Adultos com experiências precoces de vitimação e resiliência


Autoria(s): Neiva, Susana Maria Fernandes da Silva Albuquerque
Contribuinte(s)

Fonte, Carla

Caridade, Sónia

Data(s)

30/09/2016

19/07/2016

19/07/2018

Resumo

A literatura tem vindo a comprovar que determinados indivíduos conseguem integrar-se ou ajustar-se de forma positiva e normativa nas sociedades em que vivem, apesar das vivências altamente adversas ocorridas, ainda numa idade precoce, poderem potenciar um percurso significativamente diferente. O presente estudo, de índole qualitativo, tem como objetivo geral analisar e caracterizar o percurso de vida de adultos, que precocemente vivenciaram formas de vitimação em contexto familiar, procurando identificar os fatores que contribuíram para o seu ajustamento psicossocial. Para tal, recorreu-se a uma entrevista semiestruturada, elaborada para o efeito, e a qual foi administrada a 10 participantes com idades entre 19 e 41 anos (M=26.1; DP=8), selecionados a partir de informantes privilegiados e que os identificaram como sendo resilientes. O conteúdo das entrevistas foi analisado através da grounded analysis. Os resultados revelam que os participantes no decorrer do processo de vitimação desenvolveram características comportamentais semelhantes (e.g., isolamento, baixa autoestima, revolta, agressividade), identificando a retirada do meio familiar como elemento promotor da mudança ocorrida no seu percurso e autoconceito. De igual modo, identificaram a existência de sonhos, de objetivos de vida e a presença de pessoas significativas (e.g., irmãos, parceiros, amigos) como sendo determinantes na construção do seu percurso resiliente. A retirada do contexto familiar foi identificada pelos participantes como uma medida de intervenção relevante na proteção da criança e subsequente ajustamento psicossocial. Os resultados do presente estudo permitem evidenciar a importância dos fatores protetivos no ajustamento psicossocial, algo que deve ser considerado na intervenção psicoterapêutica com crianças em risco.

The literature corroborates that certain individuals can integrate or adjust to a positive and normative form in the societies in which they live, despite highly adverse experiences occurred at an early age potentiate a significantly different route. This study, of a qualitative character, has as a main purpose to analyze and characterize the way of life of adults who experienced early forms of victimization in the family context, trying to identify the factors that contributed to their psychosocial adjustment. To do this, we used a semi-structured interview, designed to that end, which was administered to 10 participants aged between 19 and 41 years (M = 26.1, SD = 8) selected from privileged informants that identified them as being resilient. The content of the interviews was analyzed through grounded analysis. The results showed that participants during the course of the victimization process developed similar behavioral characteristics (e.g., isolation, low self-esteem, anger, aggression), identifying the withdrawal of family environment as promoter element change occurred on their route and self-concept. Similarly, they identified the existence of dreams, life goals and the presence of significant others (e.g., siblings, partners, friends) as determinants in shaping their resilient route. Withdrawal from family background child was identified by participants as a relevant intervention measure in child protection and subsequent psychosocial adjustment. The results of this study shows the need to attend to the protective factors, promoting them in the intervention with children at risk.

Identificador

http://hdl.handle.net/10284/5547

Idioma(s)

por

Direitos

embargoedAccess

Palavras-Chave #Resiliência #Ajustamento psicossocial #Experiências precoces de vitimação #Resilience #Psychosocial adjustment #Early experiences of victimization #Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
Tipo

masterThesis