Resiliência, sustentabilidade e qualidade de vida em sistemas urbanos : efeitos da crise (pós-2008) em Portugal e no sistema urbano do oeste


Autoria(s): Gonçalves, Carlos Jorge de Almeida, 1975-
Contribuinte(s)

Costa, Eduarda Marques da, 1966-

Data(s)

06/01/2015

06/01/2015

2014

2014

Resumo

Tese de doutoramento, Geografia (Planeamento Regional e Urbano), Universidade de Lisboa, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, 2014

A resiliência urbana assinala o progresso continuado. O desenvolvimento urbano, visto pelo paradigma da resiliência evolutiva, permite que se equacionem fatores que reduzem (ou que ampliam) os períodos de crises. Crise, resiliência e sustentabilidade quando diluídos num quadro teórico, evidenciam o aumento da recorrência e da magnitude destes fenómenos, que impõem recuos na qualidade de vida das comunidades. Preso numa teia de equilíbrios “automáticos” (resgatadores de condições passadas ou projetadores das atuais, por vezes, indesejadas, para as futuras gerações), não será o conceito de sustentabilidade insuficiente para concretizar trajetórias duradouras de desenvolvimento urbano? Eis o núcleo da reflexão aqui proposta. Resultante da síntese de métodos similares, o Modelo de Avaliação da Resiliência e da Sustentabilidade em Sistemas Urbanos (MARSSU), mede a intensidade do estrangulamento do potencial de desenvolvimento do país. A crise (pós-2008), para além de penalizar as regiões mais frágeis, erodiu a capacidade de sustentar desenvolvimento nas primeiras coroas das áreas metropolitanas, no corredor urbano do Algarve, em alguns dos eixos/sistemas urbanos regionais intermetropolitanos e nos centros secundários dos sistemas regionais no interior. Em resultado, a extensão de país mais vulnerável dilatou-se consideravelmente. Isto é: o potencial de desenvolvimento do país degradou-se e o que dele resta, decantou para os “centros dos centros”. A avaliação dos impactos da crise no sistema urbano do Oeste (tendo em conta as 387 famílias entrevistadas, reproduzindo informação sobre o quadro de vida de 1028 indivíduos) permitiu apurar, por exemplo, que em Peniche, são os constrangimentos no acesso aos rendimentos e à habitação que aumentam a vulnerabilidade e que nas Caldas da Rainha, a contração dos rendimentos e do consumo, colocam este centro urbano lado a lado com o anterior. Ambos acusam mais os impactos da crise que o país e sistema urbano em que se inserem. Os resultados denunciam bloqueios profundos no desenvolvimento destas comunidades.

The urban resilience marks the continuing progress. The urban development, seen as the paradigm of the evolutionary resilience, allows the consideration of factors that reduce (or expand) the periods of crises. Crisis, resilience and sustainability when diluted in a theoretical frame, testify the increase of the recurrence and magnitude of these phenomena, which have been imposing setbacks in the communities. Trapped in a web of “automatic” balance (retrievers of past situations or projectors of the current ones, sometimes undesired, for the future generations), isn’t the concept of sustainability insufficient to put to action long-lasting trajectories of urban development? Here lies the core of the reflection I hereby propose. Resulting from the synthesis of similar methods, the Model for the Evaluation of Resilience and Sustainability in Urban Systems (MARSSU), measures the intensity of the strangulation to the development potential of the country. The crisis (post-2008), besides penalizing the most vulnerable regions, has eroded the ability to sustain development in the first crowns of the metropolitan areas, in Algarve’s urban strip, in some of the inter-metropolitan regional urban systems /axes and in the secondary centres of the regional systems of the interior. The result is the considerable expansion of the vulnerable areas in the country. This meaning: the development potential of the country has deteriorated and what is left of it has crawled back to the “center of the central areas”. The evaluation of the crisis’ impacts in the West urban system (taking into account the 387 families interviewed, reproducing information related to the life of 1028 individuals) allowed to conclude that, for example, in Peniche, it’s the constraints on the access to income and houses which are increasing the vulnerability and that in Caldas da Rainha, the contraction of income and consumption, put this urban center alongside the previous one. Both suffer more the impacts of the crisis, than the country and urban system in which they are integrated. The results expose deeply installed barriers to the development of these communities.

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

Identificador

http://hdl.handle.net/10451/15602

101385439

Idioma(s)

por

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Teses de doutoramento - 2014
Tipo

doctoralThesis