Dos biomarcadores ao estadiamento da perturbação bipolar : uma revisão bibliográfica

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2014

A growing body of evidence suggests that Bipolar Disorder exhibits a progressive character, not only at clinical, but also at biochemical and neuroimaging perspectives. Morphometric studies in bipolar patients have shown the presence of neuroanatomical changes, such as ventricular enlargement, grey matter loss in the hippocampus and cerebellum, decrease in the volume of certain areas of the prefrontal cortex and variations in the size of the amygdala. Furthermore, other studies have reported changes in the levels of neurotrophic factors, inflammatory mediators and oxidative stress, in the plasma of bipolar disorder patients. The knowledge of the neurobiological and neuroimagiological changes, associated to the progression and activity of Bipolar Disorder is essential for biomarkers identification. Incorporating the use of biomarkers in Bipolar Disorder staging models may allow an improvement of the therapeutic algorithms, enabling the development of more personalized and effective treatment regimens.

Níveis crescentes de evidência sugerem que a Perturbação Bipolar exibe um carácter progressivo, tanto a nível clínico, como a nível bioquímico e neuroimagiológico. Estudos morfométricos em doentes bipolares mostraram a existência de alterações neuroanatómicas, tais como o alargamento dos ventrículos, a perda de substância cinzenta no hipocampo e no cerebelo, a diminuição do volume de determinadas áreas do córtex pré-frontal e variações no tamanho da amígdala. Além disso, outros estudos reportaram a existência de alterações dos níveis de factores neurotróficos e de mediadores inflamatórios e de stress oxidativo, no plasma de doentes bipolares. O conhecimento das alterações neurobiológicas e neuroimagiológicas, associadas à progressão e actividade da Perturbação Bipolar, é fundamental para a identificação de biomarcadores. A incorporação do uso de biomarcadores nos modelos de estadiamento da Perturbação Bipolar poderá permitir um aperfeiçoamento dos algoritmos terapêuticos, possibilitando a elaboração de esquemas de tratamento mais personalizados e eficazes.