A motivação dos enfermeiros no cuidar e no ensino do cuidar em enfermagem: consequências na formação inicial de enfermeiros


Autoria(s): Rodrigues, Carina Isabel Martins
Contribuinte(s)

Gonçalves, Fernando Ribeiro

Data(s)

23/05/2014

23/05/2014

2010

Resumo

Tese de dout., Ciências da Educação (Observação e Análise da Relação Educativa), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2010

Cuidar é um acto complexo que constitui a essência da profissão de enfermagem, onde cada vez mais se procura atingir a sua excelência e qualidade. Com os avanços tecnológicos e científicos verificados no sector da saúde, os enfermeiros deparam-se actualmente com novos desafios, face a uma população envelhecida, com prevalência de doenças crónicas, para a qual é exigida uma resposta rápida de qualidade nos cuidados de enfermagem prestados. Paralelamente a estas mudanças, surge simultaneamente a confrontação com aspectos profissionais, pessoais ou institucionais característicos da profissão que podem privilegiar um investimento mais técnico subalternizando a componente relacional inerente ao processo cuidativo. Este aspecto assume especial importância durante a formação inicial de enfermeiros, onde a motivação para um cuidar de qualidade é transferida em ensinos clínicos e onde o aluno aprende por observação e reprodução de atitudes. O presente estudo, pretende assim, identificar quais os factores desmotivacionais dos enfermeiros que interferem no cuidar e de que forma é influenciada a sua capacidade pedagógica no ensino da prática cuidativa. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, onde se procurou, numa amostra estratificada de 218 enfermeiros, de três instituições hospitalares, analisar como varia a sua prática cuidativa e formativa com os factores de desmotivação presentes no seu quotidiano profissional. Foram construídas três escalas, com 40 questões cada uma, designadas de “Escala de Factores Desmotivacionais em Enfermagem” (EFDE), Inventário das Atitudes Cuidativas (IAC) e Inventário das Atitudes Formativas e Educativas (IAFE), tendo todas elas apresentado boas qualidades psicométricas no presente estudo. Os resultados encontrados demonstraram que a desmotivação sentida pelos enfermeiros por falta de reconhecimento social da profissão, pela falta de preparação para o cuidar, pelas relações interpessoais, pelo stress, pela falta de autonomia, pela organização do trabalho e trabalho por turnos, pelas condições de trabalho, pelo excesso de burocracia, pela remuneração, pela tendência tecnicista da profissão, pela falta de oportunidades de desenvolvimento, pela sobrecarga de trabalho e pela falta de prescrição em enfermagem influencia as capacidades cuidativas e formativas dos enfermeiros. A desmotivação por falta de holismo nos cuidados e pela informatização de registos evidenciaram-se ainda factores influenciadores da capacidade formativa do enfermeiro. Os resultados apelam à introdução de alterações curriculares, quer no que concerne a conteúdos quer a metodologias de trabalho com estudantes, evidenciando ainda a importância dos contextos onde os alunos de enfermagem realizam os ensinos clínicos e onde os enfermeiros procedem ao acto formativo.

Identificador

http://hdl.handle.net/10400.1/4064

101246056

Idioma(s)

por

Direitos

restrictedAccess

Palavras-Chave #Relação educativa #Motivação #Enfermagem #Cuidar #Formação #Supervisão
Tipo

doctoralThesis