Avaliação do stress oxidativo na disfunção erétil


Autoria(s): Peixoto, Vanda
Contribuinte(s)

Fernandes, Rúben

Carvalho, José

Vieira, Mónica

Data(s)

25/02/2013

25/02/2013

2012

Resumo

As sequelas fisiopatológicas do stress oxidativo são difíceis de quantificar. Apesar dos obstáculos, a relevância médica do stress oxidativo tem vindo a ser cada vez mais reconhecida, sendo hoje em dia encarado como um componente chave de virtualmente todas as doenças. A disfunção erétil (DE) surge neste contexto como uma espécie de barómetro da função endotelial e do dano oxidativo. A quantificação de biomarcadores de stress oxidativo poderá apresentar um enorme impacto na avaliação de pacientes com DE. O rácio glutationa reduzida/oxidada (GSH/GSSG) e a nitrotirosina (3-NT) têm vindo a demonstrar relevância clínica. A consideração de polimorfismos genéticos constitui ainda uma abordagem promissora na avaliação destas relações no futuro. Um método altamente sensível de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) foi desenvolvido para a determinação de 3-NT em plasma humano. As concentrações de 3-NT medidos em indivíduos com DE foram 6,6±2,1μM (média±S.D., n = 46). A medição da concentração plasmática de 3-NT poderá revelar-se útil como marcador de dano oxidativo dependente do óxido nítrico (NO). O nível de stress oxidativo pode também ser quantificado através da medição do decréscimo do rácio GSH/GSSG, que tem mostrado alterações numa miríade de patologias, como a DE e a diabetes mellitus. O método proposto para a quantificação do rácio GSH/GSSG em HPLC apresenta a vantagem de avaliação concomitante dos dois parâmetros em apenas uma corrida. O valor do rácio GSH/GSSG obtido a partir de sangue de indivíduos com DE foi 11,9±9,8 (média±S.D., n = 49). Os resultados estatísticos revelaram diferenças significativas (p<0,001) entre ambos a concentração plasmática de 3-NT e o rácio GSH/GSSG de sangue de indivíduos com DE e as respetivas medições em indivíduos saudáveis. Observaram-se ainda diferenças estatisticamente significativas (p≈0,027) entre o rácio GSH/GSSG do sangue de pacientes apenas com diagnóstico de DE e a medição respetiva em indivíduos com DE e comorbilidades cardiovasculares. Estes resultados enfatizam o papel do dano oxidativo na biopatologia da DE, elucidado com o auxílio destas duas metodologias, que poderão ter um amplo campo de aplicação no futuro, dado que se mostraram simples, não dispendiosas e rápidas, podendo eventualmente adequar-se a estudos de rastreio em larga escala.

The pathophysiological sequelae of oxidative stress are difficult to quantify. Despite these impediments, the medical significance of oxidative stress has become increasingly recognized to the point that it is now considered a key component of virtually every disease. Erectile dysfunction (ED) has particularly emerged as a barometer of endothelial function and oxidative burden. Indeed, the measurement of oxidative stress biomarkers may have a great impact on the evaluation of ED patients as well as in the management of accompanying disorders. Among these biomarkers, glutathione reduced/oxidized (GSH/GSSG) ratio and nitrotyrosine (3-NT) seem to be clinically relevant. Genetic polymorphisms are also a challenging approach to evaluate these relationships in the future. A highly sensitive high-performance liquid chromatographic method (HPLC) was developed for determination of 3-NT in human plasma. The 3-NT level was 6,6±2,1 (mean ±S.D., n = 46) in plasma from ED individuals. Since 3-NT is a stable product of peroxynitrite, the measurement of its plasma concentration may be useful as a marker of nitric oxide-dependent oxidative damage. The level of oxidative stress can also be quantified in blood through the measurement of the decrease in the GSH/GSSG ratio, which has been shown to be altered in a variety of human diseases such as ED and diabetes mellitus. The proposed method for GSH/GSSG detection by HPLC separation has the advantage of allowing evaluation of both parameters within a single run concomitantly. The GSH/GSSG ratio level was 11,9±9,8 (mean±S.D., n = 49) in blood from erectile dysfunction individuals. Statistical results have shown significant differences (p<0,001) between both the 3-NT concentrations in human plasma and the GSH/GSSG ratio of blood from erectile dysfunction patients and those of healthy individuals. There were also found significant differences (p≈0,027) between GSH/GSSG ratio of blood from patients with ED only and of those with ED and cardiovascular comorbidities. These results emphasize the role of oxidative damage in ED pathobiology while using these two methods, which could have a wide application in the future since they have proven to be simple, cost-effective and not time-consuming, especially suitable for large-scale screening studies.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.22/1117

Idioma(s)

por

Publicador

Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Disfunção erétil #Diabetes mellitus #Stress oxidativo #3-Nitrotyrosine #Rácio GSH/GSSG #Polimorfismos GSTM1/GSTT1 #Polimorfismos I/D #Erectile dysfunction #Diabetes mellitus #Oxidative stress #Ratio GSH/GSSG #GSTM1/GSTT1 polymorphisms #I/D polymorphisms #I/D polymorphisms
Tipo

masterThesis