16 resultados para Menores Brasil Condições sociais

em Lume - Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Foram utilizados metais pesados e colimetrias como indicadores biolgicos, na avaliao da qualidade do pescado artesanal do Lago Guaba, localizado junto regio metropolitana de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil), visando oferecer subsdios para discusso da qualidade de vida dos pescadores artesanais, de suas famlias e dos consumidores deste pescado, bem como fundamentar decises de polticas pblicas. Exemplares de, Leporinus obtusidens (Characiformes, Anostomidae) (Valenciennes, 1847) Piava (denominao local) e de Pimelodus maculatus (Siluriformes, Pimelodidae) (Lacpde, 1803), Pintado (denominao local), foram capturados por pescadores cooperativados, em trs pontos do referido Lago a saber: Delta do Jacu, Canal de Navegao e Lagoa. As amostras foram colhidas entre junho de 2000 a setembro de 2001. Foram avaliadas, quanto a presena de mercrio, 27 exemplares de Leporinus obtusidens e 27 de Pimelodus maculatus. Os nveis de mercrio foram determinados por espectrofotometria de absoro atmica e, excetuando-se duas amostras de Piava, os nveis de mercrio estavam abaixo de 0,5g/g, limite tolerado pela legislao vigente no Brasil para peixes no predadores. A mdia encontrada nos Pintados (0,216 mg/kg) significativamente maior (p<0.001), quando comparada das Piavas (0,094 mg/kg). Presume-se como hiptese o fato dos Pintados serem peixes de nvel trfico elevado e as Piavas, por sua vez, de nvel trfico baixo. Tambm foram avaliadas, quanto a presena de arsnio, 27 amostras de Leporinus obtusidens 27 de Pimelodus maculatus. Os nveis de arsnio foram determinados por espectrofotometria de absoro atmica. Os nveis encontrados estavam abaixo de 1,0 mg/kg, limite tolerado pela legislao vigente no Brasil para peixes e seus produtos. A mdia encontrada nos Pintados foi de 0,142 mg/kg e nas Piavas de 0,144 mg/kg. Na mesma ocasio, foram avaliadas quanto a presena de coliformes totais, fecais e Escherichia col, 43 amostras de Leporinus obtusidens e 43 de Pimelodus maculatus. Os nveis colimtricos totais e fecais foram determinados segundo Brasil. Ministrio da Agricultura (1992), utilizando-se a tcnica dos Nmeros Mais Provveis. A presena de E. coli foi confirmada pelo teste do Indol. A mdia dos coliformes fecais significativamente maior nos Pintados quando comparado com as Piavas (p = 0,043). Em relao a E. coli existe diferena significativa entre a Piava e o Pintado (p=0,040). O Pintado significativamente mais contaminado que a Piava. Das Piavas analisadas 4,65 % estavam acima dos nveis permitidos pela legislao brasileira para coliformes fecais e dos Pintados, 11,62 % das amostras tambm estavam fora destes limites. Em 23,25 % das amostras de Piava e 44,18% de Pintados foi constatada a presena de E. coli. No houve diferena nos resultados quanto aos pontos de captao do pescado. Os valores encontrados no presente trabalho indicam a necessidade de maior ateno s boas prticas de higiene desde a captura, manipulao e processamento do pescado, preservando-se o ambiente e as condições sociais, culturais e mesmo artesanais envolvidas.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Esse trabalho analisa as condições sociais de emergncia e as dinmicas de participao na defesa de causas ambientais no estado do Rio Grande do Sul entre 1970 e incio dos anos 2000. As mobilizaes ambientalistas ocorridas em tal estado no incio dos anos 70 so consideradas pela literatura pertinente como um dos marcos principais do nascimento do ambientalismo no Brasil, devido ao carter precursor das associaes e lideranas que participavam de tais mobilizaes. Trata-se de demonstrar que elas tambm so representativas da configurao de um militantismo de reconverso profissional para atuao nas mais diferentes esferas sociais. Tal caracterizao do ambientalismo como uma rea de atuao profissional est relacionada ao fato de se tratar de uma causa cuja emergncia e consolidao foi influenciada por variveis exgenas e, mais especificamente, pela presso e formulao de diretrizes ambientais nas instncias internacionais. Ela resulta tambm da conformao das foras sociais e polticas que participaram das mobilizaes e organizaes nos diferentes momentos de sua constituio. Ela est respaldada em concepes militantistas da formao e do exerccio profissional, segundo as quais a profisso sempre implica a capacidade ou a competncia de associar os recursos adquiridos durante o processo de escolarizao realidade e prtica poltica Todavia, as mobilizaes ambientalistas ocorridas a partir da dcada de 70 e sua expanso nos anos oitenta se caracterizam pela diversificao dos padres de utilizao da formao escolar e universitria como instrumento de politizao para a atuao profissional em diferentes esferas de atividade. Passa-se de uma situao em que as predisposies e os recursos para tal militantismo resultavam da bagagem cultural e poltica vinculada ao meio familiar, para uma outra na qual eles resultam das inseres dos dirigentes em diversas redes de organizaes e de movimentos sociais. Com isso, as gratificaes obtidas com tal militantismo e as bases que sustentam e do acesso ao exerccio profissional nessas diversas esferas de atividade se encontram diretamente ligadas vinculao simultnea dos dirigentes em tais redes sociais. Por isso, os objetivos e as intervenes associativas nas instncias de proteo ambiental tm se caracterizado por um elevado grau de atomizao e de segmentao e so muito difceis de serem conciliadas, sendo que quando isso acontece de forma muito circunstancial e provisria.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

A presente pesquisa nasce a partir de indagaes sobre os caminhos que levam o sujeito da classe popular a fracassar. Fazem parte desta pesquisa alunos da rede estadual de ensino, de uma escola da periferia de Porto Alegre, RS, onde h elevado ndice de reprovaes, evases e desistncias. Pretende-se, alm de buscar entender a influncia das condições sociais, econmicas, polticas e culturais, descortinar uma possibilidade a mais para ser pensada, buscando produzir um re-olhar sobre a questo, indagando como o fracasso escolar vem sendo dito. Quem fala? De que lugar fala? Levanta-se uma hipottica suposio: o sujeito fracassa ao no passar de ano na escola ou responde ali onde ele chamado a responder? Qual o lugar do fracasso escolar para alunos, pais, professores e para a instituio? Problematiza-se a questo numa perspectiva que inclui o ponto de vista dos sujeitos que constituem a vida escolar, e esta incluso se d pela utilizao das falas dos alunos, professores e orientadores educacionais. Discute-se o tema, percorrendo uma trajetria que vai desde o histrico do fracasso escolar, at o fracasso visto luz da Psicanlise, enquanto sintoma social. Ao final desta pesquisa, apontamos que o fracasso escolar no pode ser dito nem pensado, sem o uso adequado das aspas que cercam a palavra desde o incio deste trabalho de pesquisa, pois esta uma construo coletiva e deve ser (re)pensada por todos e seus efeitos ultrapassam o aqui e agora, subjetivando todas as vidas que esto envolvidas no seu entorno. Urge que se priorize medidas necessrias na (re)construo deste lugar, ressignificando o fracasso.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

As estratgias de desenvolvimento utilizadas, nas ltimas dcadas, com o enfoque da Revoluo Verde, afetaram de forma significava a capacidade de modificao dos ecossistemas pelo homem. A agricultura, sendo a principal forma de interveno nos processos naturais, incorporou inovaes tecnolgicas que possibilitaram o aumento do rendimento de cultivos e criaes. Ao mesmo tempo, estas inovaes provocaram efeitos negativos, no previstos, no meio ambiente e nas condições sociais dos seres humanos. A emergncia da expresso Desenvolvimento Sustentvel uma tentativa de conciliar o crescimento econmico, proporcionado pelo progresso tcnico, com a justia social e a preservao dos recursos naturais. Em virtude deste contexto, um novo desafio apresenta-se para os formuladores de polticas pblicas e agentes que interferem nos processos de desenvolvimento: avaliar a sustentabilidade, ou seja, quantificar o que mais ou menos sustentvel em sistemas de produo agrcola. Esta investigao representa um esforo para definir uma metodologia capaz de orientar na seleo de indicadores de sustentabilidade, bem como de permitir a obteno de ndices de sustentabilidade em sistemas de produo. O objetivo central propor uma metodologia que permita avaliar a sustentabilidade em sistemas de produo para facilitar a comunicao entre atores envolvidos em processos de desenvolvimento, no sentido de conduzir as intervenes dos mesmos para contextos de maior sustentabilidade nas dimenses social, econmica e ambiental. Para isto buscou-se uma metodologia com clculos e operaes simples, permitindo a obteno de informaes com recursos locais, sem a necessidade de avanados conhecimentos estatsticos de parte dos usurios, mas adaptadas complexidade e s particularidades locais dos processos envolvidos nos sistemas de produo da agricultura familiar. Os resultados obtidos, quando comparados com outras metodologias, demonstram a viabilidade do uso do mtodo proposto para a identificao de aspectos que conduzem os sistemas de produo estudados a contextos de maior ou menor sustentabilidade relativa.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Este trabalho focaliza o processo de formulao e enunciao de problemas polticos sociais, tendo como contexto de anlise e coleta de material emprico a Assemblia Legislativa do Rio Grande do Sul. O objetivo elucidar os interesses, relaes e prticas sociais mobilizadas pelos deputados com vistas a intervir sobre problemas deste tipo. Para tanto, so abordadas as origens sociais, as formas de insero poltica, a mobilizao e gesto de vnculos com o que designam como bases eleitorais e as condições sociais e institucionais da atividade parlamentar. O exame destes aspectos busca demonstrar que a atuao dos deputados com relao ao social no algo que possa ser compreendido apenas com base nas divises polticas mais institucionalizadas, como os partidos e as respectivas coalizes, envolvendo diferentes lgicas e recursos sociais que interagem, tambm de diferentes maneiras, com o que se define como poltica.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Resumo no disponvel.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

O manejo sustentado de agroecossitemas passa pelo planejamento de uso dos mesmos, para o que necessitam ser avaliados os recursos naturais e as condições sociais, culturais e econmicas dos habitantes nestes encontrados. ferramentas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, que permitem avaliar os recursos de grandes reas e anexar a bancos de dados georreferenciados, foram utilizados para caracterizar o meio fsico e planejar o uso da fazenda El P, Departamento de Cerro largo, Uruguai. dados topogrficos, planialtimtricos, de clima, solo e uso atual, foram usados para gerar os planos de informao: mapa base, modelo numrico do terreno, declividade, clima e recursos hdricos, solos, aptido de uso dos solos, uso atual, zoneamento ambiental e conflito de uso. A pesquisa mostra que a regio apresenta dficit hdrico de novembro a maro; Planossolos, Solos Podzlicos, Brunizm, Vertissolos e Solos Gley predominam na mesma; estes solos apresentam ampla faixa de aptido de uso, que facilita o zoneamento ambiental ecolgico da mesma. Se considerarmos que a tradicional pecuria desenvolvida nas reas onduladas e arroz nas vrzeas constitui o uso adequado dos solos, lavouras de arroz encontradas ao longo de sistemas de drenagem, onde deveria ser mantida a vegetao ciliar natural, constitui o principal conflito de uso relacionado ao zoneamento ambiental da regio. O geoprocesssamento e sensoriamento remoto mostraram-se eficientes no planejamento de uso da Fazenda Pantanoso.

Relevância:

60.00% 60.00%

Publicador:

Resumo:

Na sociedade brasileira, as polticas sociais para infncia e juventude considerada desamparada e delinqente entre os anos de 1920 e 1940 caracterizam-se pelo fato de terem sido levadas a cabo pelos representantes do Poder Judicirio. Em Florianpolis (SC), o Juizado de Menores foi institudo, em 1935, pelo grupo que passou a governar o Estado de Santa Catarina com o propsito de promover, sob a tica da gesto da populao, uma assistncia social moderna para os filhos dos trabalhadores urbanos. Nessa pesquisa, investigou-se, a partir da documentao emitida pelo Poder Judicirio, porque a prole de determinados grupos sociais migrantes, descendentes de aorianos e madeirenses e afrodescendentes que habitavam na cidade, na dcada de 1930, ingressaram no programa social colocao familiar implementado pelas autoridades judicirias no perodo. Inicialmente foram identificadas as motivaes relativas aos meios de subsistncia e ao contexto scio-familiar que geralmente levavam mes e pais consangneos a transferir seus filhos para outros lares. Posteriormente analisou-se como a noo de menor abandonado, vigente no Cdigo de Menores de 1927, foi operacionalizada do ponto de vista jurdico-administrativo pelos representantes do Estado com o intuito de enviar os infantes pobres e os considerados infratores para as residncias dos guardies. Por fim, as experincias vivenciadas pelos menores declarados abandonados nos lares dos guardies foram descritas. Os guardies da capital catarinense e do interior do Estado acolhiam os abandonados de ambos os sexos com o objetivo central de obter mo-de-obra, sobretudo, para os servios domsticos. Esse programa social se mostrou relativamente ineficaz medida que no propiciou condições para que essas crianas e jovens oriundos dos grupos populares urbanos ascendessem de classe, garantindo, na maioria das vezes, apenas a subsistncia dessas pessoas. A anlise desse processo histrico relativo chamada famlia substituta explica, em parte, as direes tomadas pelas polticas sociais infanto-juvenis nas dcadas subseqentes no Brasil.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

Introduo - Os acidentes de trnsito so um grave problema de sade pblica universal, em pases desenvolvidos e subdesenvolvidos, estando entre as primeiras causas de morte em quase todos os pases do mundo (DEL CIAMPO & RICCO, 1996). No Brasil, assu-mem grande relevncia, especialmente pela alta morbidade e mortalidade, predominncia em populaes jovens e/ou economicamente ativas, maior perda de anos de vida produtiva e ele-vado custo direto e indireto para a sociedade. Objetivo - Os objetivos deste trabalho foram descrever a magnitude da mortali-dade por acidentes de trnsito, avaliar sua correlao com indicadores sociais e proporo de jovens na populao e testar a sua associao com adolescncia, sexo masculino e consumo de lcool. Material e Mtodos - Foi realizado, inicialmente, um estudo ecolgico envolven-do todas as capitais das unidades da federao e Distrito Federal (exceto o municpio do Rio de Janeiro), com coleta de dados sobre acidentes de trnsito com vtimas no Departamento Nacional de Trnsito. Foram descritos os ndices de acidentes de trnsito com vtimas p/ 1.000 veculos (IAT-V) e de feridos p/ 1.000 veculos (IF-V) referentes aos anos de 1995, 1997 e 1998 e o ndice de mortos p/ 10.000 veculos (IM-V) referente ao perodo de 1995 a 1998. Em seguida, avaliou-se a existncia de correlao entre o IM-V e taxa de mortalidade infantil (TMI), ndice municipal de desenvolvimento humano (IDH-M), ndice de condições de vida (ICV), proporo de condutores adolescentes envolvidos em acidentes de trnsito com vtimas (PCJ-ATV) e proporo de residentes jovens (PRJ) nas diferentes capitais. Em um segundo momento, realizou-se um estudo de caso controle, onde foram estudados 863 condu-tores envolvidos em acidentes de trnsito com vtimas atendidos no Departamento Mdico Legal de Porto Alegre, no perodo de 1998 a 1999. Os condutores foram divididos em dois grupos: condutores envolvidos em acidentes de trnsito com vtima fatal (casos) e com vtima no fatal (controles). Os grupos foram comparados com relao a adolescncia, sexo mascu-lino e consumo de lcool, atravs da razo de chances e seu intervalo de confiana, com signi-ficncia determinada pelo teste de qui-quadrado. Resultados - No estudo ecolgico, observou-se, no Brasil, uma tendncia decres-cente quanto aos indicadores de eventos relacionados ao trnsito no perodo de 1995 a 1998. Nas capitais das unidades da federao e Distrito Federal, apesar da ampla variao apresenta-da, a maioria manteve a mesma tendncia decrescente observada para o pas como um todo. Na anlise das correlaes entre o IM-V e os indicadores sociais, observou-se forte correlao positiva com a TMI (r = 0,57; P = 0,002), ou seja, quanto maior a TMI, maior a mortalidade no trnsito, alm de correlao negativa com o IDH-M (r = - 0,41; P = 0,038) e com o ICV (r = - 0,58; P = 0,02). Quando se avaliaram o IDH-M e o ICV separados em suas dimenses, a dimenso renda de ambos indicadores foi a nica que no demonstrou correlao com o IM- -V. As demais dimenses do IDH-M e ICV demonstraram correlao negativa, sendo que a dimenso infncia (r = - 0,62; P = 0,001) apresentou a maior correlao. A anlise da asso-ciao entre o IM-V e a PCJ-ATV no demonstrou correlao, mas, quando avaliada a asso-ciao com a PRJ nas capitais, houve forte correlao positiva (r = 0,59; P = 0,002). No estudo de caso controle, quando avaliada a relao entre condutores envolvidos em acidentes com vtima fatal e adolescncia, sexo masculino e consumo de lcool, no foi observada asso-ciao importante em nenhum dos fatores em estudo. Concluses - Apesar de os indicadores de eventos relacionados ao trnsito (IAT- -V, IF-V e IM-V) terem apresentado uma tendncia decrescente durante o perodo de estudo, acidentes de trnsito continuam sendo um grave problema de sade pblica. O estudo ecolgico evidenciou a existncia de relao entre o IM-V e os indicadores sociais (TMI, IDH-M e ICV), sendo que a dimenso renda no demonstrou correlao e a dimenso infncia apresen-tou a correlao negativa de maior valor. Quanto PCJ-ATV, no foi encontrada associao relevante entre este indicador e o IM-V. Entretanto, observou-se forte associao entre a PRJ e o IM-V. O estudo de caso controle no evidenciou associao entre adolescncia e os de-mais fatores estudados e maior risco para acidente de trnsito fatal.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

A Icnologia, os Argilominerais e a Geoqumica foram integradas aos estudos de Associao Faciolgica com objetivo de test-las como ferramentas auxiliares na caracterizao de Seqncias Deposicionais, segundo os conceitos da Estratigrafia de Seqncias (sentido Exxon). Para isso, foi selecionado o intervalo estratigrfico, compreendido do Sakmariano ao Kunguriano (Permiano), correspondente s formaes Rio do Sul, Rio Bonito e base da Formao Palermo. A rea de estudo est situada na borda leste da Bacia do Paran, nos municpios de Orleans e Lauro Mller, regio sul do estado de Santa Catarina. Como metodologia de trabalho, foi selecionado um arcabouo estratigrfico considerando uma hierarquia de eventos de 3a e 4a ordem, inseridos em um evento de 2a ordem, correspondente a uma superseqncia. Para isso, foram selecionados dez afloramentos, e os poos PB-18 e PB-20, com testemunhos, totalizando 500 m. Foram interpretadas seis associaes faciolgicas, representadas, da base para o topo, por rochas glcio-marinha, plataforma marinha dominada por ondas com estrutura hummocky, arenito de shoreface mdio/superior, bioturbados, pelitos marinho/marinhos marginais, flvio-estuarino e ilha de barreira/laguna. Admitiu-se ainda a formao de vales incisos para as regio de Lauro Mller e para a rea do poo RL-6, a partir da deposio das rochas flvio-estuarinas. O uso da Icnologia limitou-se interface entre o topo da formao Rio do Sul e a base do Membro Triunfo da Formao Rio Bonito, onde a identificao da Icnofbrica de Glossifungites auxiliou na delimitao de limites de seqncia de alta freqncia. Alm disso, foram reconhecidas, o predomnio das Icnofbricas de Thalassinoides e Teichichnus e, secundariamente, Planolites, Ophiomorpha, Arenicolites, Cylindrichnus, Monocraterion, Diplocraterion e Rosselia, permitindo posicionar a interface entre estas formaes na Icnofcies Skolithos/Cruziana. Helminthopsis, Condrites e Palaeophycus passam a predominar quando da presena de subambientes mais restritos tipo baas e lagunas. Os argilominerais identificados foram a caolinita, a clorita, a ilita e o interestratificado ilita-esmectita (I-S) do tipo ordenado. O predomnio da clorita e da ilita, na Formao Rio do Sul e o da caolinita no Membro Siderpolis, indicam variaes paleoclimticas, onde, inicialmente, existiram condições mais frias e secas, passando para condições de clima mais quente e mido. Os pelitos transgressivos do Membro Paraguau da Formao Rio Bonito foram caracterizados pelos valores relativos mais elevados do interestratificado I-S, e do SiO2 e Na2O e, os menores valores relativos do Al2O3, K2O, Fe2O3, MgO e TiO2. Interpretou-se uma provenincia detrtica para estes argilominerais sendo associados a minerais micceos e feldspticos. As relaes V/(V+Ni) e V/Cr indicam condições paleoambientais restritas, de carter redutor, praticamente para todo o intervalo estudado. A relao Sr/Ba mostrou-se boa indicadora de eventos transgressivos no PB-18 e no poo 1-TV-4-SC, perfurado em posio mais distal na bacia. Embora o uso da Taphonomia no tenha sido contemplada no objetivo inicial, a utilizao da razo plens/esporos foi satisfatria. Pulsos transgressivos de alta freqncia puderam tambm ser balizados pelas razes mais elevadas desta relao, havendo uma correlao razovel com as indicaes advindas da curva da razo Sr/Ba. Integrando-se os resultados destas vrias ferramentas foi possvel dividir o intervalo estratigrfico no PB-18, em sete seqncias deposicionais de 4a ordem e, em cinco seqncias deposicionais, no PB-20. As variaes encontradas nos estilos de estaqueamento estratigrfico entre as reas perfuradas por estes poos, deve-se s variaes locais no estilo tectono-sedimentar, dentro do modelo de bacias tipo foreland parte distal, modelo este adotado para a sedimentao destas seqncias e que tiveram, na subsidncia e no controle glcio-eusttico, os agentes moduladores deste padro estratigrfico.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

Esta dissertao pretende descrever e analisar as polticas de descentralizao da oferta e financiamento da educao obrigatria realizadas no Chile e no Brasil durante os anos 1980 e 1990. A pergunta que provoca a curiosidade desta pesquisa a seguinte: Quais as polticas de financiamento que foram adotadas para assegurar condições de oferta da escolarizao obrigatria, durante e aps a implantao de polticas de descentralizao da oferta educacional. A descentralizao da gesto educacional nos pases latino-americanos constitui-se num dos pilares das reformas realizadas no continente, sob a inspirao dos organismos financeiros internacionais, com o apoio de amplos setores das sociedades locais, insatisfeitas com a qualidade das polticas sociais. Os defensores destas reformas procuram lhes conferir um carter de homogeneidade, ignorando as diferentes realidades dos pases que as adotaram, apregoando sua inevitabilidade, apesar precariedade argumentativa favorvel aos seus bons resultados. O entendimento dos movimentos realizados nos dois pases apoiado na metodologia comparativa. Alm da reviso bibliogrfica e da legislao, o estudo lana mo de dados de matrculas e de gastos educacionais entre as diferentes dependncias administrativas, alm de dados sobre os gastos por aluno. O mtodo comparativo permite entender a influncia que diferentes contextos histricos e diferentes formas de organizao do Estado tm sobre os modelos de descentralizao adotados nos diferentes pases. Dentre as principais concluses possvel destacar: 1. no princpio dos anos 1980, o sistema educacional chileno havia assegurado atendimento educacional muito maior que o Brasil e era fortemente centralizado no Governo Central, ao contrrio do Brasil, que sempre teve as matrculas da educao obrigatria oferecidas pelos estados e municpios, sem que estes chegassem a garantir acesso universal; 2. a descentralizao da oferta educacional no Chile se deu do Governo Central para as municipalidades e para os particulares, num perodo muito curto, sendo facilitada pelo regime de exceo a que estavam submetidos os chilenos e organizao unitria do Estado; 3. no Brasil, a descentralizao ocorreu principalmente na segunda metade dos anos 90, dos estados para os municpios, e as escolas particulares perderam muita importncia no atendimento educacional aos brasileiros; 4. o Chile financia suas escolas atravs de um subsdio matrcula tanto das escolas das municipalidades como particulares que se associam ao sistema de subvenes, enquanto o Brasil vincula recursos da receita lquida dos vrios nveis de governo manuteno e ao desenvolvimento de seu ensino; 5. o sistema de financiamento brasileiro incorporou, na segunda metade dos anos 1990, fundamentos da public choice (ou teoria da escolha pblica), anteriormente assumidos pelo sistema chileno; 6. no perodo estudado, o Brasil teve um crescimento paulatino e regular dos gastos educacionais pblicos enquanto o Chile, aps um perodo de estabilidade nos anos 1980, aumentou muito seus gastos nos anos 90; 7. Fica evidente a estabilidade das polticas chilenas, iniciadas no governo da Junta Militar e aprofundadas nos Governos da democracia. No Brasil, as vrias mudanas polticas ocorridas no perodo, dificultaram uma hegemonia poltica que promovesse as reformas educacionais, o que veio acontecer apenas na segunda metade dos anos 1990; 7. a poltica de financiamento chilena possibilita mecanismos de equalizao das diferenas educacionais, assegurando mais recursos do Governo Central para as regies mais pobres, enquanto que, no Brasil, as regies mais pobres so exatamente as que dispem de menos recursos pblicos por aluno.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

Este estudo busca investigar as lgicas da ao em cooperativas de produo e associaes de catadores de lixo no bojo de processos de reestruturao econmica que no somente precarizam as condições de emprego, mas tambm implicam em processos de desassalariamento da fora de trabalho. Tomando como perspectiva analtica a sociologia da experincia de Franois Dubet, decompomos as lgicas da ao de trabalhadores com insero social distinta, ou seja, um primeiro grupo caracterizado por uma cultura operria e sindical e um segundo grupo caracterizado por um processo de dissociao em relao ao mundo do trabalho formal. Neste sentido, procurou-se investigar: a) as formas de insero e integrao sociais configuradas pelas relaes de solidariedade, b) a dimenso da racionalidade estratgica de cada grupo traduzida nas lutas por reconhecimento, e, c) os processos de subjetivao expressos na afirmao identitria de cada coletivo de trabalhadores. Ou seja, quais as condições de possibilidade da ruptura com as hierarquias que organizam e estruturam o universo de coletivos de trabalhadores com origens sociais to diversas quando confrontados com o princpio meta-social da igualdade? Noutras palavras, quando compelidos com a necessidade de organizar uma cooperativa ou associao, enquanto alternativa palpvel de subsistncia, os trabalhadores se deparam com um contexto bem diverso da situao de assalariamento. Com efeito, a experincia associativa ir implicar que a adeso cooperativa ou associao deve ser livre e voluntria e que a gesto e os processos de deliberao devem ser democrticos. A partir da pesquisa de campo verificou-se um processo de subjetivao marcado por estratgias distintas nas cooperativas e associaes: enquanto nas cooperativas a adeso dos trabalhadores era caracterizada por uma certa ambivalncia entre o compromisso com o projeto de construo da cooperativa e uma postura pautada por um certo pragmatismo tipificado por um campo de possveis restrito no tocante as alternativas de insero social, nas associaes de catadores de lixo verificou-se um processo de ruptura com os padres de sociabilidade primria acentuadamente hierarquizados a partir da participao das mulheres nas associaes, bem como um efetivo compromisso com o projeto associativo. Na esfera da ao coletiva, a constituio de cooperativas a partir de empresas em situao falimentar revelou uma nova estratgia sindical marcada por uma ao defensiva ante os processos de reestruturao econmica que eliminam postos de trabalho. J, na ao coletiva das associaes constatou-se um movimento de luta pelo reconhecimento de direitos e recuperao da cidadania. Tal movimento caracterizado por uma lgica do respeito possuindo uma dupla inflexo, ou seja, por um lado busca romper no mbito da esfera privada com a dominao masculina expressa num cdigo de honra, cuja conseqncia mais dramtica se traduz na violncia domstica, e por outro lado se constata um movimento em direo esfera pblica a partir da articulao de uma associao com um movimento social traduzindo desta maneira a reivindicao pelo reconhecimento da dignidade de indivduos sujeitos a todo tipo de reconhecimento recusado.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

O presente estudo insere-se no programa interdisciplinar Evoluo e diferenciao da agricultura, transformao do meio natural e desenvolvimento sustentvel em espaos rurais do sul do Brasil. Nele a rea da sade, aborda as interfaces entre a sade pblica e a antropologia sobre as desigualdades sociais no meio rural e prioriza os segmentos mais fragilizados da populao. Tem como objetivo conhecer a situao nutricional e o contexto de vida do universo de crianas menores de cinco anos do meio rural de Arambar/RS, atravs de um estudo epidemiolgico do tipo seccional. Os dados referentes ao contexto de vida, foram coletados por intermdio de um formulrio semi-estruturado e analisados via estatstica descritiva no software Epi-info 6.04. A avaliao antropomtrica foi realizada com base em ndices antropomtricos (Peso/Idade, Peso/Estatura, Estatura/Idade) expressos em escore Z, como populao de referncia a do NCHS e analisados atravs do programa EPINUT. Os resultados mostram que a pobreza rural marcante no contexto estudado e a agricultura de subsistncia pouco expressiva. Constatase a dificuldade de acesso da populao rural aos servios de sade. No que se refere alimentao, identifica-se introduo alimentar precoce e a adoo de padres/modelos alimentares tidos como urbanos; o aleitamento materno exclusivo pouco praticado. Em relao nutrio, os problemas de dficit confirmam uma realidade comum a contextos rurais, e o excesso de peso, pouco explorado nestes locais, tem prevalncia um pouco acima do esperado para populao considerada saudvel. Algumas associaes estatsticas so observadas entre o excesso de peso e a no realizao do aleitamento materno; no caso da desnutrio crnica, esta teria relao com a baixa escolaridade materna e com o peso da criana ao nascer. Evidencia-se que a complexidade que envolve os problemas nutricionais dificulta a construo de modelos causais, baseados em fatores de risco pr-estabelecidos; h diferentes graus de vulnerabilidade ao adoecimento, modulados pelas lgicas internas e pelo protagonismo social, como visto na distribuio dos problemas nutricionais dentro da heterogeneidade social presente no municpio. O estudo desvela a necessidade de se repensar a ateno social, econmica e de sade para a populao rural. Acredita-se que essas e outras informaes produzidas por este estudo, podero influenciar polticas pblicas locais direcionadas s crianas e s suas famlia.

Relevância:

40.00% 40.00%

Publicador:

Resumo:

Este estudo situa-se no campo da sociologia rural, a partir da noo do continuum rural/urbano, articulada ao conceito de territrio como uma construo social que suplanta a dicotomia pela interao entre os atores e base geogrfica, formando um complexo contexto sociocultural e econmico. Trata-se da anlise das condições socioeconmicas e culturais em que opera a dinmica do municpio de Encruzilhada do Sul, localizado no Rio Grande do Sul (Brasil), na busca de oportunidades para seus integrantes. Esse territrio, nos ltimos anos, passa por transformaes significativas que impactam a posse e o uso da terra. So mudanas na matriz produtiva, substituindo parte da pecuria extensiva e da agricultura tradicional por grandes reas de reflorestamento e, em menor escala, introduzindo a fruticultura e inovaes na produo em pequenas propriedades. A construo de uma tipologia de insero dos trabalhadores na transformao territorial, baseada no vnculo de trabalho nas novas atividades, desvelou as condições em que se articularam os atores sociais para produzirem modelos distintos territorialmente pelas caractersticas da posse e uso da terra, bem como os resultados decorrentes dessas condições. As concluses deste estudo indicam que a explorao de atividades econmicas tradicionais e a introduo de novas atividades aparentemente sob uma lgica racional esto reproduzindo o patrimonialismo nas relaes sociais e de poder. Por outro lado, as transformaes protagonizadas pelos trabalhadores locais na posse e uso da terra, que, pelas suas caractersticas, se contrapem ao modo de explorao e uso tradicionais, reconfiguram as representaes sociais, apontando para a construo de um territrio mais sustentvel econmica, social e ambientalmente. Ao correlacionar processos econmicos e processos simblicos em contextos de transformaes territoriais, este estudo apresenta-se como mais uma contribuio no debate que ora se estabelece no sul do Brasil a respeito da mudana da matriz produtiva e do desenvolvimento territorial.