Animação itinerante no serviço de apoio domiciliário

Dissertação de mest., Gerontologia Social, Escola Superior de Educação e Comunicação, Univ. do Algarve, 2011

Uma das realidades mais problemáticas da nossa sociedade é o envelhecimento da população e a falta de recursos para dar apoio aos mais idosos. As transformações sociais económicas e culturais foram acompanhadas pela mudança das estruturas familiares que levaram o idoso ao isolamento ou a tornar-se num peso para as famílias. A deficiente rede de apoio institucional com serviços sem capacidade para dar resposta imediata às solicitações das famílias, em especial respostas globais, como, por exemplo, a institucionalização, levou a que respostas como a do Serviço de Apoio Domiciliário tivessem uma grande ascensão. Certo é que cada vez há mais famílias que optam por esta oferta para permitir que o idoso se mantenha integrado no seu meio. Mas esta opção pode em certas circunstâncias significar um isolamento que contribui para a degradação da qualidade de vida do idoso. Para combater esta realidade cabe às instituições de apoio desenvolver iniciativas que promovam a integração e a interacção social dos mais velhos. O projecto que desenvolvi no Centro Paroquial de Paderne pretende ser uma resposta a este problema. Foi concebido como um conjunto articulado de actividades de animação sociocultural desenvolvidas dentro e fora do espaço doméstico dos idosos utentes do serviço de apoio domiciliário, proporcionando-lhes a possibilidade de estabelecer relações socioculturais com os utentes das outras valências do Centro e com a comunidade. Tratando-se de um projecto de investigação-acção, foi necessário recorrer a várias técnicas e metodologias, entre as quais se destacam a observação participante, a entrevista e o inquérito por questionário que nos permitiram recolher dados indispensáveis ao diagnóstico da situação e à avaliação das actividades desenvolvidas no âmbito do projecto. Concluímos que efectivamente existe o risco de solidão na vida dos idosos que beneficiam do serviço de apoio domiciliário, mas que é possível promover uma melhoria do bem-estar destes, através da implementação de um programa de interacção e animação sociocultural dos utentes das várias respostas sociais da instituição de solidariedade social e destes com a comunidade.