Genotipagem do HIV-1 no Pará em pacientes experimentando falha terapêutica antirretroviral


Autoria(s): LOPES, Carmen Andréa Freitas
Contribuinte(s)

MONTEIRO, Maria Rita de Cassia Costa

Data(s)

27/05/2013

27/05/2013

2011

2011

Resumo

Terapia supressiva antirretroviral reduz significativamente morbidades e mortalidade relacionadas ao HIV, mas a emergência de vírus resistentes pode limitar o sucesso do tratamento. Objetivou-se neste estudo descrever, em portadores de HIV/sida experimentando falha à terapia antirretroviral (TARV), no estado do Pará, a prevalência de mutações nas enzimas transcriptase reversa e protease do HIV-1 e correlacioná-las à resistência aos antirretrovirais (ARV). Foi um estudo descritivo, retrospectivo, do tipo transversal, com dados obtidos na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais de Belém do Pará, de pacientes com perfil laboratorial de falha terapêutica. A presente amostra incluiu genotipagem de cinquenta pacientes no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Os critérios de inclusão foram: adesão à terapia imediata a genotipagem, falha terapêutica, perfil de resistência viral à TARV e ser paciente da rede pública de saúde. Foram descritos aspectos demográficos da população estudada, perfil de uso de TARV previamente a genotipagem, tempo conhecido de infecção pelo HIV, perfil quantitativo de células CD4+ e de carga viral, além do teste de genotipagem realizado. A resistência encontrada predominou em pacientes residentes em Belém (72%), no sexo masculino (90%) e na faixa etária de 30 a 49 anos de idade. As maiores prevalências de mutações na transcriptase reversa do HIV-1 foram: 214F (86%), 184V (76%), 215FY (56%), 211K (48%), 219QEN, 67N e 103N (42%) cada, 41L (32%), 70R (28%) e 210W (20%). Na protease 46IL (38%), 90M (32%) e 82AFT (20%) foram as mais prevalentes dentre as mutações principais e, dentre as secundárias, 63P (74%), 93LM (52%), 10FIV (48%) e 35D (46%). Atribuiu-se estas mutações a pressão seletiva dos ARV mais utilizados: 3TC, AZT, D4T, DDI, EFZ, IDV, NFV, RTV e SQV. O uso de múltiplos esquemas ARV, favoreceu a prevalência das mutações encontradas. Houve impacto dentro das classes com 32% de resistência completa a uma classe, 22% a duas classes e 4% a três classes. Conclui-se que pacientes expostos a única TARV previamente à genotipagem comparados aos expostos a mais de uma TARV, apresentaram menor prevalência de resistência aos ARV, com possibilidade de resgate terapêutico com ARV ativos disponíveis na época que, entretanto foi a minoria.

ABSTRACT: Suppressive antiretroviral therapy significantly reduces morbidity and mortality related to HIV, but the emergence of resistant virus may limit the success of treatment. The objective of this study describe, in HIV / AIDS experiencing failure with antiretroviral therapy, in state of Pará, the prevalence of mutations in reverse transcriptase and protease enzymes of HIV-1 and correlate them to resistance to antiretrovirals. A descriptive, retrospective crosssectional data obtained in the Reference Unit Specialized in Special Infectious and Parasitic Diseases from Belem-Pará, profile of patients with laboratory evidence of treatment failure. This sample was represented by genotyping of fifty patients from January 2004 to December 2005. Inclusion criteria were: adherence to therapy prior to genotype, treatment failure, viral resistance profile to antiretroviral therapy and be patient of public health. We described the demographic population profile of antiretroviral therapy prior to genotyping, long known HIV infection, quantitative profile of CD4 + and viral load, in addition to genotype testing performed. The predominant resistance found in patients living in Belém (72%), males (90%) and aged 30 to 49 years old. The highest rates of mutations in reverse transcriptase of HIV-1 were: 214F (86%), 184V (76%), 215FY (56%), 211K (48%), 219QEN, 67N and 103N (42% each), 41L (32%), 70R (28%) and 210W (20%). In 46IL protease (38%), 90M (32%) and 82AFT (20%) were most prevalent among the major replacements and, among the secondary, 63P (74%), 93LM (52%), 10FIV (48%), and 35D (46%) predominated. Was attributed to selective pressures these mutations most commonly used antiretrovirals: 3TC, AZT, D4T, DDI, EFV, IDV, NFV, RTV and SQV. The use of multiple antiretroviral regimens, boosted the prevalence of these mutations, with an impact within the classes in which there was 32% complete resistance to one class, 22% two classes and 4% to three classes of antiretrovirals. We conclude that patients exposed to HAART only prior to genotyping compared to those exposed to more than one HAART had a lower prevalence of resistance to antiretrovirals, with the possibility of rescue therapy with antiretrovirals assets available at the time that was the minority however.

Identificador

LOPES, Carmen Andréa Freitas. Genotipagem do HIV-1 no Pará em pacientes experimentando falha terapêutica antirretroviral. 2011. 102 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Medicina Tropical, Belém, 2011. Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais.

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/3908

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #HIV #Síndrome de Imunodeficiência Adquirida #Protease de HIV #Antirretrovirais #Genótipo #Resistência a medicamentos #Mutação #Doenças transmissíveis #Belém - PA #Pará - Estado
Tipo

masterThesis