Jovens em risco: projectos de vida e motivação para a frequência do ensino profissional

Dissertação de mest., Psicologia da Educação (Necessidades Educativas Especiais), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2011

O presente estudo tem como objectivo principal conhecer e analisar os projectos de vida e as motivações de jovens que frequentam o Ensino Profissional. A amostra não probabilística é constituída por 206 indivíduos (n=206) a frequentarem Cursos Profissionais nos Institutos de Formação Profissional de Faro e Portimão e na Formar de Olhão e Portimão, com idades compreendidas entre os 15 e os 27 anos, sendo a idade média de aproximadamente 20 anos (M= 19,63; DP = 2,88). Existem consideravelmente mais inquiridos do género masculino (n=136; 66,0%) do que feminino (n=69; 33,5%). A operacionalização das variáveis foi feita através do uso de um questionário elaborado para o efeito, do Teste dos Objectivos de Vida (PIL – R) e da Escala de avaliação da motivação para aprender de alunos do ensino fundamental (EMA). Os resultados sugerem que a maioria dos inquiridos mostra-se bastante motivada na frequência do Curso Profissional e que possuem como objectivo de vida conseguir uma carreira profissional, esperançados que o Curso Profissional que frequentam os ajude a entrar mais rapidamente no mercado de trabalho e os qualifique na área para a qual estão mais motivados trabalhar, a qual coincide com o curso que frequentam. Através da inserção no mercado de trabalho, os jovens aspiram ser felizes, ter uma vida agradável, vivendo com quem gostam e evitando situações que lhes causem sofrimento ou aborrecimento através de uma vida rotineira e sem actividade. Neste tipo de cursos, a motivação intrínseca e extrínseca possuem valores bastante próximos de importância para os jovens, embora se verifique uma maior motivação intrínseca para aprender no grupo de indivíduos que pretende prosseguir os estudos e uma maior motivação extrínseca para aprender no grupo que não pretende prosseguir os estudos. As experiências pessoais destes jovens revelaram ainda que alguns possuem hábitos de consumir bebidas alcoólicas e outras substâncias, como também já vivenciaram algumas experiências de violência. Esperamos que este estudo possa constituir-se como uma mais-valia e que ajude a promover um bom futuro profissional e pessoal dos jovens.