Qualidade de Vida, Vinculação e Resiliência em adolescentes institucionalizados


Autoria(s): Jacoto, Liliana do Rosário Rodrigues
Contribuinte(s)

Silva, Isabel

Data(s)

24/04/2014

24/04/2014

2014

Resumo

Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Psicologia, ramo de Psicologia Clínica e da Saúde

O acolhimento institucional de crianças e jovens está muitas vezes associado a sentimentos negativos, nomeadamente a experiências traumáticas, de perdas e abandonos. Neste sentido, torna-se fundamental ajudar as crianças a alcançar percursos adaptáveis e positivos, através da promoção de fatores de proteção e resiliência; e do estabelecimento de vínculos seguros, que potenciem uma melhor qualidade de vida. O presente estudo de caráter observacional teve como principal objetivo analisar a relação entre a qualidade de vida, o tipo de vinculação e a resiliência em adolescentes institucionalizados. Foi estudada uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 109 adolescentes institucionalizados em Lares de Infância e Juventude do distrito de Bragança. Os participantes incluídos neste estudo tinham idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos (M=14,65; DP=1,98), sendo 56,9% (n=62) do sexo feminino e 43,1% (n=47) do sexo masculino. Os participantes responderam a um Questionário Sócio-demográfico, ao KIDSCREEN-52, ao Inventário de Vinculação para a Infância e para a Adolescência e à Escala de Resiliência. Os resultados descritivos sugerem que os adolescentes que participaram neste estudo detêm perceções positivas acerca da sua qualidade de vida em todas as dimensões do KIDSCREEN-52, exceto na dimensão Provocação. Verificou-se a existência de uma correlação significativa entre a qualidade de vida e a idade (r=-0,21; p=0,031), sendo que os adolescentes mais novos são aqueles que apresentam melhor perceção da qualidade de vida. Constatou-se ainda, a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os dois sexos, observando-se que os adolescentes do sexo masculino, apresentam maior qualidade de vida (t=-2,50; p<0,05). Permitiu-nos também comprovar que a maioria dos adolescentes possui níveis de resiliência moderado/alto com uma percentagem de 39,4% e 17,4% respetivamente, predominando o estilo de vinculação seguro com 61,5%. Verificaram-se ainda, algumas correlações entre qualidade de vida, vinculação, nomeadamente com o estilo seguro (r=0,564; p=0,0001) e resiliência (F=215; p=0,0001), sendo que adolescentes com níveis mais altos de resiliência apresentam uma perceção mais positiva da sua qualidade de vida. Os resultados deste estudo indicam, que o acolhimento institucional pode constituir uma oportunidade de mudança nos jovens acolhidos, contrariando várias perspetivas que focam o impacto negativo dessa condição específica (acolhimento). The institutional care of children and young people is often associated with negative feelings, including traumatic experiences, loss and abandonment. In this sense, it becomes fundamental to help children achieve adaptive and positive pathways through the promotion of protective factors and resilience, and the establishment of secure links, which encourages better living conditions. This observational study aimed to analyze the relationship between quality of life, the type of binding and the resilience in institutionalized adolescents. A Non-probability convenience sample consisting of 109 adolescents institutionalized in children and youth housing in the district of Bragança was studied. This observational study aimed to analyze the relationship between quality of life, the type of binding and resilience in institutionalized adolescents. The Participants included in this study were aged between 10 and 17 years (M=14,65; SD=1,98), which of them 56,9% (n=62) were female and 43,1% (n=47) males. The Participants answered to a Socio-demographic questionnaire, the KIDSCREEN-52, Inventory of Attachment to Childhood and Adolescence, and the Resilience Scale. The descriptive results suggest that adolescents who participated in this study hold positive perceptions about the quality of life in all dimensions of KIDSCREEN-52, except in Nettle dimension. It was found that there was a significant correlation between the quality of life and age (r=-0,21; p=0,031), and younger adolescents are those who have better perception of quality of life. It was further observed, the existence of statistically significant differences between the two genders, given the fact that male adolescents had a higher quality of life (t=-2,50; p<0,05). It also enabled us to demonstrate that most adolescents have levels of moderate/high resilience with a percentage of 39,4% and 17,4% respectively predominating style safe binding 61,5%. There are also some correlations between quality of life, binding, particularly with insurance style (r=0,564; p=0,0001) and resilience (F=215; p=0,0001), being that adolescents with higher levels of resilience have a more positive perception of their quality of life. The results of this study indicate that institutional care can be an opportunity for change in foster youths, contradicting several perspectives that focus on the negative impact of this specific condition (institutionalization).

Identificador

http://hdl.handle.net/10284/4226

201128152

Idioma(s)

por

Publicador

[s.n.]

Direitos

openAccess

Tipo

masterThesis