Trabalho e vidas. Práticas sociais e vivência subjectivas no desemprego


Autoria(s): Marçano, Isabel Maria Abre
Data(s)

17/10/2013

01/06/2013

Resumo

Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Sociologia

A presente investigação, cujos resultados se apresentam com o título “Trabalho e Vidas – Práticas sociais e vivências subjectivas no desemprego” propõe-se conhecer e compreender práticas sociais, sentidos do trabalho e vivências do desemprego na área da Grande Lisboa. O estudo decorreu entre 2005 e 2010. Para analisar as experiências vividas no desemprego utilizou-se uma metodologia mista: inquérito por questionário, entrevistas aprofundadas, “grupos de encontro” (focus groups) e histórias de vida. Os desempregados abrangidos na pesquisa pertencem às áreas dos Centros de Emprego de Cascais, Lisboa e Sintra. Foram inquiridos 300 desempregados, entrevistados 60 desempregados, participaram em “grupos de encontro” (focus groups) 77 e realizaramse 10 histórias de vida. As linhas de orientação na análise da experiência pessoal são as seguintes: valores sociais; atitudes em relação ao trabalho; relação com o dispositivo público de emprego e expectativas; impacto do desemprego (finanças, integração social e estigma, solidariedades familiares, relações de sociabilidade, organização e ocupação do tempo, bem-estar psicológico, saúde); estratégias de procura de emprego; expectativas de trabalho e de futuro. Identificaram-se cinco tipos ideais de desemprego na vivência do papel social de desempregado, que variam em função de dados objectivos, atitude dependente do Estado, motivação para o trabalho e estratégia dominante na relação com o Centro de Emprego. Foi possível distinguir fases (não necessariamente iguais para todos) no processo psicológico de reacção ao desemprego, desde choque a fatalismo, última fase de adaptação ao estatuto de desempregado, quando o desemprego persiste. Aí se incluem ainda o optimismo e pessimismo Vários factores de combinação múltipla condicionam a reacção ao desemprego: condições financeiras, actividades de substituição, integração e apoio familiar, redes sociais independentes do trabalho e importância dada ao trabalho. Foram ainda identificadas estratégias pessoais de ocupação do tempo, conquista de emprego e satisfação pessoal bem como trocas e solidariedades familiares no desemprego.

Identificador

http://hdl.handle.net/10362/10598

101218907

Idioma(s)

por

Publicador

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Direitos

restrictedAccess

Tipo

doctoralThesis