Silêncio, potência e gesto : um corpo na dança


Autoria(s): Mira, Ana Sofia Palula Fonseca de
Data(s)

06/01/2015

06/01/2015

01/12/2014

01/08/2014

Resumo

Faz parte desta Tese um vídeo que se encontra no CD

A presente investigação desenvolve a filosofia estética de Gil sobre o “corpo de forças”, situada entre a fenomenologia (Husserl e Merleau-Ponty) e o empirismo transcendental (Deleuze), com influência da psicanálise (Dolto), e demonstra a sua actual relevância para as práticas e teorias da dança contemporânea. Muitos de nós, praticantes de dança, sabemos que a dança acontece pela escuta do corpo, como meio de intensificação das sensações e potencialização das forças. A partir da filosofia de Gil, e pela perspectiva do corpo que dança, esta investigação analisa uma experimentação do corpo na dança contemporânea realizada neste contexto. Com vista a contextualizar a presente investigação no campo da dança e filosofia, a Introdução, remete para uma breve abordagem à história da filosofia estética da dança, assumindo particular destaque, no Capítulo I., a poética da dança de Valéry, e o seu desenvolvimento, a partir do “plano virtual do movimento da dança”, segundo Gil. Incluímos na contextualização desta investigação uma possível história da dança, nomeadamente desde a influência da dança pós-moderna até à dança contemporânea, pela perspectiva de quem tem vindo a praticar esta história, com alguns dos seus protagonistas. Pela perspectiva do corpo que dança, no Capítulo II., expomos uma experimentação do corpo na dança contemporânea, a qual, em articulação com o seu documento sensível (registo escrito e audiovisual incluídos), constitui o estudo de caso da presente investigação. A partir da experimentação do corpo na dança contemporânea e seu documento sensível, nos Capítulos III. e IV., sendo o tema central da investigação a potência do corpo na dança, é apresentada a tese, a saber: a experiência real da potência do corpo na dança só é possível se o corpo permanecer no silêncio do corpo. A metodologia adoptada para a operacionalização deste problema consiste, a partir de Gil, na mudança de escala da macroscopia para a microscopia dos fenómenos do corpo na dança. Partindo da experiência vivida, do corpo próprio, passamos, então, a considerar um campo infinito e virtual, como substrato continuum que sustenta os gestos dançados. Tal continuum – matéria do desejo, formado pelo “inconsciente do corpo” e mapa dos afectos entre corpos que escutam na dança – assegura o “plano virtual do movimento da dança”, onde podem consistir uma heterogeneidade de movimentos. O silêncio do corpo é o corpo intensivo da experimentação, nascido pela escavação de um vazio no corpo que instaura o intervalo, pelo ritmo como captação das forças do mundo e pela cisura do caos, cuja poeira, de potência infinita, o corpo que dança, revela.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/14026

101331100

Idioma(s)

por

Relação

Apoio financeiro da FCT e do FSE no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Corpo #Movimento #Dança #Gesto #Silêncio #Documento
Tipo

doctoralThesis