270 resultados para Doenças cardiovasculares Teses

em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ


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Os transtornos psiquitricos so um problema de sade pblica, ocupando cinco das dez principais causas de incapacitao no mundo. O transtorno bipolar (TB) um transtorno de humor, segundo o DSM-IV (manual diagnstico e estatstico de doenças mentais), o qual afeta cerca de 1% da populao mundial. O TB do tipo I (TBI) o mais frequente entre os TBs e caracterizado pela presena de episdios manacos ou mistos acompanhados por episdios depressivos. Assim como outros transtornos psiquitricos, como a depresso, ansiedade e esquizofrenia, o TB representa um importante fator de risco cardiovascular, e pacientes com este transtorno apresentam mortalidade cardiovascular duas vezes maior que a populao em geral. No entanto, os exatos mecanismos envolvidos nesta relao permanecem desconhecidos. Estudos sugerem o envolvimento da via L-arginina-xido nitrico (NO) na patofisiologia do TB. O NO responsvel por diversas funes fisiolgicas, incluindo a inibio da funo plaquetria. A L-arginina, sua precursora, transportada em plaquetas pelo carreador y+L, ativando a enzima NO sintase (NOS), a qual produz NO e e L-citrulina. Uma vez produzido, o NO ativa a enzima guanilato ciclase (GC), levando ao aumento dos nveis de guanosina monofosfato cclica (GMPc). Adicionalmente, a L-arginina no exclusivamente utilizada pela NOS, ela tambm pode ser metabolizada pela arginase e produzir L-ornitina e uria. A biodisponibilidade do NO depende tanto de sua sntese como de sua degradao pelo estresse oxidativo ou pela inflamao. O objetivo deste estudo foi investigar detalhadamente a via L-arginina-NO-GMPc em plaquetas de pacientes com TBI, a expresso da arginase e outros marcadores de estresse oxidativo e inflamao. Vinte e oito pacientes com TB e dez indivduos saudveis foram includos no estudo. Nossos estudos mostraram uma reduo da atividade da NOS em todos os grupos de pacientes bipolares (fases de eutimia, depresso e mania), quando comparados aos controles. Isto ocorreu na presena de concentraes normais do substrato e de seu transporte, e da expresso inalterada das isoformas eNOS e iNOS. A expresso da arginase II no diferiu entre os grupos estudados, indicando que a disponibilidade da L-arginina no est sendo desviada para o ciclo de uria em plaquetas. A produo reduzida de GMPc foi observada mesmo com a expresso inalterada da GC. A atividade e marcadores de estresse oxidativo, avaliada atravs da quantificao da oxidao de protenas e atividade da catalase, no foram modificadas em plaquetas de pacientes com TB, enquanto que a atividade da SOD estava aumentada em todas as fases. Os nveis sricos da protena C-reativa (PCR), um marcador inflamatrio, esto aumentados em pacientes manacos, comparados aos controles. A reduzida produo de NO observada em plaquetas de pacientes bipolares pode ser um elo entre esta complexa associao entre TB e a doena cardiovascular.

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O objetivo desta tese foi identificar e caracterizar reas com altas taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatrio (DAC) e seus dois principais subgrupos de causas: as doenças isqumicas do corao (DIC) e as doenças cerebrovasculares (DCV), entre os anos de 2008 e 2012 na rea de influncia do complexo petroqumico do estado do Rio de Janeiro COMPERJ, por meio de mtodos estatsticos e sistemas de informaes geogrficas (SIG). Os resultados da investigao so apresentados na forma de dois manuscritos. O primeiro objetivou descrever o perfil da distribuio espacial da mortalidade por (DAC), caracterizar e predizer territrios com maior risco de morte por esta causa, com base em classificao das unidades espaciais por indicador de qualidade urbana (IQUmod). A anlise multivariada foi realizada por meio do mtodo conhecido como rvore de deciso e regresso, baseado em algoritmo CART para a obteno do modelo preditivo para UVLs com diferentes riscos de mortalidade por DAC. O modelo desenvolvido foi capaz de discriminar sete conjuntos de UVLs, com diferentes taxas mdias de mortalidades. O subconjunto que apresenta a maior taxa mdia (1037/100 mil hab.) apresenta 3 UVLs com mais de 75% de seus domiclios com abastecimento de gua inadequado e valor de IQUmod acima de 0.6. Conclui-se que na rea de influncia do COMPERJ existem reas onde a mortalidade por DAC se apresenta com maior magnitude e que a identificao dessas reas pode auxiliar na elaborao, diagnstico, preveno e planejamento de aes de sade direcionadas aos grupos mais susceptveis. O segundo manuscrito teve por objetivo descrever o perfil da distribuio espacial da mortalidade por DIC e DCV em relao ao contexto socioambiental segundo reas geogrficas. O modelo de regresso linear de Poisson com parmetro de estimao via quasi-verossimilhana foi usado para verificar associao entre as variveis. Foram identificados como fatores de risco para mortalidade por DIC e DCV a varivel relativa a melhor renda e maior distncia entre domiclios e unidades de sade; a proporo de domiclios em ruas pavimentadas aparece como fator de proteo. A distribuio espacial e as associaes encontradas entre os desfechos e preditores sugerem que as populaes residentes em localidades mais afastadas dos centros urbanos apresentam maiores taxas de mortalidade por DIC e DCV e que isto pode estar relacionado a contextos rurais de localizao das residncias e a distncia geogrfica destas populaes aos servios de sade. Aponta-se para a necessidade de desenvolvimento de aes que propiciem maior amplitude no atendimento em sade, no intuito da reduo de eventos cardiovasculares mrbidos incidentes naquelas populaes.

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Trata-se de um estudo de carter descritivo, transversal com abordagem quantitativa. Este estudo transversal de base populacional possui como populao de estudo enfermeiros trabalhadores de um hospital universitrio do Estado do Rio de Janeiro. Possui como objetivo primrio do estudo estimar a magnitude da associao entre as atividades profissionais dos enfermeiros e os fatores de risco para doenças cardiovasculares, e como objetivos secundrios descrever o perfil demogrfico e profissional dos enfermeiros do estudo; correlacionar a presena dos fatores de risco para doenças cardiovasculares com o tipo de atividade desenvolvida; e estabelecer a relao dos fatores de risco para doenças cardiovasculares com o nvel de estresse dos enfermeiros. Selecionou-se para o estudo um total de 61 participantes. Os sujeitos foram acessados atravs de suas chefias imediatas e pela chefia geral de Enfermagem do hospital, que se dispusera a ajudar nesse contato. Listas com os nomes e setores foram disponibilizadas e os contatos assim foram realizados. As variveis que foram analisadas no estudo so do tipo sociodemogrficas, variveis laborais e variveis relacionadas aos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Foi utilizado um questionrio estruturado para a avaliao de variveis socioeconmicas; variveis sobre conhecimento da hipertenso, diabetes, dislipidemia, tabagismo, etilismo e atividade fsica; aferies sobre peso, altura e presso arterial; informaes sobre o trabalho. Para a avaliao de estresse no trabalho foi utilizada a Escala Bianchi de Estresse.. Aps anlises estatsticas secundrias, a mensurao do Escore Bianchi de Estresse e Escore de Risco Global para doenças cardiovasculares, foi identificado que as variveis estatisticamente significativas associadas ao risco cardiovascular foram sexo, idade e o grupo de estresse (baixo e mdio). Com a regresso logstica foi possvel identificar o tamanho da associao. O sexo masculino possui a chance de apresentar risco cardiovascular 5,66 vezes maior que o sexo feminino. A faixa etria entre 40 e 59 anos apresenta um risco cardiovascular 4,37 vezes maior que a faixa etria entre 20 e 39 anos. Os sujeitos com Escore de Bianchi de Estresse (EBS) classificados como Mdio apresentam risco cardiovascular 6,63 vezes maior do que quem tem EBS baixo. A associao entre estresse e risco cardiovascular foi de 3,23. Concluiu-se que o existe uma ntida associao entre estresse, avaliado pelo Escore Bianchi de Estresse e aumento do risco cardiovascular global, atravs da ER Global. Os profissionais que trabalham em setores fechados apresentam um maior risco cardiovascular global. Os enfermeiros conhecem os fatores de risco para doenças cardiovasculares. Paradoxalmente encontramos que os enfermeiros que possuem apenas um emprego apresentam um risco global intermedirio. Os profissionais homens, em nosso estudo, apresentam um risco cardiovascular global maior que as mulheres.

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Diversos estudos em epidemiologia tm investigado a influncia do ambiente urbano na sade da populao. Os benefcios dos espaos verdes tm sido um dos aspectos estudados recentemente. Uma das principais vias apontadas atravs da promoo da prtica de atividades fsicas. Outros benefcios incluem a melhoria das condies psicossociais e da qualidade do ar. Esses fatores, por sua vez, tm comprovada associao com a sade cardiovascular. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho investigar a associao entre espaos verdes e mortalidade por doenças isqumicas do corao (DIC) e doenças cerebrovasculares (DCBV) no municpio do Rio de Janeiro, entre os anos de 2010 e 2012. Foi realizado um estudo do tipo ecolgico, tendo os setores censitrios como unidade de anlise. Como varivel desfecho foi calculada a razo de mortalidade padronizada (RMP) por sexo e idade, pelo mtodo indireto. Como medidas de exposio s reas verdes foram utilizadas a mdia e a variabilidade do ndice de Vegetao por Diferena Normalizada ou NDVI (sigla em ingls) mdio referente ao perodo de estudo, em buffers de 100 metros das bordas dos setores censitrios. Os dados foram analisados por um modelo linear condicional autorregressivo, que considera tambm a estrutura de dependncia espacial. Foram includas no modelo as covariveis ndice de Desenvolvimento Social (IDS); densidade de vias de trfego veicular, divididas entre vias coletoras e locais e vias estruturais primrias e secundrias, utilizadas como proxy de poluio em buffers de 100 metros dos setores; e o indicador de setores censitrios litorneos. Aps o ajuste do modelo controlando os possveis fatores de confuso, foi verificada a reduo de 4,5% (CI95%: 7,3%, 1,6%) da mortalidade nas reas com exposio referente ao intervalo interquartlico mais alto da mdia do NDVI; e de 3,4% (IC95%: 6,2%; 0,7%) nas reas referentes ao intervalo interquartlico mais alto da variabilidade, ambos em comparao com o intervalo mais baixo. Esse resultado indica a associao inversa entre a exposio aos espaos verdes e a mortalidade por DIC e DCBV no municpio do Rio de Janeiro. Alm disso, o aumento da mortalidade est associado a piores condies de vida e poluio do ar.

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A hipertenso uma das mais importantes causas de morte prematura no mundo. Estudos sobre a Euterpe oleracea Mart. (aa), uma planta tpica do Brasil e rica em polifenis, tm mostrado grande potencial teraputico contra a hipertenso, uma vez que seus benefcios podem ser associados s aes antioxidante, vasodilatadora e anti-hipertensiva. O rato espontaneamente hipertenso (SHR) um modelo experimental utilizado para o estudo da hipertenso essencial. Neste estudo, investigamos o efeito do tratamento crnico do extrato hidroalcolico do caroo de aa (ASE) sobre a hipertenso de SHR. Animais SHR e Wistar receberam tratamento com ASE (200 mg/Kg/dia) na gua de beber, ou veculo, desde 21 dias at 4 meses de idade e tiveram a presso arterial sistlica (PAS) aferida por pletismografia de cauda. Os efeitos vasodilatadores da acetilcolina (ACh) e nitroglicerina (NG) foram estudados em leito arterial mesentrico (LAM) perfundido e pr-contrado com norepinefrina. A atividade das enzimas superxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), os nveis de malondialdedo (MDA), a carbonilao de protenas e os nveis de nitrito foram avaliados em plasma, LAM, corao e rim por espectrofotometria. A expresso das protenas SOD e eNOS foram avaliadas por western blot em LAM e as alteraes vasculares pela espessura da tnica mdia em aorta. A PAS foi maior (p<0.05) nos animais SHR, e reduzida pelo tratamento com ASE. O efeito vasodilatador reduzido da ACh em SHR foi recuperado pelo ASE e o da NG no foi diferente entre os grupos. No houve diferena nos nveis de glicose e insulina em SHR comparados aos controles. Entretanto, a insulina se apresentou reduzida no grupo SHR+ASE. O nvel de renina foi maior nos SHR e normalizado pelo ASE (p<0.05). Os nveis de MDA no foram diferentes entre SHR e controles, entretanto o tratamento com ASE reduziu esses nveis em rim de SHR (p<0.05). Os nveis de carbonilao de protenas foram maiores em amostras de rim e corao de SHR e o ASE reduziu o dano sobre protenas (p<0.05), no tendo diferena em plasma e LAM. A atividade da SOD foi menor em amostras de rim nos animais SHR e aumentada pelo tratamento com ASE (p<0.05). Entretanto, a atividade aumentada da SOD em corao e LAM dos SHR, foi reduzida pelo tratamento com ASE, no havendo diferena em amostras de plasma. No houve diferena na atividade da GPx em amostras de LAM e corao dos diferentes grupos, porm sua atividade foi aumentada em rim dos SHR, e o tratamento com ASE normalizou essa atividade. Em plasma, a atividade da GPx foi reduzida em SHR e aumentada pelo tratamento (p<0.05). A atividade da enzima CAT foi reduzida em plasma e rim de SHR e o ASE aumentou sua atividade. No houve diferena em amostras de LAM, entretanto em amostras de corao o tratamento aumentou a atividade da CAT em SHR (p<0.05). Em amostras de plasma, corao e rim, no houve diferena nos nveis de nitrito entre os diferentes grupos, porm em amostras de LAM foram menores em SHR e SHR+ASE (p<0.05). A expresso das protenas eNOS e SOD apresentaram-se aumentadas em SHR (p<0.05) sem alterao com o tratamento. Os SHR apresentaram um aumento na espessura da camada mdia da aorta que foi reduzido (p<0.05) pelo ASE. Este estudo demonstrou que o tratamento crnico com ASE em SHR reduziu a hipertenso, preveniu a disfuno endotelial e o remodelamento vascular. O aumento da defesa antioxidante e reduo do dano oxidativo devem contribuir para os efeitos benficos de ASE. Portanto, sugerimos que o ASE pode ser uma ferramenta importante para o tratamento das alteraes cardiovasculares associadas hipertenso essencial.

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A obesidade atinge propores epidmicas em pases industrializados e est relacionada a uma srie de doenças metablicas e circulatrias. Nesse contexto, a atividade fsica, tratamento no farmacolgico da obesidade, acessvel a diversas populaes e est relacionada com a reduo do risco cardiovasvascular mesmo. O objetivo deste trabalho foi avaliar, aps mudana ou no da dieta, associao ou no a um programa de treinamento aerbico (PTA) durante 8 semanas, a possvel reversibilidade dos danos causados por uma dieta hiperlipdica por 12 semanas. Para tal, 120 hamsters machos da espcie Mesocricetus auratus, com massa corporal de 60 g, foram distribudos em quatro grupos, cada um subdividido em trs subgrupos, com dez animais para diferentes anlises. Os grupos Obeso Controle (OBC) e Obeso Exercitado (OBEX) receberam a rao hiperlipdica por 20 semanas, com adio do PTA ao grupo OBEX nas ltimas 8 semanas. Os Obeso Rao Padro (OBRP) e Obeso Rao Padro/Exerccio (OBRP/EX) tiveram a rao modificada para comercial padro e adio do PTA ao grupo OBRP/EX aps as 12 semanas iniciais. Para as anlises microcirculatrias, a bolsa da bochecha foi usada para determinao do nmero mximo de extravasamentos induzidos por 30 min de isquemia seguida de reperfuso e da reatividade microvascular aps a aplicao tpica de acetilcolina e nitroprussiato de sdio. No sangue coletado foi avaliado o perfil lipdico, glicemias quinzenais e leptina. As expresses de eNOS e iNOS foram determinadas na aorta por imunoblotting e a composio corporal avaliada nos tecidos adiposos visceral, urogenital e retroperitoneal, retirados no dia do experimento. Os resultados foram analisados com os mtodos o teste estatstico de anlise de varincia (One Way ANOVA - Teste de Kruskal-Wallis), seguido pelo ps-teste de Dunn. Resultados mostram que a modificao diettica, associada ou no ao PTA, reduziu significativamente a massa corporal (p<0,0001), comprimento naso-anal (p=0,0011) e tecido adiposo (visceral [p<0,0001], urogenital [p=0.0004] e retroperitoneal [p= 0,0083]). Nas anlises sanguneas no foram encontradas diferenas com relao ao perfil lipdico e glicemia, j na leptina houve uma reduo significativa (p=0,0039). A anlise da reatividade microvascular mostrou melhora significativa na vasodilatao endotlio-dependente nos grupos submetidos modificao diettica associada ou no ao PTA. Nas medidas de permeabilidade a macromolculas houve reduo significativa no nmero de extravasamentos nos grupos submetidos modificao diettica associada ou no ao PTA, (5 min [p= 0,0207] e 10 min [p= 0,0057]). Houve um aumento na expresso de eNOS nos grupos submetidos modificao diettica associada ou no ao PTA, em comparao ao grupo OBC (p=0,0352). Os resultados mostraram que a modificao diettica, associada ao protocolo de treinamento aerbico melhora a vasodilatao endotlio-dependente, aumenta a expresso da xido ntrico sintase endotelial e reduz o nmero de extravasamentos induzidos por isquemia e reperfuso, mesmo sem melhoras nos marcadores bioqumicos tradicionais como glicemia e perfil lipdico.

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A obesidade, doena resultante do acmulo excessivo de gordura corporal, importante fator de risco para diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias e doenças cardiovasculares, doenças de alta prevalncia em todo o mundo. O processo de transio nutricional decorrente da globalizao contribuiu para o crescente nmero de indivduos com obesidade, principalmente pela modificao nos hbitos alimentares da populao, com ampla incluso de produtos industrializados ricos em gordura saturada, sal e acar, denominada dieta ocidental. Os mecanismos pelos quais a obesidade induzida por dieta leva ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares ainda no esto completamente esclarecidos na literatura, porm sabe-se que a obesidade leva ao comprometimento da funo cardaca e do metabolismo energtico, aumentando a morbidade e mortalidade. Em grande parte dos estudos relacionados obesidade, o metabolismo energtico celular comprometido associa-se disfuno mitocondrial. Neste contexto, torna-se importante avaliar a funo mitocondrial na obesidade, visto que as mitocndrias so organelas com funes-chave no metabolismo energtico. No presente estudo, avaliamos inicialmente o efeito obesognico da dieta ocidental em camundongos Swiss por 16 semanas a partir do desmame. Para tal, analisamos a ingesto alimentar, evoluo da massa corporal, ndice de Lee, peso das gorduras epididimal e retroperitoneal, peso e morfologia do fgado, relao entre o peso do fgado/massa corporal, peso do ventrculo esquerdo (VE)/massa corporal, glicemia de jejum e teste intraperitoneal de tolerncia glicose. Avaliamos tambm o consumo de oxignio das fibras cardacas atravs da respirometria de alta resoluo. Alm disso, o contedo das protenas envolvidas no metabolismo energtico: Carnitina Palmitoil Transferase 1 (CPT1), protena desacopladora 2 (UCP2), Transportadores de glicose 1 e 4 (GLUT1 e GLUT4), protena quinase ativada por AMP (AMPK), protena quinase ativada por AMP fosforilada (pAMPK), receptor de insulina &#946; (IR&#946;) e substrato do receptor de insulina 1 (IRS-1) foi determinado por western blotting. Nossos resultados confirmaram o carter obesognico da dieta ocidental, visto que os camundongos submetidos a esta dieta (GO), apresentaram-se hiperfgicos (P<0,001) e obesos (72,031,82, P<0,001), com aumento progressivo no ganho de massa corporal. Alm do aumento significativo dos parmetros: ndice de Lee (362,902,44, P<0,001), gorduras epididimal e retroperitonial (3,310,15 e 1,610,11, P<0,001), relao entre o peso do fgado/massa corporal (0,060,003, P<0,001) e peso de ventrculo esquerdo (VE)/massa corporal (0,080,002, P<0,01), hiperglicemia de jejum (192,1014,75, P<0,01), intolerncia glicose (P<0,05, P<0,01) e deposio ectpica de gordura no fgado. A respirometria de alta resoluo evidenciou disfuno mitocondrial cardaca no grupo GO, com reduzida capacidade de oxidao de carboidratos e cidos graxos (P<0,001) e aumento do desacoplamento entre a fosforilao oxidativa e a sntese de ATP (P<0,001). Os resultados de western blotting evidenciaram aumento nos contedos de CPT1 (1,160,08, P<0,05) e UCP2 (1,080,06, P<0,05) e reduo no contedo de IRS-1 (0,600,08, P<0,05). No houve diferena significativa nos contedos de GLUT1, GLUT4, AMPK, pAMPK, pAMPK/AMPK e IR&#946;. Em concluso, o consumo da dieta ocidental resultou no desenvolvimento de obesidade com disfuno mitocondrial associada a alteraes no metabolismo energtico.

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As doenças crnicas no transmissveis (DCNT) esto posicionadas no topo das enfermidades em termos de morbimortalidade, no Brasil e no mundo. Entre estas, as doenças cardiovasculares (DCV), e particularmente, as cerebrovasculares (DCbV), produzem um impacto significativo sobre a autonomia das pessoas, desfalcando a fora de trabalho das naes e gerando um alto custo para a previdncia social de todos os pases. No Brasil, s muito recentemente as enfermidades circulatrias passaram a ser contempladas por polticas pblicas formuladas pelo Ministrio da Sade (MS), no s pela manuteno destas doenças em altos patamares de morbimortalidade, mas tambm pelo crescimento exponencial de alguns dos seus fatores de risco. Partindo do pressuposto que as polticas e programas oficiais no esto sendo efetivamente implementados no mbito da Ateno Primria Sade (APS), o objetivo do presente estudo foi investigar e analisar como estas iniciativas do MS vem sendo efetivamente executadas em Juiz de Fora-MG. A estratgia utilizada para essa investigao consistiu em uma pesquisa qualiquantitativa com base em observao, documentos e entrevistas semi-estruturadas com os diferentes componentes profissionais das Equipes de Sade da Famlia de trs unidades bsicas de sade do municpio citado. Foram entrevistados 40 profissionais de sade, entre mdicos, enfermeiros e agentes comunitrios de sade, buscando-se entender como os programas governamentais com interface com a preveno das doenças cardiovasculares e, em especial, cerebrovasculares, vm sendo implementados ao nvel do Programa de Sade da Famlia. Na comparao entre o que recomendado nos programas governamentais e o que vem sendo executado nas UBS, concluiu-se que ainda h um longo caminho a ser percorrido para que estes programas sejam efetivamente implementados na porta de entrada do sistema de sade.

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Os efeitos das temperaturas elevadas na sade humana representam um problema de grande magnitude na sade pblica. A temperatura atmosfrica e a poluio do ar so fatores de risco para as doenças crnicas no transmissveis, em particular as doenças isqumicas do corao. O estudo teve como objetivo analisar a associao entre a temperatura atmosfrica e internaes hospitalares por doenças cardacas isqumicas no municpio do Rio de Janeiro entre os anos de 2009 e 2013. Utilizaram-se modelos de sries temporais, via modelos aditivos generalizados, em regresso de Poisson, para testar a hiptese de associao. Como variveis de controle de confuso foram utilizadas as concentraes de poluentes atmosfricos (oznio e material particulado) e umidade relativa o ar; utilizou-se mtodo de defasagem simples e distribuda para avaliar o impacto da variao de 1oC nas internaes hospitalares dirias. No modelo de defasagem simples foram encontradas associaes estatisticamente significativas para as internaes por DIC no dia concorrente a exposio ao calor, tanto para a temperatura mdia quanto para a mxima. No modelo de defasagem distribuda polinomial, essa associao foi observada com 1 e 2 dias de defasagem e no efeito acumulado tanto para a temperatura mdia quanto para a mxima. Ao estratificarmos por faixa etria, as associaes para as internaes por DIC e exposio ao calor no foram estatisticamente significativas no modelo de defasagem simples para as temperaturas mdia e mxima. Em contrapartida, no modelo de defasagem distribuda polinomial, a correlao entre internaes por DIC e exposio ao calor foi observada na faixa de 30 a 60 anos no efeito acumulado para a temperatura mdia; e com defasagem de 1 e 2 dias para 60 anos ou mais de idade para a temperatura mdia. Estes resultados sugerem associao positiva entre as internaes hospitalares por doena cardaca isqumica e temperatura na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados do presente estudo fornecem informaes para o planejamento de investimentos de reas urbanas climatizadas e para a preparao dos hospitais para receber emergncias relacionadas aos efeitos de calor que uma das consequncias mais importantes das mudanas climticas.

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O transtorno depressivo (TD) um fator de risco cardiovascular independente que apresenta elevada morbi-mortalidade. Recentes evidncias sugerem a participao do xido ntrico (NO), potente vasodilatador e anti-agregante plaquetrio, na patognese de doenças cardiovasculares e psiquitricas. A sntese do NO ocorre atravs da converso do aminocido L-arginina em L-citrulina e NO, pela ao da enzima NO sintase (NOS). Esta tese aborda o papel da via L-arginina-NO em plaquetas de pacientes com TD e sua associao com a funo plaquetria e estresse oxidativo. Para anlise comportamental da depresso em modelo animal, foi utilizado o modelo de estresse ps-natal de separao nica (SMU). Os animais foram divididos em quatro grupos para a realizao do estudo: Grupo Controle Sedentrio (GCS), Grupo Controle Exerccio (GCE), Grupo SMU Sedentrio (SMUS) e Grupo SMU Exerccio (SMUE). O treinamento fsico (TF) dos animais englobou 8 semanas, com durao de 30 minutos e uma velocidade de treinamento estabelecida pelo teste mximo (TE). Para o estudo em humanos, 10 pacientes com TD com score Hamilton: 201, (mdia de idade: 384anos), foram pareados com 10 indivduos saudveis (mdia de idade: 383anos). Os estudos em humanos e animais foram aprovados pelos Comits de tica: 1436 - CEP/HUPE e CEUA/047/2010, respectivamente. Foi mensurado em humanos e em animais: transporte de L-arginina, concentrao GMPc, atividade das enzimas NOS e superxido dismutase (SOD) em plaquetas e cortisol sistmico. Experimentos realizados somente em humanos: expresso das enzimas NOS, arginase e guanilato ciclase atravs de Western Blotting. A agregao plaquetria foi induzida por colgeno e foi realizada anlise sistmica de protena C-reativa, fibrinognio e L-arginina. Para o tratamento estatstico utilizou-se trs testes estatsticos para avaliar as diferenas das curvas de sobrevida: Kaplan-Meier, e os testes de Tarone-Ware e Peto-Prentice. Em humanos, houve uma reduo do transporte de L-arginina, da atividade das enzimas NOS e SOD, e da concentrao de GMPc em plaquetas, e nas concentraes plasmticas de L-arginina no grupo com TD em relao ao grupo controle. Foi observado um aumento dos nveis plasmticos de fibrinognio no TD. Esses resultados demonstram uma inibio da via L-arginina-NO-GMPc e da enzima anti-oxidante SOD em pacientes com TD sem afetar a funo plaquetria. Em relao ao TF, para o modelo animal, foram encontradas alteraes iniciais quanto distncia percorrida e tempo de execuo do TE entre os grupos controles e o grupos SMUs, apresentando estes ltimos menores valores para o TE. Aps 8 semanas de TF, verificou-se um maior influxo no transporte de L-arginina para o SMUE em comparao ao grupo SMUS. As diferenas observadas para o tempo e a distncia percorrida no TE inicial entre os grupos controle e no modelo de estresse foram revertidas aps as 8 semanas de TF, demonstrando o efeito benfico do exerccio fsico na capacidade cardiorespiratria em modelos de depresso.

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Pesquisas recentes tm demonstrado que a periodontite pode modificar a concentrao sangunea de uma srie de tipos celulares e substncias bioqumicas, que so considerados fatores de risco para doenças cardiovasculares. Este trabalho tem como objetivo avaliar a associao entre a periodontite crnica e marcadores de risco para doena cardiovascular. No Estudo I foram examinados 100 pacientes aparentemente saudveis sistemicamente, sendo 66 portadores de periodontite crnica e 34 pacientes controle, sem doena periodontal. Exames periodontais e exames sanguneos foram realizados, e obtidas as espessuras das camadas ntima-mdia (IMT) da artria cartida. No Estudo II, 66 pacientes participantes do Estudo I, diagnosticados com periodontite crnica, foram aleatoriamente submetidos a tratamento periodontal imediato (Grupo Teste, n=33) ou tratamento periodontal retardado (Grupo Controle, n=33). Os dados colhidos no Estudo I foram registrados como pr-tratamento (T0). Novos exames clnicos periodontais e laboratoriais foram realizados no perodo de 2 meses (T2) e 6 meses (T6) aps os exames iniciais (Grupo Controle) ou concluso do tratamento periodontal (Grupo Teste). Os dados colhidos foram analisados atravs de testes estatsticos. Os resultados mostraram que pacientes com periodontite crnica quando comparados ao grupo controle, apresentaram valores mdios significativamente mais elevados na contagem total de hemcias (p<0,001), hemoglobina (p<0,001), hematcrito (p<0,001), contagem de plaquetas (p=0,019), velocidade de hemossedimentao (p<0,001), protena C-reativa (p<0,001). Os nveis de HDL-colesterol foram significativamente mais baixos nos pacientes com periodontite crnica quando comparados ao grupo controle (p<0,001). As camadas ntima-mdia da parede da artria cartida esquerda foram significativamente mais espessas nos pacientes com periodontite crnica quando comparados ao grupo controle (p=0,049). Os indviduos com periodontite crnica tambm apresentaram 3,26 vezes mais chances de possuir Sndrome Metablica do que aqueles indivduos que no possuem doena peridontal (IC 95%: 1,8-5,9). No Estudo II, quando comparados os valores mdios dos dados hematolgicos aps tratamento, no grupo teste, foi possvel observar melhora estatisticamente significativa, entre T0/T2, dos valores de VHS e triglicerdeos (p=0,002; p=0,004; respectivamente). Reduo nos valores mdios da contagem total de leuccitos, VHS, CRP, transaminase glutmico pirvica, colesterol total e triglicerdeos, entre T0/T6, foi verificada no grupo teste ps-tratamento (p=0,028; p<0,001; p<0,001; p=0,010; p<0,001; p=0,015, respectivamente). Os resultados indicaram que a periodontite crnica severa est associada com nveis elevados de marcadores da inflamao e trombognese, alm de alteraes no perfil lipdico em indivduos sistemicamente saudveis, podendo atuar como possvel fator de risco para as doenças cardiovasculares. O tratamento periodontal no-cirrgico mostrou-se eficaz na reduo dos nveis dos marcadores sistmicos da inflamao e na melhora do perfil lipdico em indivduos com doena periodontal severa, consequentemente, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.

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A menopausa est associada a algumas alteraes metablicas como a obesidade, dislipidemia e inflamao, entre outras anomalias presentes na sndrome metablica humana. Uma dieta hiperlipdica ou high-fat (HF) associada menopausa piora tais alteraes, aumentando ainda mais o risco de doena cardiovascular. A hiptese de que uma dieta HF agrava as complicaes relacionadas ovariectomia foi testada. Foram avaliadas fmeas C57BL/6 ovariectomizadas (OVX) ou com operao SHAM e alimentados com rao padro ou Standard Chow (SC, 10% de gordura) ou uma dieta HF (60% de gordura) por 18 semanas. A eficincia alimentar (EA), massa corporal (MC), distribuio regional das massas de gordura e a morfometria dos adipcitos foram estudados. As anlises de sangue (colesterol total, CT, triglicerdeos, TG, citocinas e adipocinas) foram realizadas. Camundongas OVX-HF apresentaram maior EA e maior MC do que os demais grupos (P<0,05). A gordura visceral (ovariana e retroperitoneal) e a gordura subcutnea (gordura inguinal) tiveram o mesmo padro de distribuio entre os grupos SHAM-SC, SHAM-HF e OVX-SC, mas o grupo OVX-HF apresentou um padro diferente de acmulo de gordura - muito maior do que no rupo SHAM-SC. A associao da ovariectomia com a dieta HF aumentou significativamente o dimetro dos adipcitos dos animais OVX-HF em comparao aos SHAM-HF (P<0,0001) e tambm agravou a elevao dos nveis de CT, TG e de leptina nas camundongas OVX-HF, em relao aos OVX-SC (P<0,0001). Os nveis de adiponectina foram maiores nas camundongas OVX-SC comparados com as das camundongas SHAM-SC e OVX-HF (P<0,001). A associao da ovariectomia com a dieta HF agravou o aumento dos nveis sricos de leptina em camundongas OVX-HF, em relao aos OVX-SC (P<0,005). TNF-alfa no foi diferente entre os grupos, mas a IL-6 foi significativamente maior nas camundongas OVX-HF comparados a ambos os grupos SHAM-HF e OVX-SC (P<0,0001). Concluindo, a ingesto de uma dieta hiperlipdica por camundongas ovariectomizadas, leva ao aumento do acmulo e redistribuio inadequada de gordura, piora dos nveis de citocinas e adipocinas, assim como desordem metablica, o que aumenta os fatores de risco para doenças cardiovasculares.

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O modelo demanda-controle proposto por Karasek caracteriza as situaes de estresse no ambiente laboral que definido pela alta exigncia no trabalho resultante da combinao do efeito da demanda psicolgica no trabalho (estressores) e moderadores do estresse, especialmente a capacidade de tomar decises (controle). Existem diversas formas de operacionalizar a exposio (alta exigncia no trabalho) descritas na literatura. No entanto, no h consenso sobre qual a melhor operacionalizao. Outra questo negligenciada pela maioria dos autores a forma funcional da curva exposio-resposta ou no linearidade da associao. Entre os desfechos avaliados em estudos sobre os efeitos do estresse no trabalho, usando o modelo demanda-controle, esto as doenças cardiovasculares, como a hipertenso arterial. Contudo, os resultados relatados parecem conflitantes sobre a associao entre o estresse no trabalho e a hipertenso arterial. Os objetivos deste trabalho so estudar a associao entre o estresse no trabalho e aumento da presso arterial/hipertenso arterial usando as diferentes formas de operacionalizao do estresse no trabalho e avaliar a curva exposio-resposta quanto linearidade. O trabalho um estudo seccional desenvolvido na populao do Estudo Pr-Sade que composta por servidores pblicos de uma universidade no Rio de Janeiro. Modelos de regresso usando diferentes distribuies foram usados para estimar a associao entre a alta exigncia no trabalho e a presso arterial/hipertenso arterial. Funes no lineares foram utilizadas para investigar a linearidade da associao entre a exposio e os desfechos. Os resultados sugerem que a relao entre a dimenso controle e a presso arterial seja no linear. Foram observadas associaes significativas entre alta exigncia no trabalho e presso arterial sistlica e diastlica para algumas formas de operacionalizao da exposio, quando analisados separadamente. No entanto, quando analisadas de forma conjunta por meio do modelo de resposta bivariada no foi encontrada associao. Tambm no foi encontrada associao entre a alta exigncia no trabalho e hipertenso arterial para nenhuma forma de operacionalizao da exposio. Os modelos estatsticos com melhor ajuste foram aqueles em que a exposio foi operacionalizada por meio de quadrantes gerados pela mediana de cada uma das dimenses e de forma dicotmica com termo de interao entre demanda psicolgica e controle. Neste estudo estas foram as formas mais adequadas de operacionalizao. Os resultados tambm mostram que a associao entre a dimenso controle e a presso arterial no linear. Conclui-se que no h garantia de linearidade da associao entre estresse no trabalho e presso arterial e que essa associao pode ser influenciada pela forma de operacionalizao da exposio e do desfecho ou da estratgia de modelagem.

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Evidncias recentes sugerem que as doenças periodontais podem desempenhar um papel relevante na etiologia e patognese de doenças cardiovasculares e hipertenso arterial. A resposta inflamatria, com conseqente elevao de marcadores sistmicos como protena C-reativa, fibrinognio e interleucina-6, e a disfuno endotelial, podem ser os responsveis por essa associao. Alguns estudos tm relatado maiores nveis pressricos, maior massa ventricular esquerda e disfuno endotelial em pacientes com doenças periodontais. Ao mesmo tempo, estudos clnicos vm mostrando que a terapia periodontal pode levar reduo dos nveis plasmticos dos marcadores de inflamao e reduo do risco cardiovascular. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da terapia periodontal no-cirrgica em 26 pacientes (idade mdia de 53.68.0 anos) hipertensos refratrios. Foram avaliados marcadores plasmticos de inflamao (protena C-reativa, fibrinognio e interleucina-6), presso arterial sistlica e diastlica, massa ventricular esquerda e rigidez arterial. A terapia periodontal foi eficaz na reduo da mdia de todos os marcadores de risco cardiovascular avaliados. Os nveis de protena C-reativa baixaram 0.7mg/dl 6 meses aps a terapia periodontal, os de IL-6, 1.6pg/dl e os de fibrinognio 55.3mg/dl (p<0.01). A presso arterial sistlica apresentou reduo mdia de 16.7mmHg e a diastlica de 9.6mmHg. A massa ventricular esquerda diminuiu em mdia 12.9g e a velocidade da onda de pulso, um marcador de rigidez arterial, e consequentemente de disfuno endotelial, apresentou reduo de seus valores mdios de 0.9m/s (p<0.01). Dessa forma, conclui-se que a terapia periodontal foi eficaz na reduo dos nveis de protena C-reativa, interleucina-6, fibrinognio, presso arterial, massa ventricular esquerda e rigidez arterial.

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Este estudo aborda a atuao da gesto estadual do Servio nico de Sade (SUS) sobre o quadro de desigualdades em sade, analisando o caso do estado de Minas Gerais. A descentralizao dos servios de sade, no mbito do federalismo brasileiro, promoveu o ingresso de recursos em todos os municpios, permitindo a incorporao de cidados de todas as regies do pas ao sistema. Ao mesmo tempo, a pulverizao dos recursos perpetuou as histricas desigualdades ao acesso a servios de mais complexidade. Esse quadro exige a interveno do nvel estadual para ser alterado. Este o tema deste trabalho, que analisou o processo de regionalizao da assistncia sade, no perodo de 2002 a 2009, sob a coordenao da gesto estadual do SUS em Minas Gerais, considerando o cenrio federativo brasileiro, em que os municpios so entes autnomos. Os objetivos especficos foram: descrever o processo de regionalizao proposto pela gesto estadual para alcanar a melhoria dos servios pblicos e a reduo de desigualdades regionais; verificar a extenso da implementao da regionalizao nas microrregies, tomando como referncia o gasto de recursos estaduais dirigidos a municpios e a implantao das Comisses Intergestores Bipartites Microrregionais e Macrorregionais; avaliar o efeito da regionalizao na rede de servios e na reduo das desigualdades regionais, relativas a recursos, acesso a servios e em algumas condies de sade da populao, consideradas sensveis regionalizao. Revisou-se a literatura sobre federalismo, descentralizao e relaes intergovernamentais e documentos oficiais; utilizaram-se dados secundrios sobre recursos e indicadores de sade e de desenvolvimento. Verificou-se que o processo foi viabilizado por intensa aproximao entre governo estadual e municpios; por uma proposta consistente e pelo aporte de recursos. Constatou-se, ainda, que, no perodo, ampliou-se o acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a mamografias; houve desconcentrao de recursos e equipamentos na direo de macrorregies e microrregies mais desprovidas; os recursos estaduais disciplinaram o gasto federal; e reduziram-se as desigualdades entre as microrregies em relao a: indicadores socioeconmicos, recursos federais e estaduais, acesso a mamografias e mortalidade por doenças cardiovasculares.