16 resultados para Prisioneiras Narrativas pessoais

em Universidade Federal do Pará


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Esta pesquisa investiga a infncia na cidade de Belm do Par, na primeira metade do sculo passado (1900 1950). A inteno entender a realidade de crianas que viveram em uma poca marcada por grandes transformaes em nvel econmico, poltico, social e cultural. A cidade de Belm vive, poca, um dos momentos mais prsperos de sua histria, devido grande produo da borracha que representava, at o final do sculo XIX, um dos maiores produtos de comercializao e exportao do pas.Desta forma, o estudo procurou entender o contexto histrico, especialmente, na primeira metade do sculo XX. O apogeu da borracha levou a cidade a um surpreendente desenvolvimento, chegando a ser comparada s grandes cidades da Europa. Porm, todo o projeto modernizador executado na cidade traz conseqncias e contradies, que agravados pelo declnio da economia da borracha favoreceu, consideravelmente, as diferenas entre a elite emergente, que usufrui de todas as regalias oferecidas na cidade, e a classe menos favorecida que colocada margem de todo o processo. Dentro de todo esse cenrio, encontra-se a criana que comea a ser vista como sujeito de direitos, no entanto, pouco se faz para que seus direitos sejam garantidos. Para entender a infncia nesse perodo foram utilizadas narrativas de velhos que foram selecionados de acordo com os seguintes critrios: ter idade a partir de 80 anos; ter vivido a infncia na cidade de Belm; ter condies fsicas e psicolgicas para lembrar e narrar sua infncia. As narrativas foram determinantes para entender, por exemplo, aspectos da composio familiar que, naquele momento, eram marcados pelo respeito, pela obedincia e, sobretudo, pela imposio; a relao da criana com o espao pblico; a chegada da criana escola para estudar, mesmo com todas as dificuldades impostas por um sistema que se encontrava em formao; as alternativas de lazer encontradas pelas crianas; as polticas de assistncia criana desamparada; entre outros. Alm de autores que discutem e realizam pesquisa no mbito da histria oral como: Thompson, Alberti, Bosi, Vidal, dialogamos com outros da rea da infncia como: Kramer, Tozoni-Reis, Demartini, Rizzini, Aris, e, tambm na rea da historiografia e histria da Amaznia como: Sarges, Figueiredo, Salles, Mendes, entre outros. Finalmente, a pesquisa privilegiou as narrativas que, em constante dilogo com os referenciais tericos, foram o fio condutor da construo da histria da infncia na cidade de Belm.

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Esta investigao teve como contexto o municpio de Altamira, situado na regio oeste do Estado do Par. Foi realizada com professores de cincias de escolas pblicas do ensino fundamental e teve como propsitos: i) identificar elementos presentes no fazer pedaggico de professores que afirmam vincular sua prtica docente aprendizagem para a formao da cidadania dos alunos; ii) compreender as razes que levam os educadores a desenvolver atividades com tal perspectiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na modalidade narrativa, utilizando como instrumento investigativo entrevista semi-estruturada na coleta dos relatos orais das professoras investigadas. As participantes da pesquisa revelam um ensino de cincias conectado com as demais reas do conhecimento buscando apoio e participao da comunidade escolar. Destacam-se elementos da prtica docente, tais como: i) Prtica docente reflexiva, favorecendo a auto formao do profissional, por reconhecer seu fazer pedaggico como um ato de conhecimento e compreender sua importncia poltica, tica, esttica e tambm epistemolgica. ii) Participao ativa em fruns escolares, nos quais se planejam vrias aes do processo educativo por meio de discusses de diferentes argumentos e troca de experincias. iii) Construo e execuo de projetos temticos que potencializam a alfabetizao cientfica, por meio da explorao de ambientes socioambientais de ensino e de aprendizagem favorecendo a interao escola comunidade e a compreenso pblica da cincia. iv) Democratizao do espao escolar, cuja utilizao pela comunidade ocorre de diversas formas, dentre as quais se destacam a participao e socializao de atividades de cincias como: feira de cincias, jardinagem e horta escolar. v) Parceria, que se estabelece como meio de partilha de responsabilidade no ato de formar e de educar com o objetivo de estabelecer o dilogo entre a cincia e o senso comum. vi) Atitude como contedo expressa nas prticas dos professores que levam os alunos a tomadas de conscincia e mudana de postura. vii) Solidariedade, um agir local que pode tomar maior dimenso, ato de reconhecer o outro como semelhante. viii) O cuidado no trato pedaggico, buscando caminhos para educar para alm de sua disciplina cincias. Uma prtica pedaggica estruturada sob a viso de ser humano que se indaga a respeito de seu lugar no mundo. Estes elementos permitiram a construo de trs princpios educacionais pautados no aprender, uma vez que a inteno, da maioria das entrevistadas, ao ensinar cincias, se situa em dar condies intelectuais aos alunos para compreender processos naturais e tecnolgicos presentes no mundo que os rodeia e comportarem-se nele como atores responsveis.

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Investiga o uso de descries nominais anafricas em narrativas orais, mais precisamente, a relao existente entre o uso dessas formas e as partes que constituem a estrutura da narrativa. Observamos as funes que as descries nominais anafricas exercem em decorrncia dessa relao, bem como a orientao argumentativa que tais expresses imprimem no discurso do narrador. Para esse empreendimento, seguimos um percurso terico no qual discutimos conceitos de narrativa oral, definimos estrutura da narrativa e problematizamos referenciao, anfora e as estratgias de referenciao com ncleos nominais, entre as quais destacamos as descries nominais. Para os estudos da narrativa oral e sua estrutura, recorremos, de modo particular, aos estudos de Labov (1972). Quanto referenciao, anfora e estratgias de referenciao, seguimos os postulados de Marcuschi (2005; 2007), Koch (1996; 2001; 2004; 2005; 2006; 2008), Mondada e Dubois (2003) e Lima (2004). O corpus deste estudo constitudo por dez narrativas orais gravadas em vdeo e, posteriormente, transcritas. Os informantes so vigilantes noturnos que atuam no centro de Castanhal (PA). Fazemos, a partir de nossa anlise, uma classificao das funes que as descries nominais anafricas exercem nas diferentes partes da narrativa. Propomos, outrossim, uma classificao dessas formas, levando em considerao seus diferentes graus de argumentatividade.

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O presente trabalho est vinculado linha de pesquisa currculo e formao de professores e intencionou investigar as prticas de leitura das professoras da educao infantil da Rede Pblica Municipal de Belm. A discusso sobre a leitura baseou-se, principalmente, em: Kleiman, Silva, Lerner, Barbosa, Zilberman, Freire e Lajolo que compreendem a leitura como uma atividade de construo de sentidos, em uma relao dinmica entre texto e leitor, uma prtica scio-interacionista, scio-cultural ou scio-histrica. No mbito das prticas de leitura, serviu de referncia Roger Chartier que aborda as prticas de leitura como um processo de construo, desenvolvida por leitores autnticos em situaes concretas, atravs de processos diversificados em relao ao ato de ler. Esta uma pesquisa quanti-qualitativa, de cunho descritivo e interpretativo, que utilizou como instrumentos para a produo dos dados o questionrio e as narrativas das professoras. As narrativas foram escolhidas como caminho terico-metodolgico de investigao, com base em autores como Walter Benjamin, Larrosa, Thompson, Bossi, Delgado, entre outros. O ambiente social desta investigao foram quatro Unidades de Educao Infantil do Municpio de Belm, que atendem crianas de 6 meses a 5 anos de idade em horrio integral e parcial. Contou com a participao de vinte e sete professoras, na primeira fase e com dezenove professoras, na segunda fase. A anlise foi estruturada de acordo com o contexto das prticas de leitura, o familiar, o escolar, o profissional e o contexto atual. Os resultados principais apontam que 59% das professoras tiveram o seu primeiro contato com a leitura em casa; 44% responsabiliza os pais por essa insero; 37% afirma que a sua experincia de leitura na escola foi boa; 14% confirma que o livro didtico o suporte mais lido e utilizado; 16% l com o propsito de preparar aulas; 74% gosta de ler; 40% pratica a leitura frequentemente; 40% se denomina boa leitora; 44,4% dedica menos de duas horas por dia leitura e 81,5% realiza essa prtica em casa. Portanto, as professoras mantm uma relao com a leitura diferenciada e singular, utilizam-na para atender as suas necessidades pessoais e profissionais. As prticas de leitura das professoras se constituem em diferentes situaes, em diversos contextos e maneiras de ler.

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O trabalho investiga as prticas discursivas de docentes da escola bsica e do ensino superior que exercem a prtica docente e a prtica de mestre de RPG, jogo/atividade de narrao de histrias de forma oral e coletiva onde os sujeitos so, ao mesmo tempo, autores e personagens das tramas. A investigao mobilizada pelas seguintes questes propulsoras: A) Quais prticas discursivas so produzidas por esses sujeitos sobre a docncia e ao mestrar RPG? B) Quais as aproximaes e refrataes entre essas prticas discursivas? De que modos essas prticas participam de processos de subjetivao desses sujeitos, isto de sua constituio enquanto docentes e mestres de RPG? O estudo desenvolve-se a partir da abordagem ps-estruturalista optando metodologicamente pela anlise foucaultiana do discurso das narrativas docentes. O texto apresenta a investigao de produo de narrativas como metodologia, as discusses tericas sobre subjetivao de Foucault e sobre ps-estruturalismo, as caractersticas do jogo e os discursos dos sujeitos acompanhados de anlise. Os resultados da investigao apontam para a constituio dos sujeitos e diversas aproximaes nas prticas e profundas refrataes.

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Por muito tempo o quadro de escrever ou quadro de giz foi o referencial de uma educao tradicional, cuja sua funo era apenas demonstrar e simbolizar os conhecimentos docentes, uma vez que ao professor perpetuava a condio de detentor do saber e transmissor de todo conhecimento que possua, sem ao menos refletir a importncia e significados do uso do quadro em funo a construo coletiva do conhecimento intermediado pelo quadro de escrever. Para desmistificar esses pressupostos foi a proposta desse estudo, uma vez que se buscou compreender quais aspectos relevantes e diferenciados que os formadores de professores de matemtica atribuem ao uso do quadro. Ao mesmo tempo em que precisam atender as perspectivas do sculo XXI. Numa investigao focal procuramos identificar junto as narrativas de constituio dos formadores influncias pessoais e coletivas em relao ao magistrio e a saberes desenvolvidos em relao ao uso do quadro. Visto que por vrias vezes e em discursos diferentes o quadro foi lembrado como apenas memria auxiliar da construo do raciocnio matemtico. As discusses aqui realizadas foram acerca baseadas em dados coletados atravs de questionrio entrevistas, os quais tem como prioridades a formao docente e suas relaes com o quadro de escrever. Alm da relevncia do quadro de escrever no ensino da matemtica e na formao de professores crticos e mediadores de matemtica.

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Este trabalho se debrua sobre o jornal O Binculo, que circulou em Belm no final do sculo XIX, a partir de 1897. Com narrativa construda em torno de personagens do demi-monde belenense, O Bnculo tece em suas pginas uma sociedade binoquiana que circula pela urbe, problematizando questes especificas daquela sociedade, submersa nos ideais de modernidade e progresso e vivendo sob o signo da Belle- poque. Nesse sentido, O Binculo desenvolve ntimo dialogo com a imprensa critica e noticiosa da poca e suas representaes urbanas e sociais. Assim, s possvel compreender como este jornal se tornou possvel em Belm, em fins do sculo XIX, se compreendermos tambm os signos discursivos que formavam a cidade bellepoquiana.

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Mistura irregular de dois sistemas distintos (Labov, 1971, p. 457). A afirmao de Labov reflete o que durante dcadas se pensou sobre um comportamento lingustico comum a falantes bilngues: a alternncia de cdigo (ou code-switching). Esse fenmeno, que se caracteriza pela mudana de uma lngua para outra sem haver mudana de tpico ou falante, , no entanto, sistematicamente organizado e est sujeito a restries gramaticais, ocorrendo em pontos especficos e recorrentes nas sentenas, no de maneira aleatria. Um dos modelos tericos frequentemente usados para dar conta da gramaticalidade do code-switching o proposto por Poplack (1978/1881), que sugere duas restries ao fenmeno: a restrio morfema livre, segundo a qual a alternncia pode ocorrer aps qualquer constituinte desde que no seja um morfema fixo; e a restrio de equivalncia, que prev a ocorrncia em pontos onde elementos de ambas as lnguas so equivalentes, para no haver violao de regras sintticas das lnguas envolvidas. Este trabalho apresenta a aplicao desse modelo anlise descritiva de alternncia de cdigo entre portugus e parkatj, lngua Timbira falada no sudeste do Par. Os dados que embasam este estudo so histrias tradicionais do povo, coletadas entre os anos de 2008 e 2011, nas quais possvel encontrar diversas ocorrncias do fenmeno.

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O presente estudo analisa narrativas orais e histrias de vida de migrantes nordestinos que estabeleceram residncia na chamada Amaznia Paraense, mais precisamente, na regio denominada Bragantina, no municpio de Igarap Au. Para tanto, usamos categorias como Memria e Migrao, bem como sua relao com Cultura e Cultura Popular e como estas se inserem na Literatura Popular ou Literatura Oral dessa regio. Acreditamos que a oralidade muito tem contribudo para a solidificao da Cultura Popular e sua diversidade, porm isto no considerado. Vale ressaltar que este trabalho apresenta-se como uma contribuio para o entendimento dessa enorme diversidade cultural existente na regio a partir dos fluxos migratrios ocorridos. Coletamos narrativas de migrantes que moram no municpio de Igarap Au, na tentativa de compreender toda essa gama cultural e efervescente, que prpria de regies onde a migrao forte. A memria tambm tem contribudo de forma significativa para os estudos relativos oralidade, e seus traos culturais resultantes dela.

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Este trabalho consiste num exerccio de leitura da narrativa literria do escritor brasileiro Joo Gilberto Noll, promovendo uma aproximao de sua obra ao conceito de imagem-tempo, do filsofo Gilles Deleuze, no tocante a aspectos narrativos e tendncia ao esvaziamento discursivo, ao silncio, enquanto elemento significativo na produo artstica e tendncia na arte moderna. O conceito imagem-tempo foi engendrado pelo filsofo francs para pensar o cinema moderno, que se perfaz num regime de imagens que rompe com a narratividade clssica, com a percepo baseada no esquema sensrio-motor. Neste trabalho, no entanto, o conceito pensado em relao obra literria de Joo Gilberto Noll, que guarda forte relao com o cinema moderno e se nos apresenta em fragmentada tessitura imagtica, tendendo ao esvaziamento discursivo. Assim, tendo como ponto de reflexo a obra de Noll, buscamos discutir como a imagem-tempo e o silncio compem a obra do escritor. Aps apresentao e discusso do conceito de imagem-tempo e de silncio, procedemos a uma leitura de pontos significativos da obra ficcional de Noll, ensaiando uma relao entre cinema, literatura e outras artes no que concerne basicamente produo de imagens numa determinada forma narrativa, bem como s implicaes dessas formas para o pensamento. Por uma questo de economia estratgica, para a formao de um recorte de expresso significativa da produo do escritor, suas obras diretamente consideradas neste trabalho so Hotel Atlntico (1989) e O quieto animal da esquina (1991). Pretende-se com essa relao (1) propor alguns caminhos interpretativos para a obra de Noll e (2) investigar como a produo narrativa moderna, sobretudo a que se aproxima do conceito de imagem-tempo, constituda de forte apelo visual, que se perfaz na produo de imagens ambguas, de narrativas descontnuas, de protagonistas errantes, tende a esse esvaziamento discursivo, ao silncio.

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Este estudo, inserido no Projeto IFNOPAP (UFPA), apresenta os resultados de uma pesquisa em anlise de narrativas orais do caboclo de Santa Cruz do Arari, que servem, simultaneamente, como fonte e transmisso do conhecimento emprico produzido pelo homem rstico e sua relao com o meio ambiente. Sob o ttulo Narrativas orais: cultura e identidade em Santa Cruz do Arari buscam-se desvelar a teia simblica que entrelaa aspectos ligados sexualidade, moralidade e religiosidade preceitos ideolgicos que consubstanciam a cultura e a memria constituintes da base identitria da sociedade, por conseguinte, presentes nas narrativas orais Cobra Custdio, Boto-mirim e Bode Cheiroso. O locus da pesquisa o municpio de Santa Cruz do Arari, situado na ilha do Maraj. Essas narrativas foram analisadas sob as perspectivas dos seguintes tericos: Gilbert Durand (1997), Mircea Eliade (1991), Walter Benjamin (1994), Paul Zumthor (1993), Ecla Bosi (1994), Michael Pollak (1992), Paes Loureiro (1995) e Clifford Geertz(2011). Tericos que nortearam o vis reflexivo desse estudo.

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A metamorfose, de acordo com Jean Chevalier e Alan Gheerbrant, definida neste estudo como a transformao fsica e/ou comportamental de um ser em outro, sem a perda da identidade e cincia do primeiro ser. Esta transformao um fenmeno recursivo em diversas mitologias e culturas. O presente trabalho tem por objetivo estabelecer, numa abordagem comparativa, as correlaes e diferenas entre o tema da metamorfose recorrente nos mitos gregos relatados por Homero, em sua Odisseia, nos mitos gregos descrevidos pelo poeta latino Publius Ovidius Naso, conhecido como Ovdio, em sua obra Metamorfoses, nos cinco primeiros livros, e entre as narrativas orais que referem casos de metamorfoses ocorridos no municpio de Belm do Par, inventariadas no perodo de 1994 a 2004. Foram consideradas as obras Odisseia e Metamorfoses por serem ambas, respectivamente, expoentes da literatura ocidental de uma Grcia dos sculos VIII a VII a.C e de uma Grcia do sculo I d.C retratada pelo poeta latino Ovdio, e que carregam o tema da metamorfose. Isto porque o estudo prvio ratifica a formao de ndices mticos no somente nas narrativas da mitologia grega, mas tambm nos casos de metamorfoses oriundos de Belm. Em todo o caso, nota-se a configurao espao-temporal como entidades que sedimentam e organizam o mundo mtico, articulando tais dimenses a representaes no mundo fsico-espiritual. O tema da metamorfose, contudo, conformado de forma diferenciada, conforme o contexto histrico-cultural de cada narrativa, o que refletido na multiplicidade de smbolos e sentidos perseguidos por cada narrativa. A fim de enriquecer o estudo dos smbolos e do contexto histrico-geogrfico dos mitos gregos abordados, utilizam-se como fonte complementar os manuais de Junito Brando, a saber, a obra Mitologia de Junito Brando, nos volumes I, II e III, bem como os dois volumes do Dicionrio Mtico-Etimolgico da Mitologia Grega. Para uma anlise comparativa mais eficaz, precisou-se ir alm do estudo contextual de produo e representao dos cdigos subjacentes a cada narrativa, pois o mito, nas palavras de Ernest Cassirer, experimentado na conscincia, porm anterior a ela; o homem vive o mito, logo, o mito anterior ao homem, posto que medida que toma conscincia de sua existncia e das relaes que tece com o mundo, o homem se vale do mito para estabelecer relaes de valor e sentido, bem como representaes para singularizar suas experincias. Trata-se, portanto, de uma questo filosfica de vital importncia, por isso, buscou-se, para este estudo ltero-narratolgico, os fundamentos da Filosofia da mitologia, junto a consideraes de uma Antropologia cultural, associado ao levantamento contextual-histrico do cosmo que constitui cada narrativa, a fim de lanar bases elucidativas sobre as relaes do homem com seu mundo a partir de determinadas transformaes. Sob este foco, diante da pesquisa prvia das narrativas que sero analisadas, percebeu-se que as metamorfoses apresentavam maiores ocorrncias quando: 1) simbolizavam o mal na figura dos metamorfoseados; 2) apresentavam motivaes de cunho sexual e 3) consistiam em explicaes para acontecimentos do mundo fsico-espiritual. Trata-se de uma diviso metodolgica que objetiva viabilizar a organizao e visualizao do estudo comparado. Conclui-se, ento, que alm de possibilitar a leitura e o conhecimento dos mitos gregos e de relatos da Amaznia pelos smbolos constitudos na conscincia mtica, este estudo pode servir como uma base para verificao do exerccio literrio da linguagem criadora por meio do narrar, bem como ampliar a compreenso do que seja e faz a conscincia humana enquanto arrimo para a difuso de comportamentos e crenas compartilhados pelo indivduo em sociedade.

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A presente pesquisa tem como tema o estudo perceptual da prosdia como elemento de segmentao de narrativas orais espontneas e visa confirmar, ou no, se a prosdia facilita ao ouvinte leigo e inexperiente perceber a estrutura do texto narrativo. Este estudo investiga se a diferena de tom um elemento prosdico relevante. A dissertao tem como corpus quatro narrativas espontneas, as quais fazem parte do corpus analisado por Oliveira Jr.(2000), autor do projeto que inspirou esta pesquisa. Para saber se os participantes so capazes de delimitar a estrutura narrativa, baseando-se apenas no aspecto perceptual, conduziu-se um teste de percepo com 112 voluntrios, recrutados na Universidade Federal do Par e na Universidade Federal de Alagoas. Coube aos participantes a tarefa de indicar os pontos em que o falante teve a inteno de finalizar uma unidade comunicativa nas narrativas. A interpretao sobre unidade comunicativa foi subjetiva. Apresentou-se cada narrativa em quatro condies diferentes, a saber: (i) transcrio sem marca de pontuao e sem paragrafao; (ii) transcrio da narrativa acompanhada de udio ; (iii) narrativa somente em udio e (iv) udio filtrado da narrativa, resultando numa verso deslexicalizada (fala ininteligvel), mas com preservao da estrutura prosdica do discurso. Nas duas primeiras condies, a segmentao foi no texto transcrito, com barras transversais (/); nas demais, utilizou-se um programa de computador chamado ELAN. A anlise dos dados obtidos baseou-se em tabelas, grficos, anlise estatstica (teste do Qui-Quadrado), anlise acstica (utilizao do Programa PRAAT). Os resultados sinalizam que a prosdia ajuda o ouvinte leigo a perceber a estrutura bsica do discurso narrativo. Com relao ao peso do Pitch Reset para auxiliar os ouvintes na demarcao de fronteiras, pode-se dizer que o teste estatstico do Qui-Quadrado encontrou evidncias que lhe atribui essa funo. Assim, neste contexto, ratifica-se o relevante papel da prosdia para o reconhecimento da estrutura de narrativas orais espontneas e identifica-se o reflexo do peso da diferena de tom na percepo dos participantes.

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A circulao da literatura na cidade de Belm do Par no sculo XIX foi uma consequncia das mudanas promovidas na capital pela expanso econmica, manifestada na urbanizao do espao pblico e na ampliao do mercado bibliogrfico, responsvel, ao lado da imprensa peridica, pelo contato da sociedade local com a produo literria estrangeira. A rpida popularizao do folhetim no Brasil, com sua inerente fora democrtica, determinou uma rpida difuso dos nomes de alguns escritores nas capitais do pas, da mesma forma que contribuiu para a criao de um mercado livreiro e permitiu a macia circulao de obras de autores franceses e portugueses, os mais lidos no perodo, dentre os quais Camilo Castelo Branco. A popularidade do romancista luso em solo paraense pode ser identificada pela apresentao diria de seus textos em jornais locais como o Dirio do Gram-Par e pelos frequentes anncios de seus romances para venda. Embora Camilo Castelo Branco seja um escritor conhecido do leitor de hoje, as informaes sobre a obra do autor comumente se baseiam na expresso do romantismo presente em seus escritos, histrias de amor com fortes e por vezes intransponveis obstculos. Mas, a produo camiliana tem um alcance maior. Conhecedor do gnero humano e escritor muito habilidoso, Camilo Castelo Branco deu vida a personagens que ultrapassaram os limites do gnero romntico e desvendaram facetas capazes de provocar sentimentos contraditrios no leitor, cuja reao pode ser filtrada pelo esprito crtico do escritor portugus. E o escritor assim o fez em romances de grande circulao no sculo XIX, como A filha do doutor negro, mas pouco conhecidos pelo leitor de hoje, que merecem tambm ter seus elementos descobertos, como forma de revelar um Camilo Castelo Branco vivo em muitos romances a conhecer.

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O presente trabalho pretende analisar as representaes e significados criados sobre os chamados quinta-colunistas, no Par. Este termo nasce durante a Guerra Civil espanhola, quando, naquele momento, o exrcito de quatro colunas lideradas pelo general Francisco Franco aproximava-se de Madri marchando contra o governo legalista de Azaa. A Quinta-Coluna se referiria a um grupo de espies que passariam informaes acerca de estratgias, organizao e aes do grupo governista para o inimigo. Tal termo se disseminou pelo mundo sendo apropriado no perodo da Segunda Guerra Mundial designando aqueles que serviriam como espies de Alemanha, Itlia e Japo que ficaram conhecidos, naquele momento, como Sditos do Eixo. Estes foram constantemente alvos de hostilidades seja atravs das letras impressas dos jornais, como tambm, dos programas de rdio, dos filmes nos cinemas, da literatura ou ainda, do teatro. As fontes utilizadas para o trabalho foram principalmente os jornais Folha do Norte, Folha Vespertina, O Estado do Par e A Vanguarda. Tambm foi utilizada a Legislao Federal e o Folheto de Cordel O Brasil rompeu com eles, de Z Vicente.