análise, houve outras estratégias mais relevantes no processo. A evidência gerada pelos Estudos 2 e 3 baseou-se em registos históricos de elevado valor, sendo que os constructos subjacentes na época, nomeadamente a EE, continuam a ser a base da investigação e prática das IFP a nível mundial em diferentes culturas (Butzlaff & Hooley, 1998). Concluímos que as IFP são um processo complexo com diferentes níveis de intervenção, podendo gerar mudanças emocionais nos participantes durante as sessões. No futuro será importante replicar o nosso trabalho (nomeadamente o Estudo 2) com outras abordagens de IFP, de modo a obter informação acerca do seu processo. Esse conhecimento será fundamental para uma possível evolução do paradigma das IFP. ----------- ABSTRACT: Background: Psychotic-spectrum disorders are complex biopsychosocial conditions and family issues are important determinants of prognosis. The discovery of the influence of expressed emotion on the course of schizophrenia paved the road to the development of family interventions aiming to lower the “emotional temperature” in the family. These treatment approaches became widely recognised. Effectiveness studies showed remarkable and strong results in relapse prevention and these interventions were generalised to other psychotic disorders besides schizophrenia. Family interventions for psychosis (FIP) prospered and were included in the most important treatment guidelines. However, there was little knowledge about the process of FIP. Different FIP approaches all led to similar outcomes. This intriguing fact caught the attention of authors and attempts were made to identify the key-elements of FIP. Notwithstanding, these efforts were mainly based on experts’ opinions and the conclusions were scanty. Therefore, the knowledge about the process of FIP remains unclear. Aims: To find out which are the key-elements of FIP based on empirical data. Methods: Qualitative research. Three studies were conducted to explore the process of FIP and isolate variables that allowed the identification of the key-elements of FIP. Study 1 consisted of a systematic literature review of studies evaluating process-related variables of FIP. Study 2 subjected the intervention records of a formerly conducted effective clinical trial of FIP to a qualitative analysis. Records were analysed into categories and the emerging data were explored using descriptive statistics and generalised estimating equations. Study 3 consisted of a narrative evaluation using an inductive qualitative approach, examining the same data of Study 2. Emotional markers and markers of change were identified in the records and the content of these excerpts was synthesised and discussed. Results: On Study 1, searches revealed 733 results and 22 papers were included in the qualitative synthesis. We found a single study comprehensively exploring the process of FIP. All other studies focused on particular aspects of the process-related variables. The key-elements of FIP seemed to be the so-called “common therapeutic factors”, followed by education about the illness and coping skills training. Other elements were also identified, as the majority of studies evidenced a multiple array of components. Study 2,revealed as the most used strategies in the intervention programme we analysed: the addressing of needs; sharing; coping skills and advice; emotional support; dealing with overinvolvement; and reframing relatives’ views about patients’ behaviours. Patterns of the usefulness of the strategies throughout the intervention programme were identified and differences between high expressed emotion and low expressed emotion relatives were elucidated. Study 3 accumulated evidence that relatives experience different emotions during group sessions, ranging from anger to grief, and later on, to acceptance and positive feelings. Discussion: Study 1 suggested a stepped model of intervention according to the needs of the families. It also revealed a gap in qualitative research of FIP. Study 2 demonstrated that therapists of the trial under analysis often created opportunities for relatives to express and share their concerns throughout the entire treatment programme. The use of this strategy was immediately followed by coping skills enhancement, advice and emotional support. Strategies aiming to deal with overinvolvement may also occur early in the treatment programme. Reframing was the next most used strategy, followed by dealing with anger, conflict and rejection. This middle and later work seems to operate in lowering criticism and hostility, while the former seems to diminish overinvolvement. Single-family sessions may be used to augment the work developed in the relatives groups. Study 3 revealed a missing part of Study 2. It demonstrated that the process of FIP promotes emotional changes in the relatives and therapists must be sensitive to the emotional pathway of each participant in the group.

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The efficacy of family interventions in psychosis is well documented. UK and USA schizophrenia treatment guidelines advocate the practice of family interventions within routine clinical services. However, less attention has been paid to the study of treatment fidelity and the tools used in its assessment. This study reports the inter-rater reliability of a new scale: Family Intervention in Psychosis-Adherence Scale (FIPAS). This measure is designed to assess therapist adherence to the Kuipers et al. (2002) family intervention in psychosis treatment manual. Reliability ratings were based on a sample of thirteen audiotapes drawn from a randomized controlled trial of family intervention. The results indicated that the majority of items of the FIPAS had acceptable levels of inter-rater reliability. The findings are discussed in terms of their implications for the training and monitoring of the effectiveness of practitioners for family interventions in psychosis.

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Objective: Existing evidence suggests that family interventions can be effective in reducing relapse rates in schizophrenia and related conditions. Despite this, such interventions are not routinely delivered in Australian mental health services. The objective of the current study is to investigate the incremental cost-effectiveness ratios (ICERs) of introducing three types of family interventions, namely: behavioural family management (BFM); behavioural intervention for families (BIF); and multiple family groups (MFG) into current mental health services in Australia.

Method: The ICER of each of the family interventions is assessed from a health sector perspective, including the government, persons with schizophrenia and their families/carers using a standardized methodology. A two-stage approach is taken to the assessment of benefit. The first stage involves a quantitative analysis based on disability-adjusted life years (DALYs) averted. The second stage involves application of 'second filter' criteria (including equity, strength of evidence, feasibility and acceptability to stakeholders) to results. The robustness of results is tested using multivariate probabilistic sensitivity analysis.

Results: The most cost-effective intervention, in order of magnitude, is BIF (A$8000 per DALY averted), followed by MFG (A$21 000 per DALY averted) and lastly BFM (A$28 000 per DALY averted). The inclusion of time costs makes BFM more cost-effective than MFG. Variation of discount rate has no effect on conclusions.

Conclusions: All three interventions are considered 'value-for-money' within an Australian context. This conclusion needs to be tempered against the methodological challenge of converting clinical outcomes into a generic economic outcome measure (DALY). Issues surrounding the feasibility of routinely implementing such interventions need to be addressed.

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Discusses the role of the family in the development, treatment and prevention of adolescent depression. Studies have demonstrated that between 21–32% of adolescents report mild to severe symptoms of depression. The research points out the need for increased attention to adolescent depression because of its high prevalence, the risk factor for the development of other disorders and suicide, recurrence and tendency to endure into adulthood. Many studies have shown a strong relationship between depressive symptomatology and family factors. Therefore, family interventions should play an important role in the prevention and treatment of adolescent depression. However, there exists a paradox in that the research published to date fails to show that family-intervention programs add to the efficacy of treatments provided to the adolescents. Possible explanations for this paradox are discussed.

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BACKGROUND: There is evidence that children's decisions to smoke are influenced by family and friends. OBJECTIVES: To assess the effectiveness of interventions to help family members to strengthen non-smoking attitudes and promote non-smoking by children and other family members. SEARCH STRATEGY: We searched 14 electronic bibliographic databases, including the Cochrane Tobacco Addiction Group specialized register, MEDLINE, EMBASE, PsycINFO and CINAHL. We also searched unpublished material, and the reference lists of key articles. We performed both free-text Internet searches and targeted searches of appropriate websites, and we hand-searched key journals not available electronically. We also consulted authors and experts in the field. The most recent search was performed in July 2006. SELECTION CRITERIA: Randomized controlled trials (RCTs) of interventions with children (aged 5-12) or adolescents (aged 13-18) and family members to deter the use of tobacco. The primary outcome was the effect of the intervention on the smoking status of children who reported no use of tobacco at baseline. Included trials had to report outcomes measured at least six months from the start of the intervention. DATA COLLECTION AND ANALYSIS: We reviewed all potentially relevant citations and retrieved the full text to determine whether the study was an RCT and matched our inclusion criteria. Two authors independently extracted study data and assessed them for methodological quality. The studies were too limited in number and quality to undertake a formal meta-analysis, and we present a narrative synthesis. MAIN RESULTS: We identified 19 RCTs of family interventions to prevent smoking. We identified five RCTs in Category 1 (minimal risk of bias on all counts); nine in Category 2 (a risk of bias in one or more areas); and five in Category 3 (risks of bias in design and execution such that reliable conclusions cannot be drawn from the study).Considering the fourteen Category 1 and 2 studies together: (1) four of the nine that tested a family intervention against a control group had significant positive effects, but one showed significant negative effects; (2) one of the five RCTs that tested a family intervention against a school intervention had significant positive effects; (3) none of the six that compared the incremental effects of a family plus a school programme to a school programme alone had significant positive effects; (4) the one RCT that tested a family tobacco intervention against a family non-tobacco safety intervention showed no effects; and (5) the one trial that used general risk reduction interventions found the group which received the parent and teen interventions had less smoking than the one that received only the teen intervention (there was no tobacco intervention but tobacco outcomes were measured). For the included trials the amount of implementer training and the fidelity of implementation are related to positive outcomes, but the number of sessions is not. AUTHORS' CONCLUSIONS: Some well-executed RCTs show family interventions may prevent adolescent smoking, but RCTs which were less well executed had mostly neutral or negative results. There is thus a need for well-designed and executed RCTs in this area.

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While the two decades since the study by Kavanagh et al. (1993) has given additional insights into effective dissemination of family interventions, the accompanying papers show that progress remains limited. The effectiveness trial that triggered this series of papers offers a cautionary tale. Despite management support, 30–35 hr of workshop training and training of local supervisors who could act as champions, use of the full intervention was limited. In part, this seemed due to the demanding nature of the intervention and its incompatibility with practitioners’ roles, in part, to limitations in the training, among other factors. While the accompanying papers note these and other barriers to dissemination, they miss a more disturbing finding in the original paper: Practitioners said they were using several aspects in routine care, despite being unable to accurately describe what they were. This finding highlights the risks in taking practitioners’ reports of their practice in files or supervision sessions at face value and potentially has implications for reports of other clinical work. The fidelity of disseminated treatments can only be assured by audits of practice, accompanied by affirming but also corrective feedback.

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Adolescent substance abuse is a prevalent problem and both individual and group family interventions are increasingly being used to assist families to cope. A literature review was conducted to identify whether individual and group family interventions for adolescent substance abuse enhance the mental health of parents and other family members. The review also sought to identify direct and indirect effects of family intervention processes on depressive symptoms and general distress. Based on quality criteria a total of nine studies were included. Of these, six quantitatively examined family intervention outcomes on family member mental health, with all six reporting positive effects. Four of the nine studies measured levels of depressive symptoms and three of these four studies reported significant direct effects of family intervention on parental depression. The positive effects were also found in the three qualitative studies included in the review. Indirect therapeutic mechanisms that contributed to mental health improvements included: reduction of stress symptoms, improved coping, improved family functioning, more effective parenting behaviours, attitude changes, perceived changes in relative’s substance use, and improved social support. The available literature suggests that a number of determinants of family mental health may potentially be impacted through family intervention for adolescent substance abuse. However, definitive conclusions cannot be made at this point as the literature is mostly descriptive and there have been few longitudinal studies or randomised controlled trials.

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Adolescent substance abuse is a prevalent problem and family interventions are increasingly used to prevent this problem and to assist family coping. The effectiveness of a prevention-focussed family intervention was evaluated within a randomised school trial for its secondary impacts on improving parental mental health and family functioning.

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Co-existing mental health and drug and alcohol problems occur frequently in primary care and clinical settings. Despite this, health professionals rarely receive training in how to detect, assess and formulate interventions for co-existing problems and few clinical guidelines exist. This Handbook provides an exciting and highly useful addition to this area. Leading clinicians from the UK, the US and Australia provide practical descriptions of assessments and interventions for co-existing problems. These will enable professionals working with co-existing problems to understand best practice and ensure that people with co-existing problems receive optimal treatment. A range of overarching approaches are covered, including: • working within a cognitive behavioural framework; • provision of consultation-liaison services, training and supervision; • individual, group and family interventions; and • working with rurally isolated populations. The contributors also provide detailed descriptions of assessments and treatments for a range of disorders when accompanied by drug and alcohol problems, including anxiety, depression, schizophrenia, bipolar disorder and learning difficulties. The Clinical Handbook of Co-existing Mental Health and Drug and Alcohol Problems will enhance clinicians’ confidence in working with people with co-existing problems. It will prove a valuable resource for all psychologists, psychiatrists, counsellors, social workers and all those working in both primary and secondary care health settings.

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Background Family members play a crucial role in supporting the recovery of loved ones with psychosis. The journey of recovery is not only traversed by the person experiencing the mental illness but also by their family. Interventions to support these families have traditionally either focused on psychoeducation or addressed problematic interactions or expressed emotion. Family programmes have far less frequently emphasized supporting family members' adjustment to the challenges posed by their relative's disorder or their recovery from associated distress. The study compared a control condition that received only a psychoeducational booklet (Information) and a condition also receiving a correspondence-based interactive recovery-oriented intervention (Connections). The Connections group was expected to show greater improvements in recovery knowledge, well-being, experiences of caregiving, hopefulness and distress. Method A randomized controlled trial was conducted to evaluate the effectiveness of two correspondence-based family interventions delivered to 81 carers of relatives with psychosis. Results Intent-to-treat analyses showed no differential outcomes between conditions, but an analysis of participants who substantially completed their allocated treatment showed that carers receiving Connections had significantly more improvements in well-being, positive experiences of caregiving and distress. Conclusions Correspondence interventions that support carer's recovery may result in more positive mental health for those who complete key elements of the programme compared with information alone. However, many carers do not complete a correspondence programme and this may limit its impact.

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Le but de cette étude est d’adopter une intervention systémique visant à faciliter la communication entre les infirmières1 et les familles2 dans un contexte de soins intensifs (SI) en traumatologie. Cette recherche prend en compte la réalité et les besoins du milieu à l’étude grâce au devis participatif retenu. Le cadre de référence est composé de l’approche systémique familiale de Wright et Leahey (2005) ainsi que de la théorie du caring de Jean Watson (1979). La collecte des données a été inspirée du parcours de recherche en spirale de Lehoux, Levy et Rodrigue (1995). Cinq entrevues ont été menées auprès de membres de familles ainsi que trois groupes de discussion (focus groups) auprès d’infirmières. L’analyse des données a été effectuée selon le Modèle de Huberman et Miles (2003) qui préconise une démarche analytique continue et interactive. Les résultats obtenus révèlent un changement de pratique selon dix interventions systémiques infirmières spécifiques permettant de faciliter la communication avec les familles aux soins intensifs en traumatologie et soulignent l’importance d’agir sur le plan du contexte, de la relation et du contenu liés au processus de communication. De plus, ils permettent de démontrer un réel changement de pratique dans le milieu retenu pour l’étude.