Avaliação da atividade antinociceptiva e antiinflamatória do óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth


Autoria(s): BRAVIM, Luciana Silva
Contribuinte(s)

SOUSA, Pergentino José da Cunha

MAIA, José Guilherme Soares

Data(s)

23/03/2011

23/03/2011

2008

07/11/2008

Resumo

Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. é uma planta herbácea, medicinal e aromática, pertencente à família lamiaceae, conhecida popularmente como salva-do-marajó, malva-do-marajó e hortelã-bravo. Distribui-se no estuário do Rio Amazonas, Pantanal e no estado de Minas-Gerais. Seu óleo essencial é caracterizado pela presença de monoterpenos e sesquiterpenos. É utilizada popularmente como sudorífico, tônico, estimulante, bem como para tratar inflamação de olhos e garganta, constipação e artrite. Baseado nessas informações, decidiu-se avaliar a atividade antinociceptiva e antiinflamatória do óleo essencial desta espécie (OEHc) através dos seguintes testes: teste das contorções abdominais induzidas por ácido acético, placa quente, formalina, dermatite induzida pelo óleo de croton, edemas induzidos por dextrana e carragenina e peritonite induzida por carragenina. Para a análise estatística utilizou-se ANOVA seguida de um método de múltiplas comparações (Teste de Student-Newman-Keuls ou teste "t" de Student). O óleo foi extraído por hidrodestilação, obtendo um rendimento de 0,6%. É composto predominantemente por monoterpenos (94,5%). A dose letal media DL50 foi de 5000 mg/kg. Nas contorções abdominais induzidas por ácido acético o óleo (250, 350 e 500 mg/kg) reduziu de forma significante de maneira dose-dependente estas contorções em 22,56%, 60,76% e 75,53%, respectivamente, cujo coeficiente de correlação linear foi de r = 0,9341 e DE50 = 364,22 mg/kg. No teste da placa quente, o óleo não foi capaz de aumentar o tempo de latência de maneira significante. No teste da formalina, o OEHc produziu uma inibição da 1 fase em 26,49% e da 2 fase em 43,39%. Além disso, a naloxona reverteu o efeito do OEHc neste teste. Na dermatite induzida pelo óleo de croton, o OEHc reduziu o edema de maneira significante em 44,26%. No edema induzido por dextrana, o óleo foi capaz de impedir o desenvolvimento do edema na dose de 364,22 mg/kg de maneira significante em relação ao grupo controle. Porém, no edema induzido por carragenina esta inibição não foi observada. Na peritonite induzida por carragenina, o OEHc reduziu o número de leucócitos e o de neutrófilos em 47,55% e 66,47%, respectivamente. A partir dos resultados obtidos, sugere-se que o OEHc apresenta atividade antinociceptiva provavelmente através da ação direta sobre as fibras nociceptivas, além de sugerir que os receptores opióides possam estar envolvidos neste processo; e atividade antiinflamatória provavelmente de origem periférica. Pode-se sugerir, também, que os possíveis componentes responsáveis por essas ações sejam os compostos monoterpênicos presentes no OEHc.

ABSTRACT: Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. is a herbaceous aromatic and medicinal plant, belongs to Lamiaceae, popularly known as salva-do-marajó, malva-do-marajó and hortelã-bravo. This plant is distributed since the mouth of Amazonas River, Marajó Island, Pantanal, and extending up to the states of Minas Gerais. Its essential oil is characterized by presence of monoterpenes and sesquiterpenes. The leaf tea is used as sudorific, tonic, stimulant, as well as to treat the eyes and throat inflammation, constipation and arthritis. Based in these information, we decided to evaluate the antinociceptive and anti-inflammatory activity of the oil (HcEO) of Hyptis crenata in mouse throught the following tests: abdominal constriction, hot plate, formalin, croton oil-induced ear edema, rat paw edema induced by dextran and carrageenan, carrageenan-induced peritonitis. The statistical method used in this study was ANOVA followed by multiple comparison (Student-Newman-Keuls test or Student t test). The essential oil was extracted by hydrodistillation, yield was 0,6% and their main components were monoterpenes (94,5%). The lethal dose (DL50) was 5000 mg/kg. In the abdominal constriction test, at doses of 250, 350 and 500 mg/kg, the HcEO inhibited the abdominal constrictions in 22,56%, 60,76% and 75,53%, respectively, in a dose-dependent manner when compared to the control group. The DE50 calculated was 364,22 mg/kg with a correlation coefficient of 0,9341. The oil not changed significantly the time of latency in the hot plate test. HcEO (364,22 mg/kg) caused an inhibition of the phase I in 26,42% and an inhibition of the phase II in 43,86% of the formalin test. Naloxone, an antagonist of opioid receptor, reverted the analgesic effect of EOHc. HcEO reduced croton oil-induced ear edema in 44,26%. In rat paw edema induced by dextran, HcEO produced inhibition at the dose of 364,22 mg/kg, but the rat paw edema induced by carrageenan this inhibition was not observed. In carrageenan-induced peritonitis, HcEo significantly decreased the leucocyte and neutrophil migration in 47,55% e 66,47%, respectively. Based on the results we are suggesting that the essential oil of H. crenata has an antinociceptive activity.It is probably as consequence of direct action on the nociceptive fiber, as well as the opioid system is involved in this effect. Further, our results suggest that anti-inflammatory activity of HcEO is probably of peripheral origin. It can be suggested, too, that the possible components responsible for these actions are the compounds monoterpenes presents in HcEO.

Identificador

BRAVIM, Luciana Silva. Avaliação da atividade antinociceptiva e antiinflamatória do óleo essencial de Hyptis crenata (Pohl) ex Benth. 2008. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Saúde, Belém, 2008. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas.

http://www.repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/1864

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #Matéria médica #Essência aromática #Agentes antiinflamatórios #Planta aromática #Óleo aromático #Analgésicos #Hyptis crenata
Tipo

masterThesis