Roteiros e rotas portuguesas do oriente nos séculos XVI e XVII


Autoria(s): Matos, Luís Jorge, 1955-
Contribuinte(s)

Domingues, Francisco Contente, 1959-

Data(s)

09/05/2016

09/05/2016

2016

2015

Resumo

Tese de doutoramento, História (História dos Descobrimentos e da Expansão), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2016

Com a conquista de Malaca, em 1511, abriam-se as portas de um espaço novo para a expansão marítima portuguesa quinhentista. De imediato houve navios nacionais a sulcarem os mares do sul, ao longo do Arquipélago Indonésio, ou a caminho do norte até ao Pegu. Poucos anos depois tinham chegado ao Sião e à China, cruzando sucessivamente todas as rotas onde circulavam, há séculos, os mercadores orientais, alcançando a Coreia e o Japão. Quiseram montar o seu próprio sistema de comércio e de domínio, mas as circunstâncias eram bastante diferentes do Índico Ocidental, apesar de se terem ajustado pouco e pouco. Entraram no Extremo Oriente paulatinamente, como uma mancha de tinta alastra num pano de algodão, e estiveram em quase todas as rotas comerciais a leste de Malaca. Contrataram pilotos orientais, embarcaram em juncos e outros navios da região, aprenderam a governá-los e a construi-los e, sobretudo, aprenderam a navegar naqueles mares. Sulcaram as rotas dos marinheiros orientais, adaptaram-lhe as suas próprias formas de referenciação geográfica, complementaram-nas com o seu saber e descreveram-nas em roteiros detalhados que serviam aos vindouros. O objectivo deste trabalho é o estudo dessas rotas, com base nos roteiros que sobre elas foram escritos e que até nós chegaram. Os caminhos do Arquipélago, passando por Java, até às Molucas e a Timor, ou os caminhos que seguem para norte, em direcção à China e ao Japão, com todas as pequenas derivações que saem destes grandes eixos. Reunindo e comparando os roteiros disponíveis, procurarei interpretar as preocupações de quem tinha a responsabilidade de conduzir os navios num espaço muito complexo, condicionado pelas condições climáticas (monções) e, sobretudo, físicas. Um emaranhado de ilhas e baixos, com correntes traiçoeiras, que os olhos dos pilotos desvendavam pela cor da água, pela natureza do fundo, pelo aspecto das ilhas e das terras, pela latitude ou pelas distâncias estimadas. Sobretudo um mundo de muita paciência e muita sensibilidade para os sinais do oceano.

Upon the conquest of Malacca, in 1511, new possibilities were opened for the 15th century Portuguese maritime expansion. Soon after several Portuguese ships sailed the southern seas, along the Indonesian Archipelago, or northward towards the Pegu. A few years after these ships had reached Siam and China, sailing all the traditional maritime routes where, for centuries, the oriental had sailed, reaching Korea and Japan. They had as a goal to set their own trading and domain system, but the circumstances there were very different from the Easter Indian Ocean. They gradually spread in the Far East, as an inkblot on a cotton cloth, and sailed along almost all the trading routes east of Malacca. They hired local pilots, sailed in junks and other local ships, learning how to manoeuver them and even how to build them and, most of all, they learned how to master how to navigate in those far seas. They sailed the oriental sailors and traders routes, adapting their geographic positioning ways, complementing them with the Portuguese knowledge, and latter described them in their log books so that future generations could used them. The goal of this work is the study of these routes, based on what was written about them in the sailing directions books (rutters). The routes of the Archipelago, trough Java, until the Maluku Islands and Timor, or the more northward routes, towards China and Japan, and all the secondary routes deriving from these main axes. By gathering and comparing the available sailing directions, I will try to interpret the concerns of the pilots that had to sail the ships in a very complex area, conditioned by the climatic (with the monsoons) and geographic regional characteristics, particularly the latter. An area with very complex bathymetry, with several islands, with challenging ocean currents, that the local pilots would identify by the color of the water, by the type of bottom floor, by the look of the islands shores, by the latitude or by the sailed distance, with patience and extreme sensibility in interpreting the signs of the ocean.

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/23631

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Descobrimentos portugueses - séc.16-17 #Navegação - séc.16-17 #Roteiros - séc.16-17 #Comércio - Ásia Oriental - séc.16 #Teses de doutoramento - 2016 #Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
Tipo

doctoralThesis