Transtornos mentais comuns e uso de psicofármacos: impacto das condições socioeconômicas


Autoria(s): Lima, Maria Cristina Pereira; Menezes, Paulo Rossi; Carandina, Luana; Cesar, Chester Luiz Galvão; Barros, Marilisa Berti de Azevedo; Goldbaum, Moisés
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

20/05/2014

20/05/2014

01/08/2008

Resumo

OBJETIVO: Avaliar a influência das condições socioeconômicas na associação entre transtornos mentais comuns, uso de serviços de saúde e de psicofármacos. MÉTODOS: Estudo transversal populacional conduzido na cidade de Botucatu, SP, com amostragem probabilística, estratificada e por conglomerados. Foram realizadas entrevistas domiciliares com 1.023 sujeitos de 15 anos ou mais de idade, entre 2001 e 2002. Transtorno mental comum foi avaliado utilizando o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). O uso de serviços foi investigado com relação à quinzena anterior à entrevista e uso de psicotrópicos, nos três dias anteriores. Utilizou-se regressão logística para análise multivariável, considerando o efeito do desenho. RESULTADOS: No total da amostra, 13,4% (IC 95%: 10,7;16,0) procuraram serviços de saúde na quinzena anterior à entrevista. A procura de serviços de saúde se associou ao sexo feminino (OR=2,0) e à presença de transtorno mental comum (OR=2,2). Na amostra 13,3% (IC 95%: 9,2;17,5) referiram ter usado ao menos um psicotrópico, destacando-se os antidepressivos (5,0%) e os benzodiazepínicos (3,1%). Na análise multivariável, sexo feminino e presença de transtorno mental comum mantiveram-se associados ao uso de benzodiazepínicos. Renda per capita mostrou-se direta e independentemente associada ao uso de psicofármacos, conforme aumento da renda. CONCLUSÕES: Menor renda associou-se à presença de transtorno mental comum, mas não ao uso de psicotrópicos. A associação entre transtorno mental comum e uso de psicotrópicos e maior renda reforça a hipótese da existência de iniqüidades no acesso à assistência médica na população estudada.

OBJETIVO: Evaluar la influencia de las condiciones socioeconómicas en la asociación entre trastornos mentales comunes, uso de servicios de salud y de psicofármacos. MÉTODOS: Estudio transversal poblacional realizado en la ciudad de Botucatu, (Sudeste de Brasil), con muestreo probabilístico, estratificado y por conglomerados. Fueron realizadas entrevistas domiciliares con 1.023 sujetos de 15 años o mas de edad, entre 2001 y 2002. Trastorno mental común fue evaluado utilizando el Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). El uso de servicios fue investigado con relación a la quincena anterior a la entrevista y uso de psicotrópicos, en los tres días anteriores. Se utilizó regresión logística para análisis multivariable, considerando el efecto del diseño. RESULTADOS: En el total de la muestra, 13.4% (IC 95%: 10.7;16.0) buscaron servicios de salud en la quincena anterior a la entrevista. La búsqueda de servicios de salud se asoció al sexo femenino (OR=2.0) y la presencia de trastorno mental común (OR=2.2). En la muestra 13.3% (IC 95%: 9.2; 17.5) se refirieron a haber usado al menos un psicotrópico, destacándose los antidepresivos (5.0%) y los benzodiazepínicos (3.1%). En el análisis multivariable, sexo femenino y presencia de trastorno mental común se mantuvieron asociados al uso de benzodiazepínicos. Renta per capita se mostró directa e independientemente asociada al uso de psicofármacos, de acuerdo al aumento de la renta. CONCLUSIONES: Menor renta se asoció a la presencia de trastorno mental común, pero no al uso de psicotrópicos. La asociación entre trastorno mental común y uso de psicotrópicos y mayor renta refuerza la hipótesis de la existencia de injusticias en el acceso a la asistencia médica en la población estudiada.

OBJECTIVE: To evaluate the influence of socioeconomic conditions on the association between common mental disorders and the use of health services and psychoactive drugs. METHODS: This was a population-based cross-sectional study conducted in the city of Botucatu, Southeastern Brazil. The sample was probabilistic, stratified and cluster-based. Interviews with 1,023 subjects aged 15 years or over were held in their homes between 2001 and 2002. Common mental disorders were evaluated using the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). The use of services was investigated in relation to the fortnight preceding the interview and the use of psychotropic drugs, over the preceding three days. Logistic regression was used for multivariable analysis, and the design effect was taken into consideration. RESULTS: Out of the whole sample, 13.4% (95% CI: 10.7;16.0) had sought health services over the fortnight preceding the interview. Seeking health services was associated with female gender (OR=2.0) and the presence of common mental disorders (OR=2.2). 13.3% of the sample (95% CI: 9.2;17.5) said they had used at least one psychotropic drug, especially antidepressives (5.0%) and benzodiazepines (3.1%). In the multivariable analysis, female gender and the presence of common mental disorders remained associated with the use of benzodiazepines. Per capita income presented a direct and independent association with the use of psychoactive drugs: the greater the income, the greater the use of these drugs was. CONCLUSIONS: Lower income was associated with the presence of common mental disorders, but not with the use of psychotropic drugs. The association of common mental disorders and the use of psychotropic drugs in relation to higher income strengthens the hypothesis that inequality of access to medical services exists among this population.

Formato

717-723

Identificador

http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008005000034

Revista de Saúde Pública. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, v. 42, n. 4, p. 717-723, 2008.

0034-8910

http://hdl.handle.net/11449/12490

10.1590/S0034-89102008005000034

S0034-89102008000400019

WOS:000259193400019

S0034-89102008000400019.pdf

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Saúde Pública

Relação

Revista de Saúde Pública

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Transtornos Mentais #Psicotrópicos #Fatores Socioeconômicos #Desigualdades em Saúde #Estudos Transversais #Trastornos Mentales #Psicotrópicos #Factores Socioeconómicos #Desigualdades en la Salud #Estudios Transversales #Mental Disorders #Psychotropic Drugs #Socioeconomic Factors #Health Inequalities #Cross-Sectional Studies
Tipo

info:eu-repo/semantics/article