O lugar social do fisioterapeuta brasileiro


Autoria(s): Almeida, Ana Lúcia de Jesus; Guimarães, Raul Borges
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

20/05/2014

20/05/2014

01/03/2009

Resumo

Este estudo visa compreender a produção do lugar social do fisioterapeuta brasileiro por meio de suas práticas. O material empírico utilizado foram 89 entrevistas, dados do I Censo de Fisioterapeutas do Estado de São Paulo e informações sobre os cursos de graduação em Fisioterapia no Brasil. A análise dos dados mostrou que o lugar social do fisioterapeuta está fortemente ligado ao modelo curativo, identificado com o ideário liberal-privatista, com instituições formadoras predominantemente privadas e concentradas na região Sudeste. Os resultados sustentam evidências de uma prática profissional fragmentada, estimulada pelo modelo hegemônico, mas também apresenta marcas de superação, mostrando a disputa de dois modelos na atenção à saúde: hegemônico e contra-hegemônico. O primeiro toma a parte pelo todo, fragmenta o conhecimento e o corpo, identifica-se com o liberalismo e tem a saúde como mercadoria; a organização dos serviços é centrada na doença e na especialização. O segundo, sem negar a importância do conhecimento técnico, valoriza as dimensões sociais e humanas na prática profissional, está centrado na pessoa e busca a integralidade e a interdisciplinaridade. Esse modelo permite ampliar a prática do fisioterapeuta para além da clínica, em direção a um lugar social mais humano e solidário, identificado com os princípios do Sistema Único de Saúde. Também permite repensar o atual lugar social, oferecendo parâmetros para a reorientação dos caminhos da profissão.

This study aimed at understanding the social role played by Brazilian physical therapists by drawing on their practices. Empirical data included the recordings of 89 interviews with physical therapists, data from the São Paulo State First Census of Physical Therapists, and information on physical therapy undergraduate courses. The analysis showed that mainstream physical therapy is strongly linked to the healing model, of liberal ideology; training courses are mostly private and concentrated in the country's Southeast, richest region. Results sustain evidence of a fragmented professional practice, encouraged by the hegemonic model, but also of signs of conflict between two opposing concepts of health care. The hegemonic model takes the part for the whole, fragments body and knowledge, bears on liberalism, where health is taken as a commodity; health care services focus on illness and value specialization. The counter-hegemonic principles, while not denying the relevance of technical knowledge, value social and human dimensions of professional practice, focus on the person, aim at integration of services and support interdisciplinarity. The counter-hegemonic model tends to widen physical therapy practice beyond the clinic toward a humanized social role, in accordance with the national health system guidelines. It also allows for rethinking therapists current social place, offering parameters for reorientating the profession course of action.

Formato

82-88

Identificador

http://dx.doi.org/10.1590/S1809-29502009000100015

Fisioterapia e Pesquisa. Universidade de São Paulo, v. 16, n. 1, p. 82-88, 2009.

1809-2950

http://hdl.handle.net/11449/7049

10.1590/S1809-29502009000100015

S1809-29502009000100015

S1809-29502009000100015.pdf

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade de São Paulo (USP)

Relação

Fisioterapia e Pesquisa

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Fisioterapia (Especialidade) #Papel profissional #Sistemas de saúde #Health systems #Physical therapy (Specialty) #Professional role
Tipo

info:eu-repo/semantics/article