Parasitoses internas e frequência de desparasitação em cães do concelho de Vila Franca de Xira, Portugal


Autoria(s): Morgado, Gonçalo Mendes
Contribuinte(s)

Carvalho, Luís Manuel Madeira de

Minderico, Maria Margarida de Tordo

Data(s)

29/07/2016

29/07/2016

25/07/2016

Resumo

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária

Ao tratar os cães de uma forma empírica, existe a possibilidade de dois cenários indesejáveis acontecerem: os cães que apresentam um alto risco de infeção zoonótica não são corretamente controlados e os cães que apresentam um risco zoonótico praticamente nulo, estão a fazer tratamentos anti-helmínticos desnecessários. Este estudo foi direcionado para determinar a prevalência de parasitas gastrointestinais e pulmonares em cães com proprietário na cidade de Vila Franca de Xira, avaliar a presença de fatores que possam estar ligados a um maior risco de transmissão de doenças parasitárias zoonóticas e que protocolos de prevenção, nomeadamente para endoparasitas, são utilizados nos cães examinados. Através do método de flutuação (Willis), de Baermann e esfregaço fecal (coloração de Ziehl-Neelsen modificada) foram analisadas 80 amostras para pesquisa de endoparasitas gastrointestinais e pulmonares. Foram também preenchidos presencialmente 80 inquéritos pelos respetivos proprietários. A prevalência global de parasitas gastrointestinais e pulmonares foi de 5,0%. Foram observadas amostras positivas a Ancylostoma sp. (1/80); Angiostrongylus vasorum (1/80); Cystoisospora spp. (2/80); Toxocara canis (1/80) e Trichuris vulpis (1/80). Dois animais infetados apresentavam infeções parasitárias mistas, ambos por nemátodes. Relativamente a comportamentos de potencial risco zoonótico, 27,5% (22/80) dos cães exibia algum tipo de picacismo, 17,5% (14/80) ingeria fezes; 83,3% (65/80) lambia a cara do proprietário e 42,3% (33/78) dormia com ele. Dos 80 cães examinados, apenas 3,8% (3/80) dos cães não eram desparasitados internamente, ainda que apenas 51,4% (37/72) seguissem o protocolo de controlo de parasitoses internas, aconselhado pelo médico-veterinário de quatro desparasitações anuais, considerado como o limiar mínimo de eficácia na prevenção de endoparasitoses zoonóticas pela ESCCAP. Atendendo a que muitas pessoas ainda não têm a informação e conhecimento necessários sobre os métodos mais eficazes de controlo de doenças parasitárias, sendo este desconhecimento mais relevante nas zoonóticas, é necessário criar medidas para tornar esta informação mais disponível e acessível ao grande público, quer aumentando a intervenção do Médico Veterinário durante a consulta, quer referenciando mais plataformas com conhecimento idóneo e gratuita, como as da ESCCAP.

ABSTRACT - Internal parasites and deworm frequency of dogs in Vila Franca de Xira, Portugal - By deworming dogs empirically, two scenarios can happen: Dogs that are in a high risk state of zoonotic infection are not correctly controlled and dogs that have an almost null zoonotic infection risk, are being unnecessarily treated with anthelmintics. The purpose of this study was to determine parasitic gastrointestinal and pulmonary prevalence in dogs in Vila Franca de Xira city, which factors may be connected to a bigger zoonotic pressure in the transmission of parasitic diseases and what endoparasitic prevention protocols are the dogs following. Using Baermann and a flotation (Willis) method, a fecal smear (modified Ziehl-Neelsen stain), 80 samples were analyzed for gastrointestinal and pulmonary parasites. 80 surveys were filled by the dogs` owners. The global prevalence of gastrointestinal and pulmonary parasites was 5,0%. Positive samples of Ancylostoma sp. (1/80); Angiostrongylus vasorum (1/80); Cystoisospora sp. (2/80); Toxocara canis (1/80) and Trichuris vulpis (1/80) were found. Two infected dogs had endoparasitic co-infections, both by nematodes. Regarding potential high risk zoonotic behaviors, 27,5% (22/80) of dogs had some type of pica; 17,5% (14/80) ate feces; 83,3% (65/80) licked their owners` face and 42,3% (33/78) slept with its owner. Of the eighty dogs examined, only 3,8% (3/80) weren`t dewormed and only 51,4% (37/72) followed the veterinarians advised deworming protocol of four deworms a year, considered by the ESCCAP the minimal acceptable deworming schedule to prevent endoparasitic zoonoses in dogs. Considering that most people lack the knowledge or information needed to be able to control parasitic diseases, and that this lack of awareness is even more relevant on the zoonotic ones, it is necessary to create measures, that increase the availability of information to the public. This can be achieved by veterinarians spending more time educating pet owners during appointments or by referencing more platforms known of correct and free information, as the information provided by ESCCAP.

Identificador

Morgado, G.M. (2016). Parasitoses internas e frequência de desparasitação em cães do concelho de Vila Franca de Xira, Portugal. Dissertação de Mestrado. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa.

http://hdl.handle.net/10400.5/11918

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária

Direitos

openAccess

http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Palavras-Chave #Endoparasitas #programas de desparasitação #proprietários #cães #inquérito #Vila Franca de Xira #Endoparasites #deworming programms #owners #dogs #survey
Tipo

masterThesis