Prevalência e vulnerabilidade à infecção pelo HIV de moradores de rua em São Paulo, SP


Autoria(s): Grangeiro, Alexandre; Holcman, Márcia Moreira; Onaga, Elisabete Taeko; Alencar, Herculano Duarte Ramos de; Placco, Anna Luiza Nunes; Teixeira, Paulo Roberto
Contribuinte(s)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Data(s)

04/11/2013

04/11/2013

2012

Resumo

OBJETIVO: Analisar a prevalência e o perfil de vulnerabilidade ao HIV de moradores de rua. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra não probabilística de 1.405 moradores de rua usuários de instituições de acolhimento de São Paulo, SP, de 2006 a 2007. Foi realizado teste anti-HIV e aplicado questionário estruturado. O perfil de vulnerabilidade foi analisado pela frequência do uso do preservativo, considerando mais vulneráveis os que referiram o uso nunca ou às vezes. Foram utilizadas regressões logística e multinomial para estimar as medidas de efeito e intervalos de 95% de confiança. RESULTADOS: Houve predominância do sexo masculino (85,6%), média de 40,9 anos, ter cursado o ensino fundamental (72,0%) e cor não branca (71,5%). A prática homo/bissexual foi referida por 15,7% e a parceria ocasional por 62,0%. O número médio de parcerias em um ano foi de 5,4 e mais da metade (55,7%) referiu uso de drogas na vida, dos quais 25,7% relataram uso frequente. No total, 39,6% mencionaram ter tido uma doença sexualmente transmissível e 38,3% relataram o uso do preservativo em todas as relações sexuais. A prevalência do HIV foi de 4,9% (17,4% dos quais apresentaram também sorologia positiva para sífilis). Pouco mais da metade (55,4%) tinha acesso a ações de prevenção. A maior prevalência do HIV esteve associada a ser mais jovem (OR 18 a 29 anos = 4,0 [IC95% 1,54;10,46]), história de doença sexualmente transmissível (OR = 3,3 [IC95% 1,87;5,73]); prática homossexual (OR = 3,0 [IC95% 1,28;6,92]) e à presença de sífilis (OR = 2,4 [IC95% 1,13;4,93]). O grupo de maior vulnerabilidade foi caracterizado por ser mulher, jovem, ter prática homossexual, número reduzido de parcerias, parceria fixa, uso de drogas e álcool e não ter acesso a ações de prevenção e apoio social. CONCLUSÕES: O impacto da epidemia entre moradores de rua é elevado, refletindo um ciclo que conjuga exclusão, vulnerabilidade social e acesso limitado à prevenção.

Identificador

Rev. Saúde Pública,v.46,n.4,p.674-684,2012

0034-8910

http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/38262

10.1590/S0034-89102012005000037

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102012000400012&lng=en&nrm=iso&tlng=en

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0034-89102012000400012&lng=en&nrm=iso&tlng=en

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0034-89102012000400012&lng=en&nrm=iso&tlng=en

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

Relação

Revista de Saúde Pública

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Sem-Teto #Infecções por HIV, epidemiologia #Fatores de Risco #Soroprevalência de HIV #Sorodiagnóstico da Sífilis #Vulnerabilidade em Saúde #Doenças Sexualmente Transmissíveis, epidemiologia #Homeless Persons #HIV Infections, epidemiology #Risk Factors #HIV Seroprevalence #Syphilis Serodiagnosis #Health Vulnerability #Sexually Transmitted Diseases, epidemiology #Personas sin Hogar #Infecciones por VIH, epidemiologia #Factores de Riesgo #Seroprevalencia de VIH #Serodiagnóstico de la Sífilis #Vulnerabilidad en Salud #Enfermedades de Transmisión Sexual, epidemiología
Tipo

article

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