Fatores determinantes do comportamento infantil na consulta de Medicina Dentária da Unidade de Saúde da Ilha Terceira


Autoria(s): Toledo, Filipa Andreia Cabral
Contribuinte(s)

Crespo, Manuela

Data(s)

07/06/2016

07/06/2016

18/03/2016

Resumo

O medo e a ansiedade dentária são importantes fatores condicionantes do tratamento dentário. Ao interferirem na condição psicológica do paciente, condicionam o seu comportamento na consulta e a atitude que apresentam em relação aos cuidados de saúde oral. Os pacientes ansiosos, medrosos ou fóbicos adiam a consulta de medicina dentária, evitam os tratamentos e só recorrem ao médico dentista quando surgem os sintomas dolorosos. Este adiar dos procedimentos dentários resultará num agravamento dos problemas de saúde oral, e em maiores necessidades de tratamento, tratamento esse que será mais intensivo, mais invasivo e potencialmente mais traumático, levando a um reforço do medo e da ansiedade dentária já existente. As crianças, pela menor maturidade psico-emocional têm menor capacidade de lidar com as suas emoções perante diversos acontecimentos, nomeadamente, em contexto médico-dentário. Tornam-se assim mais suscetíveis ao desenvolvimento de medo e ansiedade dentária, e exibindo, com alguma frequência, comportamentos negativos na consulta, que dificultam a adequada prestação de cuidados de saúde oral. Existem ainda outros fatores etiológicos predisponentes e desencadeantes de ansiedade dentária na criança e que condicionam o seu comportamento na consulta (idade, género, faixa etária, número de consultas anteriores, entre outros). Objetivo: Neste trabalho pretendeu-se avaliar os fatores determinantes do comportamento infantil na consulta de medicina dentária da Unidade de Saúde da Ilha Terceira, em crianças com idades entre os 4 e os 16 anos. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo observacional transversal onde se pretendeu avaliar a ansiedade dentária da criança antes da consulta dentária através da Facial Image Scale (FIS); avaliar a ansiedade dentária dos acompanhantes através da. Corah Dental Anxiety Scale, Revised (DAS-R). e o comportamento das crianças durante o tratamento dentário usando a Escala de Frankl. O estudo decorreu de 30 de Abril a 8 de Maio na Unidade de Saúde da Ilha Terceira, Região Autónoma dos Açores, tendo sido observadas 53 crianças de idades compreendidas entre os 4 e os 16 anos. Resultados: Numa amostra de 53 crianças, verificou-se que 11,3% das crianças apresentavam ansiedade dentária antes da consulta dentária, que os pais eram mais ansiosos que as crianças, 49,1% apresentavam ansiedade dentária e que a percentagem de crianças com um comportamento negativo durante a consulta médico-dentária foi muito baixa, correspondendo a 1,9%. Verificou-se que a ansiedade dentária parental não interfere com a ansiedade dentária da criança, quando comparadas, ao contrário do que alguns estudos sugerem. Não houve relação entre a ansiedade dentária da criança e o género, idade, número de vezes que veio ao médico dentista ou estatuto social. Conclusão: Neste estudo pôde-se concluir que as crianças que frequentaram a consulta de medicina dentária da Unidade de Saúde da Ilha Terceira entre 30 de Abril a 8 de Maio apresentaram baixa prevalência de ansiedade dentária e elevada prevalência de comportamento positivo na consulta. Já os seus pais ou acompanhantes apresentaram uma prevalência de ansiedade dentária parental elevada. Conhecer os fatores que condicionam o comportamento infantil na consulta dentária como a ansiedade dentária da criança e a ansiedade dentária parental e medi-los antes da consulta poderá ajudar a equipa dentária na abordagem comportamental da criança durante os tratamentos dentários. Envolver a comunidade escolar e a população infantil em ações de promoção da saúde oral, promovendo rastreios dos problemas orais nas escolas, e consultas dentárias de acompanhamento logo desde muito jovens, poderá ter um efeito benéfico na diminuição da ansiedade dentária nas crianças e no desenvolvimento de comportamentos positivos nas consultas.

Fear and dental anxiety are important conditioning factors of dental treatment. They interfere with the psychological condition of the patient, condition their behaviour in the dental appointment and the attitude that they have in relation to their oral health care. Anxious, fearful or phobic patients delay dental consultation, avoid the treatments and only return to the dentist when the painful symptoms arise. By avoiding the dental procedures it will result in a worsening of oral health problems, and in greatest need of treatment, which treatment will be more intensive, more invasive and potentially more traumatic, leading to a strengthening of fear and existing dental anxiety. Because of children psychological and emotional imaturity they are less able to deal with emotions before various events, particularly in medical and dental context. They will be more susceptible to the development of dental fear and anxiety, and displaying, with some frequency, negative behaviours in dental appointment. There are other predisposing and triggering etiological factors of dental anxiety in the child and that may make their behaviour in dental appointment like age, gender, age and number of previous consultations. Objectives: In this study sought to assess the determinants of child behaviour in dentistry consultation on the Terceira Island Health Unit in children aged between 4 to 16 years. Methods: A cross-sectional observational descriptive study which aims to assess the dental anxiety of children before the dental appointment through the Facial Image Scale (FIS) was carried out. We evaluated the dental anxiety of parents through Corah Dental Anxiety Scale, Revised (DAS-R), and the behaviour of children during dental treatment using the Frankl Scale. The study took place from April 30 to May 8 in the Terceira Island Health Unit, Azores, were observed 53 children aged between 4 and 16 years. Results: In a sample of 53 children, it was found that 11.3% of children had dental anxiety before dental examination, was found that parents were more anxious than children of which 49.1% had dental anxiety and the percentage of children with negative behaviour during medical and dental appointment was very low, corresponding to 1.9%. It was found that parental anxiety dental tooth does not interfere with the child's anxiety when compared, unlike some studies suggest. There was no relationship between dental anxiety and the child's gender, age, number of times attending the dentist and economic and social status. Conclusion: In this study it was concluded that children who attend dental appointment of Terceira Island Health Unit between April 30 to May 8 showed low prevalence of dental anxiety and high prevalence of positive behaviour in the query but their parents or caregivers had a prevalence of high parental dental anxiety. Knowing the factors that influence children's behaviour in the dental appointment as the child's dental anxiety and parental dental anxiety and assessing them before consultation can help dental team in child behavioural approach during dental treatments. Involving school community and children population in actions to promote oral health, promoting oral problems screening in schools, and implementing follow-up dental appointments from an early age, can have a beneficial effect in reducing dental anxiety in children and lead to the development of positive behaviour during dental teatment.

Identificador

http://hdl.handle.net/10284/5449

201231301

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Clínica
Tipo

masterThesis