Diferentes parceiros, diferentes padrões: Comércio e mercado de trabalho do Brasil nos anos 2000


Autoria(s): Castilho, Marta Reis; Dweck, Esther; Nicoll, Marcelo; Kupfer, David
Contribuinte(s)

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Economia

Data(s)

02/01/2014

02/01/2014

01/10/2012

Resumo

Incluye bibliografía

As exportações brasileiras se expandiram vigorosamente nos anos 2000, tendo contribuído positivamente para o crescimento do emprego. Porém, essa contribuição é relativamente pequena: o número de empregos diretos associados às exportações corresponde a cerca de 5% do emprego total da economia. Sua contribuição ao crescimento do emprego no Brasil nos últimos anos foi bem inferior à do consumo das famílias e até do investimento público. Quando se considera o emprego indireto associado às exportações, esse volume dobra. O crescimento do volume de empregos associados às exportações, de apenas 2%, não acompanhou o crescimento do emprego total, que avançou de 18%, e ficou bem abaixo à expansão de 200% das exportações entre 2002 e 2008. Isso se deve a mudanças técnicas que implicaram em uma redução significativa do conteúdo de emprego da produção e à evolução da composição das exportações. Para o conjunto dos setores agrícola, extrativo e manufatureiro, observa-se no período uma redução de cerca de 20% do conteúdo de emprego da produção. Esse movimento atinge 9 dos 16 setores analisados, merecendo destaque a redução da quantidade de trabalho por R$ produzido no setor agrícola. Ademais, a redução foi mais acentuada no que se refere ao trabalho menos qualificado, acompanhando a tendência generalizada na economia de aumento da qualificação dos trabalhadores. Quanto ao padrão de comércio exterior brasileiro, o ciclo recente de crescimento das exportações tem se caracterizado por uma mudança significativa na composição setorial e na distribuição geográfica da pauta de exportações. Por um lado, os produtos manufaturados perderam peso diante do avanço nas exportações totais dos produtos básicos (commoditites agrícolas e minerais). Por outro lado, a dispersão geográfica da pauta de exportações brasileiras se acentuou devido à perda de importância dos EUA como mercado de destino e do fortalecimento de outros mercados, dentre os quais se destaca a China. A mudança na composição setorial das exportações guarda uma relação estreita com a evolução do perfil geográfico, visto que, se por um lado caíram as exportações de manufaturados para os EUA, por outro, a China notadamente é um mercado voraz das commodities brasileiras. As implicações dessas mudanças sobre o perfil do emprego gerado pelas exportações são diversas, tanto em termos de número de empregos gerados quanto em termos de sua qualidade. Em primeiro lugar, a maior parte dos empregos gerados pelas exportações é de baixa qualificação. Em seguida, dos principais destinos das exportações brasileiras, aqueles que geram maior volume de emprego são a UE e a China, sendo esse emprego em sua larga maioria de baixa qualificação.

Identificador

http://hdl.handle.net/11362/4345

LC/L.3529

Idioma(s)

pt

Publicador

CEPAL

Relação

Serie Comercio Internacional

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