Envelhecimento ativo e o recurso à medicina tradicional chinesa : entre a responsabilidade individual e os fatores sociais determinantes da saúde


Autoria(s): António, Manuel André Simões Homem Cristo
Contribuinte(s)

Bastos, Cristiana

Duarte, Luiz Fernando D.

Data(s)

09/03/2015

09/03/2015

2015

2014

Resumo

Tese de doutoramento, Antropologia (Antropologia da Saúde), Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 2015

Na presente dissertação procuro analisar o recurso da população idosa à Medicina Tradicional Chinesa (MTC), tendo em conta o conceito de “Envelhecimento Ativo”, elaborado pela Organização Mundial de Saúde e que tem vindo a ser promovido pela União Europeia (UE), na base de um novo paradigma que deve sustentar as políticas públicas dos estados membros a respeito do envelhecimento demográfico. A MTC, tendo vindo a ser definida pela sua ênfase na promoção da saúde e na prevenção da doença, pode constituir-se como um recurso válido para a promoção de uma postura de responsabilidade individual dos idosos sobre a sua saúde, ao encontro do paradigma do Envelhecimento Ativo. No entanto, com base nos dados recolhidos através da realização de uma etnografia multi-situada, realizada em três contextos distintos – Santa Cruz, na Califórnia (EUA), Rio de Janeiro, no Brasil, e, sobretudo, Lisboa, em Portugal – argumento que a responsabilidade individual referente à adoção de um estilo de vida saudável deve ser pensada em função de uma análise dos fatores sociais determinantes da saúde, especialmente num contexto de crise económica, como aquele em que se encontra atualmente a sociedade portuguesa, Para além disso, os dados recolhidos apontam no sentido de que a promoção política do paradigma do Envelhecimento Ativo deve ser pensada em conjunto com transformações sociais e culturais abrangentes, nomeadamente, a regulamentação legal da MTC atualmente em curso em Portugal, alterações no campo da Biomedicina, e uma redefinição do Estado Social, possivelmente em curso, nos países da UE.

In my thesis, I analyze the use of Traditional Chinese Medicine (TCM) by senior citizens, in the context of a growing political interest in the promotion of Active Ageing, as a new health paradigm. Active Ageing was designed by the World Health Organization (WHO), and adopted by the European Union (EU), as a policy framework to face the problems presented by an ageing population. On the other hand, TCM has been defined for its emphasis on the promotion of health and prevention of disease and can constitute a valid resource to the promotion of senior citizens’ own responsibility for their health, in accordance with the Active Aging paradigm. Nevertheless, based on my research - a multi-sited ethnography, concentrated mainly in Lisbon, Portugal, and considering also Santa Cruz, in California (USA) and Rio de Janeiro, in Brazil – I argue that individual responsibility for health, namely the adoption of a healthy lifestyle, must be dealt with a profound regard to the importance of the social determinants of health, especially in a context of economic crisis, like the one Portugal is now facing. Throughout this thesis I will also argue that the political implementation of Active Ageing must be understood in conjunction with several, apparently unrelated, issues. Namely, the regulation of TCM and transformations in the field of Biomedicine, and a redefinition of the Welfare State, possibly, taking course in EU, at the present moment.

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), SFRH/BD/68908/2010, Programa POPH - Programa Operacional Potencial Humano do Quadro de Referência Estratégico Nacional, 2007-2013(QREN)

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/17676

101379595

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Teses de doutoramento - 2015
Tipo

doctoralThesis