Diabetes mellitus e osteoporose

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

The association between diabetes mellitus (DM) and osteoporosis (OT) is a controversial issue that has been investigated due to its high prevalence and incidence. Studies suggest that patients with DM1 and DM2 have an increased risk of fractures and that bone formation and bone microarchitecture are altered in both. The risk of fracture seems to be related to such factors as low skeletal bone density in DM1 and poor bone quality in DM2, but there are also extra-skeletal factors that increase the risk of falling. The metabolic mechanisms that may affect bone metabolism in DM are hypothetical and several studies have been done in this area that indicate the direct effects of insulin deficiency or insulin resistance and hyperglycemia in bone and bone marrow, advanced glycation end products (AGES) of matrix proteins bone, abnormal adipokine production and skeletal neuromuscular disorders as primarily responsible for the increased risk of fracture in individuals with DM. In addition to the literature review, a study was conducted in patients with T2DM followed regularly in Hospital Santa Maria. The factors known to mineral metabolism and bone metabolic disease, appears to be irrelevant. Thus, according to the data analyzed, it appears that in DM, the universal factors of mineral metabolism are no longer relevant because there would be something else more important, related to the disease.

A associação entre Diabetes mellitus (DM) e Osteoporose (OT) é um tema controverso e que tem sido investigado, devido à sua elevada prevalência e incidência. Os estudos sugerem que os doentes com DM1 e DM2 têm risco aumentado de fracturas e que a formação óssea e a microarquitectura óssea estão alterados em ambos. O risco de fractura parece estar relacionado com factores esqueléticos como a baixa densidade óssea na DM1 e a fraca qualidade óssea na DM2, mas também com factores extraesqueléticos com o aumento do risco de queda. Os mecanismos metabólicos que podem afectar o metabolismo ósseo na DM são hipotéticos e têm sido feitos vários estudos nesta área que apontam os efeitos directos da deficiência em insulina ou insulinorresistência e hiperglicémia no osso e medula óssea, produtos de glicação (AGES) das proteínas da matriz óssea, produção anormal de adipocina e perturbações neuromusculares esqueléticas como os principais responsáveis pelo aumento do risco de fractura em indivíduos com DM. Em complemento à revisão bibliográfica, procedeu-se a um estudo esploratório do metabolismo mineral nos doentes com DM2 seguidos regularmente na consulta de diabetes do Hospital de Santa Maria. Os factores conhecidos do metabolismo mineral e da doença metabólica óssea, parecem ser irrelevantes. Assim, segundo os dados analisados, parece que na DM, os factores universais do metabolismo mineral deixam de ser relevantes porque existiria outra coisa mais importante, relacionada com a doença.