Existe trade-off entre eficiência e qualidade nas organizações hospitalares?


Autoria(s): Felix, Evandro Penteado Villar
Contribuinte(s)

Malik, Ana Maria

Sicsú, Abraham Laredo

Araujo, Claudia Affonso Silva

Pedroso, Marcelo Caldeira

Lewis, Maureen

Data(s)

07/04/2016

07/04/2016

09/03/2016

Resumo

A mudança do perfil demográfico e epidemiológico das populações, com progressivo envelhecimento populacional e aumento de portadores de doenças crônicas não transmissíveis, somado a necessidade da ampliação da oferta de serviços de saúde e crescentes custos em saúde, impõe enormes desafios aos sistemas e serviços de saúde. A eficiência organizacional dos serviços de saúde tem papel importante tanto na racionalização dos custos quanto na melhoria da qualidade e segurança assistencial. Tendo papel central nos sistemas de saúde como centros difusores de conhecimento, capacitação profissional, incorporação de tecnologias, prestação de serviços de maior complexidade aos pacientes e, consequentemente, elevados custos destes serviços, aos hospitais é fundamental a busca por essa eficiência. Este estudo buscou analisar se existe trade-off entre eficiência e qualidade em organizações hospitalares e identificar quais determinantes poderiam estar associados com maiores ou menores escores de eficiência. Utilizou-se dois modelos de análise de envelopamento de dados (data envelopment analysis, DEA), sem e com variáveis de qualidade, com retornos variáveis de escala e orientados para resultado. Foram estudados 47 hospitais gerais públicos do estado de São Paulo. No modelo sem variáveis de qualidade 14 deles foram considerados eficientes, enquanto que 33 no modelo com estas variáveis. O coeficiente de correlação de Spearman entre os dois modelos foi de 0,470 (correlação moderada). Não há evidências de que haja trade-off entre eficiência e qualidade nestas organizações hospitalares. Hospitais eficientes no modelo sem variáveis de qualidade, também o foram com variáveis de qualidade, assim como houve hospitais ineficientes no modelo sem variáveis de qualidade que foram eficientes com estas variáveis. Não foram encontradas associações estatisticamente significantes (p<0,05) entre eficiência e as características dos hospitais estudados, como acreditação, modelos de gestão, porte hospitalar e atividades de ensino, apesar de alguns achados de maior ou menor escore de eficiência para alguns determinantes. Desta maneira, concluiu-se que a utilização de variáveis de qualidade é um fator fundamental na determinação da eficiência de organizações de saúde, e não podem estar dissociadas. Gestões eficientes também estão relacionadas à obtenção de melhores resultados assistenciais sem a necessidade que se tenha de optar em alcançar melhores resultados econômico-financeiros ou melhores resultados assistenciais.

The change in the population’s demographic and epidemiological profile, population aging and progressive increase in patients with chronic non-communicable diseases, plus the need of expansion of healthcare services and rising costs, imposes enormous challenges to health systems and services. The organizational efficiency of healthcare services plays an important role in both the rationalization of costs and in improving the quality and safety care. Having a central role in health systems as knowledge diffusers centers, professional training, incorporation of technologies, for hospitals is essential to search for this efficiency. This study sought to analyze if there is a trade-off between efficiency and quality in hospital organizations and identify which determinants would be associated with greater or lesser efficiency scores. We used two models of data enveloping analysis (DEA), without and with quality variables, with variable returns to scale and result-oriented. 47 general public hospitals in the state of São Paulo were studied. In the model without variables of quality 14 of them were found to be efficient, while 33 in the model with quality variables. The Spearman correlation coefficient between the two models was 0.470 (moderate correlation). There is no evidence that there is trade-off between efficiency and quality in these hospitals. Efficient hospitals in the model without variables of quality, also were with quality variables, as well as there were inefficient hospitals in the model without quality variables that were efficient with these ones. No significant associations were found (p <0.05) between efficiency and characteristics of the studied hospitals as accreditation, management models, hospital size and teaching, despite some findings of greater or lesser efficiency score for some of them. Thus, it was concluded that the use of variables of quality is a key factor in determining the efficiency of healthcare organizations, and cannot be separated. Efficient managements are also related to getting better care results without the need that one has to choose to achieve better financial results or better health outcomes.

Identificador

http://hdl.handle.net/10438/16246

Idioma(s)

pt_BR

Palavras-Chave #Eficiência #Qualidade #Análise de envelopamento de dados #Saúde pública - Administração #Serviços de saúde – Controle de qualidade #Hospitais – Administração – São Paulo (Estado) #Eficiência organizacional
Tipo

Thesis