Travestis brasileiras em Portugal : percursos, identidades e ambiguidades
Contribuinte(s) |
Trovão, Susana |
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Data(s) |
15/04/2016
18/03/2016
18/03/2017
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Resumo |
Os séculos XX e XXI corresponderam ao agudizar de processos globalizantes potenciados pelas novas tecnologias, quer no âmbito comunicacional, quer industrial, sublinhando dinâmicas de desruralização e de construção de tecidos urbanos densos onde o anonimato se tornou possível na vivência de experiências, outrora reconduzidas ao silêncio do sujeito socialmente isolado. A diferença, enquanto experiência vivida, tornou-se comunitariamente possível, surgindo grupos que delimitam geograficamente determinadas áreas urbanas a que correspondem afinidades eróticas ou de práticas sexuais, inicialmente de gays e lésbicas. Quebra-se na prática a uni-direccionalidade entre sexo e género, entre sexo e sexualidade, questionando-se esquemas de relações assimétricas e modelos de pensamento enraizados (heterossexualidade, patriarcado, machismo, etc.). Rubin (1975 in Lewin 2006, in Vance, 1984) propõe a existência de dois sistemas diferenciados de sexo e género que tornam plausível, sob o ponto de vista analítico, a não correspondência entre sexo, género e sexualidade. O paradigma máximo desta autonomia sistémica alcança-se na construção de uma identidade travesti. Esta identidade mutante, mutável e instável parece acompanhar um mundo de fluxos intensos e interdependências múltiplas. É na sociedade global que as travestis encontram espaço para a vivência comunitária da sua experiência, constituindo-se como um grupo com práticas transnacionais, marcado pela mobilidade de género e geográfica, primeiramente dentro das fronteiras brasileiras e depois para a Europa. Cidade, prostituição e migração surgem como factores chave da disseminação geográfica e identitária desta comunidade. Este projecto tomado sob uma perspectiva global mantêm ou reinventa relações com a estrutura, que aparentemente as apaga enquanto actores sociais e da qual, aparentemente, se auto-excluem. The XX and XXI centuries corresponded to the stretching of globalizing phenomena enhanced by new technologies, either within communication, whether industrial, stressing processes of deruralization and consequent construction of dense urban networks where anonymity was possible to achieve concerning to living different social and erotic experiences, once closed in a silent self, socially isolated by his own difference. The difference, as lived and living experience, was made possible communally, emerging groups that geographically delimited certain urban areas, to which corresponded erotic affinities or sexual practices, initially gays and lesbians. Break up the practical uni-directionality between sex and gender, between sex and sexuality, questioning schemes of asymmetric and structural relations and models of thought rooted (heterosexuality, patriarchy, sexism, etc.). Rubin (1975 in Lewin 2006, in Vance, 1984) admit the existence of two different systems of sex and gender, under an analytical point of view, that made possible mismatch between sex, gender and sexuality. The paradigm of this maximum systemic autonomy is achieved in building an identity transvestite. This mutant identity, changing and unstable seems to accompany a world of intense flows and multiple interdependencies. It is in the global society that transvestites find space and viability for the communal living experience, constituting themselves as transnational group, marked by gender and geographical mobility, first within Brazilian borders and, than at another stage of the project, to Europe. City, prostitution and migration emerge as key factors of geographical spread and identity construction of this community. This project taken at a global point of view maintain or reinvent relations with structure, which seems to erasure them and from which, apparently travestis are self-excluded. |
Identificador |
http://hdl.handle.net/10362/17054 101291299 |
Idioma(s) |
por |
Relação |
SFRH/BD/41971/2007 |
Direitos |
openAccess http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ |
Palavras-Chave | #Travesti #Prostituição #Antropologia urbana #Brasil/Portugal/E.U. #Globalização #Identidades queer #Fluxos e transnacionalismos #Travesti #Prostitution #Urban Anthropology #Brazil/Portugal/E.U. #Globalization #Queer identities #Flows and transnationalisms |
Tipo |
doctoralThesis |