Encefalopatia tardia da entoxicação por monóxido de carbono : case report e revisão de literatura

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

Acute carbon monoxide intoxication is a common finding in the modern world. Less frequent is the observation of a late complication also known as Delayed Encephalopathy after Acute Carbon Monoxide Poisoning. A clinical triad consisting in mental status impairment, sphincters incontinence and gait disturbance is typical to find, with or without extrapyramidal signs, after a variable lucid period free of symptoms. The underlying pathogenic mechanism it’s not yet fully understood and results in large demyelination of the cerebral white matter, also described as leucoencephalopathy. After the onset of symptoms the diagnosis is easily made by Magnetic Resonance, however the difficulty in identifying patients who will develop this syndrome and the lack of consensus regarding the right medical approach not only in the acute phase but also after the first symptoms of delayed encephalopathy make this entity a challenge for any clinician.

A intoxicação aguda por monóxido de carbono é um achado frequente no mundo atual. Menos frequente é a observação de uma complicação tardia denominada Encefalopatia Tardia da Intoxicação por Monóxido de Carbono. Esta caracteriza-se por uma tríade clássica com deterioração do estado mental, incontinência de esfíncteres e distúrbios da marcha, acompanhados ou não de sinais extrapiramidais, após um intervalo de lucidez livre de sintomas de duração variável. O mecanismo patogénico subjacente a esta síndrome não se encontra ainda totalmente esclarecido, e resulta numa lesão característica com desmielinização da substância branca cerebral, também descrita como leucoencefalopatia. Após o aparecimento dos sintomas o diagnóstico é facilmente feito por Ressonância Magnética, no entanto a dificuldade na identificação dos doentes que irão desenvolver esta síndrome bem como a ausência de consenso sobre qual o tratamento preventivo ou a instituir após a instalação do quadro, tornam esta entidade um desafio para qualquer clínico.