Discoespondilite Canina : Estudo Retrospectivo de 10 Casos Clínicos


Autoria(s): Magro, Susana de Medeiros Rodrigues
Contribuinte(s)

Cardoso, Nuno Gonçalo Ferreira, orient.

Data(s)

13/09/2013

13/09/2013

2013

Resumo

A discoespondilite é uma doença infecciosa rara que afecta, de forma crónica, os discos intervertebrais e as extremidades adjacentes dos corpos vertebrais. Geralmente advém de uma infecção disseminada por via hematógena e os agentes mais frequentes são bacterianos e são principalmente Staphylococcus spp., Streptococcus spp., E. Coli e Brucella spp. Também pode ser devida a infecções fúngicas, parasitárias ou migração de corpos estranhos. É caracterizada pela degenerescência do disco intervertebral e lesões escleróticas e proliferativas das extremidades dos corpos vertebrais. O principal sinal clínico desta doença é a hiperestesia paravertebral e alterações da marcha ou relutância ao movimento. Febre e anorexia são menos frequentes do que seria de esperar e os sinais neurológicos são considerados raros. O diagnóstico desta doença é geralmente radiográfico e a determinação do agente pode ser conseguida por cultura de material discal, hemocultura ou urocultura. Podem ser usados meios de imagiologia avançada como TAC e RM para melhor avaliar a extensão das lesões e o envolvimento dos tecidos circunvizinhos. A realização de hemogramas raramente revela alterações significativas embora possa existir leucocitose. O tratamento médico é eficaz em aproximadamente 76% dos casos e deve ser feito com base em cultura e TSA mas, de forma empírica, as cefalosporinas de primeira geração são frequentemente utilizadas. Em alguns casos pode ser necessária a estabilização ou desbridamento cirúrgicos. O estudo retrospectivo realizado no âmbito deste trabalho, teve como objectivo avaliar os sinais clínicos, radiográficos e laboratoriais , assim como o maneio médico e cirúrgico de 10 casos de discoespondilite confirmada radiográfica e clinicamente, num período de 2 anos. Observou-se maior prevalência da doença em machos, em cães jovens e adultos, e raças de grande porte. A região mais afectada foi a junção lombossagrada, e o sinal mais observado foi a dor paraespinhal. No entanto os sinais neurológicos foram mais frequentes do que o descrito. Os agentes isolados em cultura de material discal não foram os mais comuns. O tratamento médico instituído pelos veterinários foi eficaz em 6 dos casos, Foi necessária intervenção cirúrgica em 3 e 1 animal não recuperou totalmente até à conclusão deste estudo.

Discospondylitis is a rare cronic infectious disease affecting the intervertebral disc and the adjacent vertebral endplates. The infection usually reaches the vertebral column by hemathogenous spread and it´s most frequently bacterial. The most common agents are Staphylococci, Streptococci, E. coli and Brucela spp. Other less frequent agents are fungi or parasites and it can also be elicited by foreing–body migrations. The usual pathological findings are intervertebral disc degeneration and bone lisis and proliferation of the adjacent vertebral endplates. The most common clinical sign is paravertebral hyperesthesia, and altered or reluctant gait. Fever and anorexia are less frequent than it would be expected and neurological signs are considered rare. Discospondylitis´ diagnosis is mainly radiographic and determining the agent can be reached by disc material cultures or urine and blood cultures. Advanced imaging techniques like CT or MRI can be used to further evaluate the extension of the bone lesions and surrounding soft tissue´s involvement as well as to establish the prognosis. Medical therapy succeeds in aproximatelly 76% of the cases and even though AST should always guide the treatment it can be achieved in most cases with the empirical use of first generation Cephalosporines. In some cases surgery is necessary to stabilize the spine or debride the altered tissue. This retrospective study had the purpose of evaluating ten cases of radiographically and clinically confirmed discospondylitis through a period of two years. We observed the higher prevalence of the disease in male, young or adult, large breed dogs. The lumbo-sacral intervertebral space was the most affected region and the most common clinical sign was the paravertebral pain like it has been previously described in the literature. The isolated agents were less common than expected. Medical treatment was effective in 6 cases, surgery was required in 3 cases and 1 of them did not fully respond to the treatment.

Orientação : Nuno Gonçalo Ferreira Cardoso ; Co-orientação : Ana Paula Álvaro Santana

Identificador

http://hdl.handle.net/10437/3957

Idioma(s)

por

Palavras-Chave #VETERINÁRIA #DISCOESPONDILITE #INFEÇÕES #CANÍDEOS #VETERINARY #DISCOSPONDYLITIS #INFECTIONS #CANIDS #MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
Tipo

masterThesis