Vamos à vacina?: doenças, saúde e práticas médico-sanitárias em Belém (1904 a 1911)


Autoria(s): AMARAL, Alexandre Souza
Contribuinte(s)

SARGES, Maria de Nazaré dos Santos

Data(s)

16/09/2013

16/09/2013

2006

28/04/2006

Resumo

Desde o final do século XIX e, até, o início do século XX, Belém na fala do intendente Antonio Lemos era conhecida como a “necrópole” paraense. Doenças e epidemias estavam no centro do debate das práticas médico-sanitárias. O higienismo de médicos tornou se discurso recorrente de intervenção no espaço cotidiano dos moradores, onde as campanhas de profilaxias foram alçadas enquanto responsáveis pela cura da cidade. As ações propostas por esculápios cientistas geraram tensões entre moradores e autoridades públicas diante a aliança do saber médico e o poder público, sobre a qual me propus analisar para explicar o dia-a-dia das medidas coercitivas, no intuito de entender essa aliança. Analisando artigos na imprensa, literatos, jornalistas, políticos, relatos médicos, mensagens de governo, relatórios, fotografias e charges foi possível acompanhar os significados atribuídos pelos contemporâneos em relação as epidemias da varíola, tuberculose e febre amarela, por exemplo, por parte dos saberes médico-sanitários. A belle époque em Belém deixou de ser nessa dissertação um cristal historiográfico, diante as adversidade do viver de sujeitos anônimos. Belém tornou-se um laboratório de experiências, os médicos propunham curá-la para alcançar o tão propalado desenvolvimento econômico ou progresso. A consolidação dessa aliança coube à responsabilidade do renomado sanitarista Oswaldo Cruz, que desembarcou, em 1910, na capital paraense para combater a febre amarela, com carta branca do governador João Coelho. Por outro lado, a cura da cidade ou “necrópole” paraense teve significados mais amplos, destacando-se o sepultamento do mal amarílico, como também, concomitantemente, o sepultamento da oligarquia do coronel Antonio Lemos.

ABSTRACT: Since the end of the nineteenth century until the beginning of the twentieth century, Belém, according to the intendant Antonio Lemos, was known as the “paraense necropolis”. Illnesses and epidemics have been in the focus of the discussion of medical-sanitary practices. The doctor’s hygienism has become recurrent speech of intervention in the inhabitants’ daily Space, where the prophylaxes’ campaigns were considered responsible for the cure of the city. The proposed actions by medical doctors create tensions among inhabitants and public Authorities in face of the alliance between the medical knowledge and the government, topic Which I have chosen to analyze in order to explain the day-to-day of the coercive actions, with The intention of understand such alliance. Analyzing medical articles in the press, literary theoretical, journalists, politicians, Medical reports, government’s messages, photographs and charges, it was possible to follow The meanings attributed by the contemporaries related to epidemics as the smallpox, Tuberculosis and yellow fever, for example, considering the medical knowledge. The Belle Époque in Belém it was no more considered in this paper as a historiographical crystal, in face Of the adversity of anonymous citizens’ way of life. The city has become a laboratory of Experiences that propose to cure it in order to reach such divulged economic development. The city has been left in the doctor’s hands. The consolidation of this alliance has been given To the well-known sanitarian Oswaldo Cruz, that arrived in Belém City in 1910 to fight Against the yellow fever with the complete support of the governor João Coelho. On the other Hand, the cure of the city or “paraense necropolis” has brought out larger significances, Among them, coincidentally, the burial of the amarílico evil, as well as, the burial of colonel Antonio Lemos’ oligarchy.

Identificador

AMARAL, Alexandre Souza. Vamos à vacina?: doenças, saúde e práticas médico-sanitárias em Belém (1904 a 1911). 2006. 282 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2006. Programa de Pós-Graduação em História.

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/4254

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #História social #Epidemia #Vacinas #Saúde pública #Tensão social #Peste Bubônica #Pará - Estado #Amazônia Brasileira
Tipo

masterThesis